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“A humanidade tem uma escolha: cooperar ou morrer”, diz secretário-geral da ONU na COP 27

Prioridade é limitar o aquecimento e financiar a transição energética

No primeiro dia útil da cúpula do clima, a COP 27 no Egito, o secretário-geral da ONUAntónio Guterres, pediu aos países para trabalharem juntos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa no mundo. Enfático, advertiu aos mais de 100 líderes mundiais reunidos: “cooperar ou morrer”.

“A humanidade tem uma escolha: cooperar ou morrer. Ou um pacto pela solidariedade climática, ou um pacto pelo suicídio coletivo”, disse Guterres. Em outro momento do discurso, o secretário-geral da ONU enfatizou que estamos perdendo a luta das nossas vidas.

“As emissões de gases de efeito estufa continuam crescendo. As temperaturas globais continuam subindo. E nosso planeta está se aproximando rapidamente de pontos de inflexão que tornarão o caos climático irreversível”,

+ COP 27: o que é a Conferência e os desafios que ela traz ao Brasil

Um relatório da Organizações das Nações Unidas alertou que as metas climáticas estabelecidas pelos países ainda não foram suficientes para conter os efeitos das mudanças do clima. Sem essas medidas, o mundo pode sofrer um aquecimento de 2,5 graus Celsius até o final deste século.

Segundo António Guterres é necessário que o planeta acelere a transição dos combustíveis fósseis para fontes mais limpas de energia. Para isso é fundamental garantir aos países mais pobres financiamento para reduzir as suas emissões e lidar com os impactos das mudanças climáticas que já estão em curso.

Macron na COP 27

O presidente da França, Emmanuel Macron, disse hoje em discurso na COP 27 que os países ricos não europeus devem ajudar financeiramente as nações pobres a lutar contra as mudanças climáticas.

“Precisamos de um grande choque no financiamento. Estados Unidos e China devem responder a este desafio. É necessário pressionar os países ricos não europeus “, declarou em um encontro com jovens.

Clima e florestas até 2030

 Uma parceria entre líderes mundiais comprometendo-se a deter e reverter a perda de florestas e a degradação da terra até 2030, deve ser lançado hoje na COP 27. A Parceria de Líderes de Florestas e Clima (FCLP, da sigla em inglês), foi prometida no Pacto Climático de Glasgow.

“Se alcançado, proporcionaria 10% da ação de mitigação climática necessária até 2030 para cumprir o Acordo de Paris. Presidido pelos Estados Unidos e Gana, os membros do FCLP representam uma variedade de regiões, grandes áreas florestais e centros de comércio e finanças. 60% do PIB global e mais de 33% das florestas do mundo são cobertos por esta parceria”, diz o documento.

O trabalho – que terá colaboração do setor privado, sociedade civil e líderes comunitários – vai identificar áreas estratégicas onde o FCLP pode ajudar a implementar ou ampliar soluções novas e existentes.

“Hoje será anunciado que os doadores públicos já gastaram US$ 2,67 bilhões dos US$ 12 bilhões comprometidos no ano passado para proteger e restaurar as florestas. Na COP27, mais US$ 4,5 bilhões de doadores públicos e privados serão comprometidos”.

Setor privado contra o aquecimento global

A JBS e outras treze empresas de alimentos apresentaram na Conferência do Clima um projeto sobre como vão trabalhar para reduzir as emissões decorrentes da mudança do uso da terra em suas operações.

“Para avançar da maneira mais rápida no Brasil, o setor deve se concentrar nas principais áreas e impulsionadores do desmatamento: a Amazônia e o desmatamento ilegal”, disse em nota o CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni.

COP 27 – Conferência do Clima

A Conferência do Clima vai durar duas semanas e tem como principal objetivo discutir e estabelecer metas para fazer frente as mudanças climáticas. Cerca de 100 chefes de estado vão participar do encontro.

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, vai participar do evento na semana que vem. Já o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, falará no encontro ainda esta semana.

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