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Copom reduz Selic em 0,50 p.p. mais uma vez, e taxa básica de juros vai a 12,25%

Banco Central (BC) diminui a Selic em 0,5 ponto percentual pela terceira vez seguida

Porcentagem do real
A Selic é a taxa básica de juros do Brasil. Foto: Adobe Stock

Em reunião encerrada nesta quarta-feira (1º/11), o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu por cortar a Selic mais uma vez em 0,50 ponto porcentual. Assim, a taxa básica de juros do Brasil vai para o patamar de 12,25% ao ano.

A decisão foi unânime entre os nove integrantes do colegiado. O comunicado aponta que, se confirmado o cenário esperado, o BCB deve seguir o ritmo de cortes na próxima reunião, que acontece nos dias 12 e 13 de dezembro.

Selic a 12,25%: quais os impactos nos investimentos em renda fixa?

“Os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, diz o comunicado. 

É a terceira vez que o comitê opta por reduzir a taxa em 0,50. Antes disso, o juro básico passou quase um ano no nível dos 13,75%. 

A deliberação veio em linha com as expectativas do mercado, que já previa um corte nesta proporção. Assim, as decisões do Banco Central (BC) seguem ao encontro da projeção do relatório Focus, que prevê o encerramento de 2023 com a Selic a 11,75%. Para o encerramento de 2024, o mercado espera que a taxa básica esteja a 9,25%.

O que motivou a decisão?

No comunicado emitido, o Copom destacou a “evolução do processo de desinflação” como um dos principais motivos na decisão tomada. Segundo a análise do colegiado, o conjunto dos indicadores de atividade econômica segue consistente com o cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres.

No entanto, o comunicado enfatiza que o ritmo de elevação de preços segue acima da meta. “A inflação cheia ao consumidor manteve trajetória de desinflação, mas segue acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta de inflação, enquanto as medidas mais recentes de inflação subjacente ainda se situam acima da meta para a inflação”, pontuou.

Além disso, o Comitê ressaltou que alguns cenários podem trazer riscos à inflação, principalmente:

  • Uma maior persistência das pressões inflacionárias globais;
  • Uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado.

Cenário externo exige atenção e cautela, diz BC

No cenário externo, o Comitê considerou o ambiente adverso, principalmente, em função da elevação das taxas de juros de prazos mais longos nos Estados Unidos, da resiliência dos núcleos de inflação em níveis ainda elevados em diversos países e de novas tensões geopolíticas.

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“O ambiente externo mostra-se adverso”, citou a diretoria colegiada da autoridade monetária.

Resultado fiscal

Por fim, o comunicado reforçou de forma mais contundente a importância do cumprimentos das metas fiscais por parte do governo.

“Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas”.

Projeções para inflação

As projeções oficiais do BC para inflação caíram para este ano e tiveram ligeira alta para 2024 e 2025, de acordo com o comunicado. No cenário de referência, o BC alterou a projeção do IPCA de 2023 de 5,0% para 4,7%. Para 2024, a atualização foi de 3,5% para 3,6%. Já para 2025, foi de 3,1% para 3,2%.

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