DIVO, XINA e ROXO… os tickers mais criativos da B3 que você precisa conhecer
O ticker funciona como o DNA de uma empresa listada na bolsa e facilita a identificação pelo investidor
Os tickers são conhecidos como o DNA de um ativo negociado em bolsa. Cada empresa ou produto tem o seu único, e que serve para identificação personalizada do investimento, seja ele uma ação, BDR, ETF ou outro.
O código segue um padrão de letras e números, mas a escolha fica a critério das empresas (e do aval da B3), que precisa ter relação com o nome da companhia ou do produto. Dentro desse cenário, alguns tickers se destacam por sua criatividade.
“O ticker é a ‘cara’ da empresa na bolsa — ele aparece em plataformas, notícias, gráficos e redes sociais. Um código bem pensado pode reforçar o branding da companhia, facilitar a lembrança por parte dos investidores e até influenciar o primeiro contato com a ação. Em um mercado com centenas de empresas listadas, diferenciação é um ativo valioso, inclusive nos detalhes”, Bernardo Gomes, sócio e analista da Santa Fé Investimentos.
DIVO11 – ETF IT NOW IDIV
O nome pode até parecer meme, mas o DIVO11 é o ticker de um ETF (Exchange Traded Funds) que replica o desempenho do índice IDIV B3, um indicador de dividendos. Conhecido como IT NOW IDIV, o fundo de índice acompanha o desempenho das empresas que se destacaram em termos de remuneração dos investidores, sob a forma de dividendos e juros sobre o capital próprio (JCP).
ROXO34 – Nu Holdings
Conhecido como ação da Nubank, o ROXO34 é o código do BDR da empresa na bolsa brasileira. Fazendo alusão a cor marcante da companhia, o ticker sai do óbvio em usar letras que não são sobre o seu nome diretamente.
FOMO11 – Hashdex Momentum
O FOMO11 é o ticker do ETF Hashdex Momentum, fundo que acompanha os 12 principais criptoativos com maior capitalização de mercado. O ETF tem como diferencial o ajuste mensal, para não ficar ‘desatualizado’. A característica de não perder o que está em alta “no momento” é o que faz referência ao F.o.M.O (Fear of Missing Out, em inglês), que seria o medo de ficar de fora, de não conseguir acompanhar as atualizações e eventos que estão acontecendo no mundo.
XINA11 – ETF MSCI China
O correto é Xina ou China? Os dois. O XINA11 é código do ETF que é atrelado ao MSCI China, um índice que representa o desempenho de grandes e médias empresas do gigante asiático.
Conheça mais tickers criativos presentes na B3
Ações
- Boa Safra Sementes SA – SOJA3
- Humberg Agribrasil Com. e Export. de Grãos S.A. – GRAO3
- International Meal Company – MEAL3
- Meliuz SA – CASH3
- MINERVA S.A. – BEEF3
- Localiza – RENT3
- T4F Entretenimento – SHOW3
- Terra Santa Properties Agricolas SA – LAND3
FIIs e Fiagros
- FII Malls Brasil Plural – MALL11
- FII MULTI SHOPPINGS – SHOP11
- FII Navi Residencial – APTO11
- Bigtrade Suno Fiagro – CAFE11
BDRs
- Americold – COLD34 (BDR)
- Nu Holdings – ROXO34
- Six Flags Entertainment – F1UN34
ETFs
- BB ETF ÍNDICE FUTURO DE MILHO B3 – CORN11
- HASHDEX MOMENTUM – FOMO11
- INVESTO JOGO – JOGO11
- Investo MSCI US Real Estate – ALUG11
- Investo ETF US Listed Semiconductor 25 Index FDI – CHIP11
- IT Now IDIV – DIVO11
- Safra ETF Mulheres na Lideranca FDI – ELAS11
- Trend China – XINA11
- Global X Robotics and Artificial Intelligence ETF – BOTZ39
Como um ticker é escolhido?
A escolha do ticker do ativo é parte do processo da listagem do ativo na bolsa de valores, e costuma ser uma decisão estratégica, de acordo com o sócio e analista da Santa Fé Investimentos.
A empresa envia uma sugestão à B3, que pode aprovar ou solicitar alterações, considerando critérios técnicos e de disponibilidade. O ideal é que o ticker seja curto, fácil de memorizar e associado de forma clara à marca ou ao setor de atuação da companhia — afinal, ele será a principal identificação do ativo no mercado.
“Além da função prática, alguns tickers buscam se destacar por originalidade ou até provocar um sorriso no investidor. Isso ajuda na memorização e pode gerar engajamento, especialmente em redes sociais ou entre investidores pessoa física, que são cada vez mais relevantes na base acionária das empresas. É uma forma criativa de marketing dentro dos limites regulatórios”, destaca Gomes.
O que é escolhido pela empresa são apenas as letras do código, já que os números que compõem o ticker seguem o padrão de tipo de ações, 3 para ações ordinárias e 4 para preferenciais, assim como 11 para fundos, 34 para BDRs e 39 para BDRs de ETFs.
Por que os tickers mudam?
O ticker escolhido por uma empresa pode mudar. Isso acontece quando o nome de uma empresa de capital aberto é alterado. As mudanças de nome e ticker acompanham reestruturações no modelo de negócios.
Um exemplo recente ilustra o caso: a antiga CSU Cardsystem, empresa de processamento e gestão de meios eletrônicos de pagamento, mudou seu nome para CSU Digital. A companhia nacional, de capital aberto desde 2006, alterou seu ticker de CARD3 para CSUD3.
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