Bolsa cai e dólar vai a R$ 5,41 com falta de sinais claros sobre controle de gastos
O mercado financeiro não recebeu bem as indicações de Fernando Haddad, cotado para assumir o Ministério da Fazenda, sobre o cenário fiscal brasileiro
A Bolsa do Brasil (B3) encerrou a semana em forte queda e o dólar disparou nesta sexta-feira, 25/11. O mercado financeiro reagiu mal à fala do ex-ministro da Educação Fernando Haddad, cotado para assumir o Ministério da Fazenda do governo eleito, em um evento da Febraban (Federação Brasileira de Bancos). Os investidores avaliaram que Haddad não deu indicações claras sobre o futuro do cenário fiscal.
O Ibovespa fechou em baixa de 2,55%, aos 108.976 pontos. Na mínima do dia chegou a 108.552 pontos. O dólar comercial avançou 1,89% e fechou cotado a R$ 5,41. Na semana, a alta acumulada foi de 0,68%. Os juros futuros também encerraram o pregão no positivo e voltam a acumular alta ao longo da semana. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 subiu de 14,31% para 14,48%; e o DI para janeiro de 2027 saltou de 13,40% para 13,58%.
Nova âncora fiscal
No discurso na Febraban, Fernando Haddad disse que o “mais prudente” é fazer a discussão sobre uma nova âncora fiscal para o país apenas em 2023, após a transição. Afirmou ainda que o atual governo estourou o teto de gastos em mais de R$ 800 bilhões e que há diversas propostas de nova âncora publicadas.
Reforma Tributária
A reforma tributária também foi assunto do discurso do ex-prefeito a representantes do setor bancário. Segundo Haddad, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu “determinação clara” para que seja dada “prioridade total” à reforma tributária a partir de 2023. Ele lembrou da dificuldade de aprovar a reforma nos mandatos anteriores do PT, mas acredita que agora há mais maturidade por parte do Congresso para debater a proposta.
Campos Neto no evento
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto também participou do evento. Em seu discurso, ele voltou a chamar atenção para os riscos de alta da inflação, além da importância da credibilidade fiscal.