Yolanda Fordelone: Qual liberdade financeira você quer conquistar?

Eu estou viajando pela primeira vez pela Europa, em uma típica “Eurotrip”: brincadeira, não vou passar por 45 países em 5 dias — serão quatro países em 20 dias. Não compartilho isso para me gabar, mas para destacar que esta é a minha primeira vez no velho continente. Já viajei para países da América do Sul, América Central e África. Note que sempre optando por destinos mais baratos, pensando no bolso de quem ganha em real.

Como esta coluna continua sendo sobre liberdade financeira – e não sobre viagens –, quero te fazer duas perguntas. A primeira é: você aceitaria esperar o momento certo? Não que exista um momento ideal, mas eu paguei o preço de esperar. Sempre quis conhecer a Europa. Ao mesmo tempo, sabia que não era o momento certo financeiramente, enquanto ainda estava juntando dinheiro.

Enquanto alguns amigos de faculdade gastaram todo o dinheiro de estágio em mochilões, eu preferi viagens mais econômicas, como já contei. Conhecer a Europa, agora mais velha, é outro tipo de experiência: menos bares, mais calma e menos perrengues. As duas opções – mais novo e mais velho – têm lados positivos e negativos. Pensando financeiramente, tive a paciência de aguardar.

Minha segunda pergunta está relacionada ao imaginário que as redes sociais vendem sobre liberdade financeira. Mesmo já tendo atingido a minha, esta viagem foi planejada e os gastos foram controlados. Muitas vezes vemos pessoas viajando para a Suíça sem nem olhar a fatura do cartão. Esse nível de liberdade financeira existe, mas é muito mais difícil de alcançar.

A realidade que acredito ser possível para a maioria é uma liberdade financeira mais “pé no chão”: a carteira rende o suficiente para o custo de vida, sem grandes luxos.

Então, minha segunda pergunta é: qual nível de liberdade financeira você deseja atingir?

No meu caso, quis atingir um nível que me permitisse desacelerar e ter mais tempo para os meus filhos, mas com plena consciência dos limites:

1. Não viajo para fora do país todos os anos;
2. Não troco de carro anualmente, até porque não ligo muito para isso;
3. Não consumo marcas de luxo. Poderia comprar um sapato ou bolsa de grife, mas considero esse um caminho sem volta. Uma vez que você se acostuma, pode não querer “retroceder”. Como sei que poderia comprar algo de luxo ocasionalmente, mas não de maneira frequente, prefiro me manter distante desse hábito.

Liberdade financeira não é sobre ostentar ou fazer tudo sem pensar. É sobre escolher o que realmente importa para você, no seu tempo, do seu jeito. E você, que tipo de liberdade financeira quer conquistar?

*As opiniões contidas nessa coluna não refletem necessariamente a opinião da B3

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