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Criação de vagas desacelera nos EUA, mas segue elevada; PIB da zona do Euro fica estável

Oferta de emprego nos Estados Unidos desacelerou no início do ano, mas setor privado ainda criou vagas em fevereiro. Na zona do Euro, economia parou no 4º trimestre

Bandeira dos Estados Unidos tremulando asteada em frente a prédio histórico
Bandeira americana. Foto: Adobe Stock

A oferta de empregos nos Estados Unidos começou o ano em desaceleração, no entanto ainda em um patamar historicamente elevado. O mercado de trabalho segue muito forte, o que impõem ao Federal Reserve (Fed) – o banco central americano – continuar com o aperto monetário, ou seja, subir ainda mais os juros.

O número de vagas disponíveis caiu para 10,8 milhões em janeiro, ante 11,2 milhões revisados para cima no mês anterior. O resultado veio na Pesquisa de Vagas de Emprego e Rotatividade de Trabalho (JOLTS, na sigla em inglês), publicada nesta quarta-feira, 08/03, pelo Departamento do Trabalho americano.

Apesar da perda de ritmo, os dados de emprego vieram acima do esperado pelos economistas, com 10,5 milhões de vagas. O relatório apontou uma demanda robusta por trabalhadores que está muito acima da oferta, o que pressionou os salários e, portanto, a inflação.

Ontem o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou durante uma audiência no Senado americano que o BC deve elevar as taxas de juros a um nível mais alto e potencialmente mais rápido que o previsto anteriormente caso os dados econômicos continuassem fortes.

Nesta quarta-feira, Powell voltou a repetir o alerta sobre o ritmo de aumentos das taxas de juros, se necessário, para derrotar a alta inflação. O comentário aconteceu no Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, em seu segundo dia de audiências no Congresso dos Estados Unidos.

“Enfatizo que nenhuma decisão foi tomada sobre isso [aumento de juros na próxima reunião em março] – mas se a totalidade dos dados indicar que um aperto mais rápido é necessário, estamos preparados para aumentar o ritmo das altas de juros”, disse.

Na sexta-feira, 10/03, será divulgado o tão esperado do Payroll – relatório do índice de emprego americano.

Empregos no setor privado

Em uma outra frente sobre o mercado de trabalho americano, o setor privado dos Estados Unidos criou 242 mil vagas em fevereiro. O resultado veio bem acima de janeiro, com 106 mil empregos, e do consenso do mercado financeiro de 205 mil vagas.

Os dados são da empresa de especializada em gerenciamento de capital humano, Automatic Data Processing (ADP), em parceria com o Stanford Lab e foram divulgados hoje.

Pelo lado dos salários, houve uma alta média de 7,2% em fevereiro, o ritmo mais lento de ganhos em 12 meses. Apesar da perda de ritmo, a economista-chefe da ADP, Nela Richardson, afirmou que a modesta desaceleração dos aumentos salariais, por si só, não deve reduzir a inflação rapidamente no curto prazo.

“Há uma compensação no mercado de trabalho agora. Estamos vendo contratações robustas, o que é bom para a economia e para os trabalhadores, mas o crescimento salarial continua bastante elevado.

Economia na zona do Euro

O Produto Interno Bruto (PIB) da zona do Euro ficou estável no 4º trimestre do ano passado em relação ao anterior. O resultado veio abaixo do estimado anteriormente de expansão de 0,1% – o que mostra uma perda de ritmo da economia diante da inflação e dos juros ainda em patamares elevados.

Na comparação do último trimestre de 2022 com o do ano anterior, houve uma alta de 1,8%. Os dados são do Eurostat – escritório de estatísticas da União Europeia. O maior crescimento do PIB foi na Grécia – alta de 1,4% em relação ao 3º trimestre. A queda mais intensa aconteceu na Polônia – menos 2,4% – na mesma base de comparação.

Apesar da estabilidade nos últimos três meses de 2022, no ano, a economia da zona do Euro cresceu 3,5%.

Para 2023, as expectativas para a economia da zona do Euro estão melhores – diante da queda na percepção de riscos em relação a crise energética na Europa, como afirmou a LCA Consultoria Econômica em relatório            

“O inverno ameno e a redução voluntária do consumo energético, bem como a busca por fontes de energia alternativas ao gás natural de origem russa, sugerem que a possibilidade de um renovado choque adverso de oferta reduziu-se significativamente. Com isso, o risco de uma contração aguda da atividade no continente refluiu de maneira consistente e as expectativas de crescimento para a Zona do Euro também vêm melhorando”.

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