BCE decide manter juros inalterados pela terceira vez e reforça discurso sobre aperto prolongado
Em discurso após o anúncio da decisão, a presidente do BCE afirmou que os riscos ao crescimento econômico na zona do euro pendem para baixo
O Banco Central Europeu (BCE) decidiu deixar suas principais taxas de juros inalteradas pela terceira vez consecutiva, mas reforçando a mensagem de que manterá nível restritivo pelo tempo necessário para baixar a inflação à meta de 2% ao ano, em reunião nesta quinta-feira.
Desta forma, a taxa de refinanciamento do BCE permanece em 4,50%, a de depósitos, em 4%, e a de empréstimos, em 4,75%. A decisão veio em linha com a expectativa de analistas.
“Com corte de juros e crescimento econômico, há espaço para a bolsa avançar”, diz André Perfeito
O BCE afirma que, com exceção dos efeitos de base dos preços de energia, a tendência de redução da inflação na zona do euro tem continuado e o aperto monetário mantém sua transmissão para as condições financeiras, contribuindo para conter a demanda. O banco central ressalta que os dados recentes confirmaram de modo geral as perspectivas de inflação de médio prazo.
“Continuaremos a seguir uma abordagem dependente de dados para determinar o nível e a duração adequados do aperto monetário”, afirmou o BCE, em comunicado, acrescentando que olhará particularmente para perspectivas de inflação e força da transmissão monetária. “Nossas futuras decisões vão garantir que as taxas de juros permanecerão em níveis suficientemente restritivos por quanto tempo for necessário.”
Riscos ao crescimento econômico
Em discurso após o anúncio da decisão, a presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou que os riscos ao crescimento econômico na zona do euro pendem para baixo, em um cenário de política monetária restritiva. Segundo ela, a atividade deve ter estagnado no quarto trimestre de 2023 e que os indicadores mais recentes sugerem fraqueza.
Entretanto, ela afirmou que a taxa de juros vai ser mantida em patamar restritivo “pelo tempo que for necessário” para reduzir a inflação na zona do euro à meta de 2% ao ano.
O Conselho também reiterou a decisão de seguir com a normalização do balanço patrimonial do Eurosystem, em um plano que pretende acabar com os reinvestimentos do Programa de Compras de Emergência na Pandemia (PEPP, na sigla em inglês) até o fim de 2024. De acordo com o comunicado, o BCE vai reinvestir completamente os pagamentos de ativos que vencem no primeiro semestre de 2024, mas devem reduzir o portfólio em 7,5 bilhões de euros ao mês a partir do segundo semestre.
*Agência Estado
Quer entender o que é macroeconomia e como ela afeta seu bolso? Acesse o curso gratuito Introdução à Macroeconomia, no Hub de Educação da B3.