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CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) - O que é, significado e definição

Descubra o que é o CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio), suas vantagens, riscos e como investir nesse título de crédito vinculado ao setor agrícola.

O CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) é um título de crédito emitido por securitizadoras com o objetivo de captar recursos para financiar operações do setor agrícola e do agronegócio. 

Ao investir em um CRA, o investidor adquire um título lastreado em recebíveis do agronegócio, que são créditos originados de transações comerciais realizadas nesse setor, como a venda de commodities, produtos agrícolas ou financiamentos concedidos a produtores rurais.

Diferentemente de outros títulos de renda fixa, como CDBs ou LCI/LCAs, os CRAs não possuem cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). No entanto, eles oferecem isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas, o que aumenta sua atratividade como uma alternativa de investimento.

Como funciona o CRA?

O CRA envolve três partes principais: a securitizadora, o investidor e as empresas do agronegócio. O funcionamento básico ocorre da seguinte maneira:

  1. Emissão: as securitizadoras estruturam os CRAs e os emitem no mercado para captar recursos. Esses recursos são direcionados ao financiamento de empresas do agronegócio, como produtores rurais, cooperativas e distribuidoras de insumos.
  2. Garantias: o CRA é lastreado em recebíveis, que são créditos a receber das empresas do agronegócio. Em alguns casos, podem haver garantias adicionais, como seguros ou fianças, para aumentar a segurança do investidor.
  3. Rentabilidade: o investidor recebe uma rentabilidade acordada no momento da compra do título. Os CRAs podem ser prefixados (taxa fixa), pós-fixados (atrelados ao CDI, IPCA ou outro indicador) ou híbridos.
  4. Pagamento: no vencimento do título, o investidor recebe o valor investido acrescido da rentabilidade contratada. Alguns CRAs podem oferecer pagamentos intermediários (amortizações), mas a maioria é paga integralmente no vencimento.

Tipos de CRA

Os CRAs podem ser classificados de acordo com a forma de remuneração:

  • CRA Prefixado: oferece uma taxa de retorno fixa definida no momento da compra. O investidor sabe exatamente quanto receberá ao final do período.
  • CRA Pós-fixado: está vinculado a um índice como o CDI. A rentabilidade pode variar de acordo com o desempenho do indicador escolhido.
  • CRA Híbrido: combina uma taxa fixa com a variação de um índice, como IPCA + 5% ao ano, e oferece proteção contra inflação e previsibilidade parcial.

Vantagens do CRA

Os CRAs oferecem diversos benefícios para investidores que buscam diversificação e rentabilidade:

  • Isenção de Imposto de Renda: essa característica torna os CRAs atrativos para pessoas físicas, pois a rentabilidade é líquida, o que aumenta o retorno em comparação com títulos tributados.
  • Diversificação: por serem atrelados ao agronegócio, os CRAs ajudam a diversificar a carteira, já que o setor tem características próprias e, muitas vezes, não segue os mesmos ciclos de outros mercados financeiros.
  • Rentabilidade competitiva: em geral, os CRAs apresentam rentabilidades superiores a opções como CDBs e Tesouro Direto.
  • Apoio ao agronegócio: além do retorno financeiro, o investimento em CRA contribui para o desenvolvimento do setor agrícola, essencial para a economia brasileira.
  • Estrutura de Garantias: em muitos casos, os CRAs possuem garantias adicionais que protegem o investidor em caso de inadimplência.

Riscos do CRA

Apesar das vantagens, os CRAs possuem riscos que devem ser analisados cuidadosamente:

  1. Risco de crédito: o maior risco do CRA está na possibilidade de inadimplência da empresa emissora ou das contrapartes dos recebíveis. É essencial avaliar a qualidade do emissor e das garantias associadas ao título.
  2. Risco de mercado: a rentabilidade pode ser impactada por flutuações nas taxas de juros e inflação, especialmente no caso de CRAs pós-fixados.
  3. Risco de liquidez: muitos CRAs não possuem mercado secundário ativo, o que dificulta a venda antecipada. É importante investir com um horizonte temporal compatível com o vencimento do título.
  4. Risco do setor: o agronegócio está sujeito a condições climáticas, variações sazonais e políticas públicas que podem impactar a capacidade de pagamento das empresas emissoras.

Como investir em CRA?

O investimento em CRA pode ser feito por meio de corretoras ou plataformas de investimento. Veja os passos básicos:

  1. Escolha da corretora: abra uma conta em uma corretora que ofereça CRAs. Muitas plataformas disponibilizam análises detalhadas sobre os títulos, inclusive com prospectos e informações sobre os emissores.
  2. Definição do perfil de investimento: avalie sua tolerância a riscos, necessidade de liquidez e objetivos financeiros antes de decidir pelo CRA.
  3. Análise dos títulos: compare as opções disponíveis e leve em consideração prazo, rentabilidade, garantias e solidez do emissor.
  4. Monitoramento: acompanhe o desempenho do título e o contexto econômico. Isso é especialmente importante para CRAs pós-fixados e híbridos.

Os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) são uma alternativa de investimento interessante para quem deseja diversificar sua carteira, apoiar o setor agrícola e buscar rentabilidades atrativas com isenção de Imposto de Renda. 

Apesar de serem considerados relativamente seguros, é fundamental analisar os riscos, a qualidade dos emissores e as garantias oferecidas. Um planejamento cuidadoso e o alinhamento com os objetivos financeiros são essenciais para aproveitar os benefícios desse tipo de investimento.


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