“A evolução que vimos no mercado nos últimos anos é incrível”, diz Masagão, da B3
Painel da Expert XP debateu os avanços do mercado de capitais no Brasil
O mercado de capitais brasileiro passou por uma grande transformação nos últimos anos – resultado de avanços regulatórios, da disponibilização de novos produtos, e de uma mudança na cultura de investimentos no país.
“Pensar que há menos de 10 anos, não tinha 1 milhão de CPFs com ação em carteira, hoje temos mais de 5 milhões. Esse avanço foi fruto de avanço regulatório e da transformação da cultura de investimentos, e tem a ver com o trabalho do regulador, com novas infraestruturas, novos produtos, como fundos listados, ETFs, BDRs, novos contratos futuros e opções”, destaca Luis Masagão, vice-presidente de Produtos e Clientes da B3. Ele esteve nesta sexta-feira (25) na Expert XP 2025, em painel ao lado de André Demarco, da BSM, e de João Accioly, da CVM.
“Tudo isso amplifica a gama de possibilidades de investimento. A gente tem todo esse ecossistema hoje com padrão internacional. Isso era impensável cinco anos atrás”, diz Masagão.
E essas mudanças não se restringem ao mercado de renda variável, destacou o vice-presidente da B3. “Se voltar 10 anos, mercado de renda fixa era basicamente um mercado institucional, de clientes imensos que faziam grandes operações, compradas e encarteiradas pelos bancos e BNDES”, disse.
Hoje, diz ele, o mercado de renda fixa é mais acessível aos investidores pessoa física. Além disso, cresceu a indústria de fundos de crédito, que seguem captando recursos mesmo em um ano desafiador para a indústria de fundos de investimentos. “Só no mercado secundário, temos R$ 5 bi de negócios por dia, todo dia. Anos atrás isso era impensável, o crédito no Brasil agora tem muita liquidez”, afirmou Masagão.
André Demarco, da BSM, destacou ainda o papel da regulação e da autorregulação nesse desenvolvimento do mercado. “Tivemos muitos aprendizados. A lei pensada nem sempre se adequa 100% ao modelo prático. Esse é um dos grandes papéis da BSM como autorreguladora”, afirmou. “Um mercado regulado traz segurança para o investidor”, completou.
Accioly destacou ainda a importância do regulador entender a necessidade de diminuição do custo de observância. “O regulador, a meu ver, tem que reagir aos avanços do mercado”, disse. Demarco concorda: “A CVM tem sido muito ativa na atualização regulatória. A pior coisa que tem é uma regulação velha”.
Novos produtos e índices
Para acompanhar as rápidas mudanças do mercado, são necessários novos dados. “O mundo está mudando em uma velocidade gigante. A gente vê uma evolução bem grande, especialmente no mercado de renda fixa. Para nós, esse será o grande driver de crescimento. Era um mercado ainda nascente e que vai alcançar maturidade. A renda fixa ainda tem o que aprender com o mercado de ações: temos um gap de evolução, de produtos, de dados”, disse Masagão.
Um passo em direção a essa maturidade é a maior disponibilidade de dados aos investidores. “Da mesma forma que temos o Ibovespa B3 nas ações, no mundo de renda fixa a gente tem muito menos índices. Por isso, estamos lançando índices de renda fixa, acho que vão ser novos benchmarks para o mercado. Vão dar transparência para os investimentos”.
Outro avanço no mercado, diz Masagão, são os ETFs. “ETFs também são uma tendência internacional que vem crescendo no Brasil e vão crescer cada vez mais. A gente vê o regulador disposto a discutir ETFs ativos. E o ETF combina muito com o modelo de advisor de fee based”.
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