Glossário
Agente Fiduciário - O que é, significado e definição
Conheça o papel fundamental do agente fiduciário na proteção de investidores, as atribuições e quem pode atuar nessa função
No mercado de capitais, o agente fiduciário é uma instituição financeira autorizada pelo Banco Central do Brasil (BC) e regulada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que atua como representante dos investidores em emissões de títulos de dívida, como debêntures, CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio).
Sua principal função é a proteção dos direitos dos investidores. Cabe a ele verificar o cumprimento dos contratos firmados pela empresa emissora e assegurar que todas as obrigações assumidas sejam respeitadas ao longo do ciclo dos títulos emitidos.
Qual a importância do agente fiduciário?
O agente fiduciário é uma figura obrigatória em emissões de debêntures, conforme determina a Lei nº 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações). Ele atua como um elo de confiança entre os investidores e a empresa emissora, para assegurar transparência, segurança e cumprimento das regras estabelecidas nos contratos.
Além disso, o agente fiduciário:
- fiscaliza o cumprimento das obrigações contratuais, como pagamento de juros e amortizações;
- analisa a situação financeira da empresa emissora, solicitando e avaliando demonstrativos financeiros;
- verifica a integridade das garantias oferecidas aos investidores;
- comunica regularmente os investidores sobre o andamento da operação e eventuais riscos;
- pode executar garantias em caso de inadimplência, protegendo os interesses dos credores;
- administra o patrimônio separado, quando necessário, para garantir a correta gestão dos recursos vinculados à emissão.
Quem pode ser agente fiduciário?
Somente instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central do Brasil, com objeto social voltado para a administração ou custódia de bens de terceiros, podem exercer a função de agente fiduciário. Essas instituições devem estar registradas no Sistema de Agentes Fiduciários da CVM e atuar exclusivamente em defesa dos interesses dos investidores, sem conflito de interesses com a empresa emissora.
Por exemplo, corretoras de valores podem atuar como agentes fiduciários desde que cumpram esses requisitos. Já empresas que prestam assessoria à emissora não podem exercer essa função, para evitar conflitos.
Responsabilidades e atuação do agente fiduciário
O agente fiduciário acompanha todo o processo da emissão, desde a estruturação e verificação da regularidade dos contratos até o acompanhamento do pagamento das obrigações e eventual execução das garantias. Atua também como elo entre os investidores e a empresa. Informa os debenturistas por meio de relatórios periódicos, presta esclarecimentos sobre a operação e fortalece a transparência em todas as etapas.
Normas e regulamentações
A atuação do agente fiduciário é regulada por diversas normas, por exemplo:
- Lei nº 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações);
- Resoluções da CVM, como as 17, 51 e 60;
- Ofícios Circulares da CVM;
- Código ANBIMA para ofertas públicas.
Essas normas asseguram a integridade, transparência e segurança das operações para todas as partes envolvidas.
O agente fiduciário é peça-chave para a segurança e transparência nas emissões de títulos de dívida no Brasil. Sua atuação garante que os investidores tenham seus direitos protegidos, que as empresas cumpram suas obrigações e que o mercado de capitais funcione de forma justa e equilibrada.
Para investidores, entender o papel do agente fiduciário é fundamental para avaliar a segurança dos investimentos em debêntures e outros títulos de crédito.
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