BC vê moderação do crescimento, mas mercado de trabalho resiliente por mais tempo
Diretor de política monetária do Banco Central, Nilton David, afirma que “o mercado de trabalho provavelmente vai ser o último dos sinais que será afetado pelo desaquecimento da economia”
O diretor de política monetária do Banco Central (BC), Nilton David, afirmou que a autoridade monetária está vendo sinais de moderação no crescimento do país, mas ressaltou que a meta não é atividade e sim inflação. David está em Washington (EUA) onde participou de evento promovido pelo JPMorgan.
“Estamos vendo alguns sinais de moderação no crescimento, mas, novamente, a meta é inflação, não atividade”, disse.
David ressaltou que o Brasil tem surpreendido no crescimento por quatro anos seguidos e ressaltou que “estamos convencidos” que o país cresceu acima do potencial nos últimos anos.
Ao apresentar um slide com um gráfico apontando os níveis do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), o diretor destacou que um “platô” na atividade econômica é um sinal de que a política monetária está funcionando.
Mercado de trabalho ainda resiliente
David ressaltou que o IBC-Br é um indicador de alta frequência, não é perfeito, mas “dá uma ideia do que está acontecendo na margem, os últimos movimentos, então gostamos de olhar para isso”.
Ao mostrar um gráfico do resultado do IBC-Br sem dados da agropecuária, o diretor apontou que parece ter atingido o “platô” pelos últimos seis meses. Esse indicador mostrou queda de 0,2% no trimestre encerrado em fevereiro na comparação com o trimestre anterior.
Perguntado se será necessário ver o mercado de trabalho enfraquecendo antes do BC contemplar alguma redução na posição contracionista da política monetária, Nilton afirmou que “o mercado de trabalho provavelmente vai ser o último dos sinais que será afetado pelo desaquecimento da economia”.
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