Glossário
Instrução CVM - O que é, significado e definição
Veja o que são as Instruções CVM, sua importância para o mercado de capitais e o processo de transição para resoluções
A Instrução CVM é um instrumento normativo editado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para regulamentar e orientar o funcionamento do mercado de capitais brasileiro. Essas instruções são fundamentais para estabelecer padrões, regras e obrigações que asseguram a transparência, a integridade e a eficiência do sistema financeiro.
O que é a CVM?
A Comissão de Valores Mobiliários é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Fazenda, criada pela Lei nº 6.385/1976, responsável por fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil. Entre suas atribuições, destaca-se a emissão de instruções normativas, conhecidas como Instruções CVM.
O que são as Instruções CVM?
As Instruções CVM são atos normativos secundários, ou seja, regulamentações emitidas com base na legislação vigente. Servem para detalhar e operacionalizar os dispositivos legais e são obrigatórias para os agentes do mercado.
Cada instrução aborda um tema específico, como:
- regras para fundos de investimento;
- normas contábeis para companhias abertas;
- procedimentos para ofertas públicas de ações (IPOs);
- obrigações de agentes fiduciários;
- condutas esperadas de administradores e analistas.
A CVM publicou diversas instruções ao longo dos anos. Muitas delas foram revogadas, substituídas ou consolidadas nas Resoluções CVM, processo iniciado em 2021 para modernizar a regulação.
Principais Instruções CVM (anteriores à conversão em resoluções)
Algumas das instruções mais relevantes — muitas já incorporadas às resoluções atuais — incluem:
- Instrução CVM 555
Estabelecia as regras gerais para constituição, administração e funcionamento dos fundos de investimento. Foi substituída em 2022 pela Resolução CVM 175, que consolidou diversas normas. - Instrução CVM 480
Tratava do registro de emissores de valores mobiliários admitidos à negociação em mercados regulamentados. Substituída pela Resolução CVM 160. - Instrução CVM 476
Regulava ofertas públicas com esforços restritos, voltadas para investidores profissionais. Também consolidada pela nova Resolução CVM 160. - Instrução CVM 400
Normatizava as ofertas públicas de distribuição de valores mobiliários ao público em geral. Igualmente substituída pela Resolução CVM 160. - Instrução CVM 592
Estabelecia normas para rating de crédito no Brasil, voltadas a agências classificadoras.
Esses exemplos ilustram a importância das instruções como ferramentas para a organização do mercado e para a proteção do investidor.
A transição para as Resoluções CVM
A partir de 2021, a CVM iniciou a substituição das antigas instruções por resoluções. Os objetivos são:
- Eliminar redundâncias e sobreposições normativas.
- Modernizar a linguagem jurídica.
- Simplificar o acesso à regulamentação.
- Reunir temas relacionados em normas únicas e mais abrangentes.
Por exemplo, a Resolução CVM 175, em vigor desde 2023, substituiu diversas instruções e representa um novo marco para a regulação dos fundos de investimento.
Quem precisa seguir as Instruções CVM?
As normas da CVM são obrigatórias para todos os participantes do mercado de capitais, como:
- companhias abertas;
- corretoras e distribuidoras de valores mobiliários;
- administradores e gestores de fundos de investimento;
- auditores independentes;
- agentes fiduciários;
- investidores institucionais;
- agentes autônomos e analistas.
O descumprimento dessas normas pode acarretar sanções administrativas, como advertência, multa, suspensão ou inabilitação para o exercício de cargos no mercado.
Como acessar as Instruções CVM?
Todas as instruções estão disponíveis no site oficial da CVM (www.gov.br/cvm), com versões atualizadas, revogações e substituições por resoluções.
Além disso, a CVM publica orientações e perguntas frequentes (FAQs) para facilitar a compreensão e a aplicação das normas por parte do público.
As Instruções CVM desempenharam um papel essencial na estruturação e no desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro. Ao regulamentar aspectos técnicos e operacionais da atuação de empresas, fundos e intermediários financeiros, essas normas garantiram maior previsibilidade, segurança jurídica e transparência para investidores e emissores.
Com a modernização regulatória, muitas instruções foram absorvidas pelas novas resoluções. Ainda assim, entender a origem e o conteúdo das instruções é essencial para quem atua no mercado financeiro de forma responsável.
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