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Desemprego cai para 8% no 2º trimestre, menor taxa em quase uma década

Apesar da queda, desocupação ainda atinge 8,6 milhões de brasileiros. Já a ocupação cresceu puxada pelo emprego sem carteira assinada. Rendimento ficou estável

A taxa de desemprego no Brasil ficou em 8% no 2º trimestre de 2023, uma retração em relação aos 8,8% nos primeiros três meses do ano. Essa é a menor taxa para esse trimestre desde 2014. No mesmo período de 2022, a valor era de 9,3%.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta sexta-feira, 28/07, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar dessa desaceleração, o Brasil ainda tem 8,6 milhões de desempregados. São menos 785 mil brasileiros na comparação com o trimestre anterior e menos 1,4 milhão em um ano.

Para o economista da XP, Alexandre Maluf, esse resultado ficou abaixo da expectativa do mercado, o que é um bom sinal.

“Acreditamos que o mercado de trabalho continuará em desaceleração gradual no segundo semestre, em linha com o arrefecimento da atividade doméstica. A taxa de desemprego deverá terminar 2023 em cerca de 8,5%”

EVOLUÇÃO TRIMESTRAL DA TAXA DE DESEMPREGO NO BRASIL

Fonte: IBGE

Informalidade puxa ocupação

A população ocupada cresceu 1,1% no 2º trimestre, em relação ao anterior, para 98,9 milhões de pessoas. Na comparação anual, houve crescimento de 0,7%, somando 641 mil brasileiros a mais no mercado de trabalho.

No entanto, a informalidade foi a responsável pelo aumento da ocupação. Houve um aumento de 303 mil pessoas sem carteira assinada no mercado de trabalho no 2º trimestre, totalizando 13,1 milhões.

O número de trabalhadores domésticos avançou 2,6% na comparação trimestral, o que elevou o contingente para 5,8 milhões de brasileiros. Esse movimento elevou a taxa de informalidade em 0,2 ponto percentual, para 39,2%.

Na categoria por conta própria, houve estabilidade em 25,2 milhões de pessoas, na comparação com o trimestre anterior. Em relação ao mesmo período de 2022, houve redução de 491 mil trabalhadores.

Para a coordenadora da pesquisa, Adriana Beringuy, esse movimento aponta para recuperação de padrão sazonal desse indicador.

“Pelo lado da ocupação, destaca-se a expansão de trabalhadores na administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, no trimestre e no ano”.

Emprego com carteira fica estável

O emprego com carteira assinada também ficou estável, totalizando 36,8 milhões de pessoas, mas com mais 991 mil trabalhadores a mais em relação ao mesmo trimestre do ano passado.

O número de empregados no setor público (com ou sem carteira assinada), por sua vez, cresceu 3,8% frente ao trimestre anterior. Nesse sentido, houve um acréscimo de 450 mil pessoas no período.

Ontem, números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), apontou queda na geração de empregos com carteira em junho. Foram abertos 157.198 vagas formais, contra 285.009 no mesmo mês do ano passado.

Subutilização e desalento caem

A população subutilizada caiu 5,7% no 2º trimestre frente ao anterior, mas ainda atinge 20,4 milhões de brasileiros.

Essas pessoas são chamadas de ‘mão de obra desperdiçada’, pois englobam não apenas os desempregados, mas as pessoas que trabalham menos horas do que gostariam e as que não procuram emprego, mas tem disponibilidade para trabalhar.  

Os desalentados, que estão sem emprego e não procuram recolocação, ficaram em 3,7 milhões no 2º trimestre – 5,1% menos que nos três meses anteriores.

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Renda fica estável

A renda média dos trabalhadores ficou estável no 2º trimestre, ante o anterior, em R$ 2.921. O rendimento médio real habitual dos trabalhadores considera a soma de todos os trabalhos.

Já a massa de rendimento real habitual foi estimada em R$ 284,1 bilhões. O resultado também ficou estável frente ao trimestre anterior, mas cresceu 7,2% na comparação anual.

“Na comparação trimestral, o crescimento da população ocupada não foi suficiente para, diante da estabilidade do rendimento, provocar aumento da massa. Já no ano temos um panorama em que tanto a população ocupada como o rendimento sobem, ou seja, mais pessoas trabalhando e com maiores remunerações”, explica Adriana.

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