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Cotação do petróleo dispara 8,2% desde o início do conflito Israel-Hamas

Alta reflete receio de que guerra se espalhe para outros países do Oriente Médio. Petrobras e governo descartam desabastecimento de combustíveis após alta da commodity

Petróleo. Foto: Pixabay
Desde o início da guerra, as ações preferenciais da Petrobras subiram 14,9%. Foto: Pixabay

Os temores de um possível espalhamento do conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas para outros países do Oriente Médio segue pressionando os preços do petróleo no mercado internacional.

Desde o início do conflito, os contratos do barril do tipo Brent, referência internacional, avançaram 8,2%. Saíram de US$ 84,58 no dia 6 de outubro – um dia antes do Hamas atacar Israel – para US$ 91,50 no fechamento de ontem, 18/10.

O preço da commodity disparou ainda mais após a explosão no hospital Ahli Arab, em Gaza, que deixou centenas de mortos. Israel afirmou que a Jihad Islâmica foi responsável pelo bombardeio. A informação foi negada pelo grupo extremista, que junto com o Hamas, acusou os israelenses.

Depois desse episódio, o Ministério das Relações Exteriores do Irã – financiador do Hamas – pediu embargo total à oferta de petróleo a Israel por parte dos países árabes, o que pode pressionar para uma extensão do conflito e aumentar as tensões no mercado.

ESCALADA DO PETRÓLEO – BRET (DEZ/23) – (em US$/barril)

Fonte: Investing.com

Nesta quinta-feira, 19/10, a cotação do petróleo opera em baixa, após os Estados Unidos anunciarem a retirada de sanções econômicas à Venezuela em troca de eleições justas no país latino-americano.

Impacto nos combustíveis

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, descartou, qualquer risco de desabastecimento de combustíveis no Brasil por causa do aumento do preço do petróleo no mercado internacional.

“A Petrobras tem tido toda a responsabilidade na questão do suprimento de combustível no Brasil. Inclusive, essa responsabilidade é do Ministério de Minas e Energia, de manter qualidade de produto e garantia de suprimento”, afirmou.

Ainda de acordo com o ministro, a estatal deve observar o preço no mercado internacional, já que o Brasil não é autossuficiente na produção de combustíveis derivados de petróleo.

“A Petrobras está trabalhando sempre observando a volatilidade, mas muito focada em seus custos internos. Foi isso que nós fizemos um compromisso com o povo. A Petrobras não precisa ser subserviente ao preço internacional”.            

Em maio, a companhia mudou a sua política de preços para evitar grandes variações na cotação do petróleo no mercado internacional.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que, “em princípio”, a guerra não deve afetar os preços dos combustíveis no Brasil.  No entanto, disse que se o conflito escalar para países produtores na região, será uma “tempestade perfeita”.

“Pode se alastrar. Já tivemos um impacto inicial [no preço], como acontece em toda guerra, e depois voltou mais ou menos para o preço que estava antes: US$ 91.”

Impacto nas ações da Petrobras

Desde o início da guerra, as ações preferenciais da Petrobras subiram 14,9%. Essa disparada levou a estatal a alcançar nesta quarta-feira, 18/10, o maior valor de mercado da sua história.

Segundo levantamento do consultor financeiro, Einar Rivero, a empresa atingiu R$ 525 bilhões, superando seu recorde anterior de R$ 520,6 bilhões. “É importante ressaltar que o valor de mercado de uma empresa é calculado com base no preço da ação na data do cálculo multiplicado pela quantidade de ações em circulação na mesma data”, explicou.

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