Balanço de empresa: como analisar o documento para investir melhor? Veja aqui!
Saiba os principais conceitos de um balanço para avaliar antes de comprar ações de uma empresa
Quando um investidor decide comprar uma ação pode até ter simpatia por uma empresa ou ser cliente dela. Mas, além da admiração por uma marca, é preciso estudar para decidir se vale a pena tornar-se um sócio.
Além da leitura do cenário (crescimento do país, do setor, câmbio e tendências de consumo), é fundamental avaliar os demonstrativos financeiros das empresas, principalmente o chamado Balanço Patrimonial. Dessa maneira, o investidor pode ter mais segurança para manter, comprar ou vender ações.
Quer entender mais sobre isso? Siga a leitura!
O que é o Balanço Patrimonial?
Toda empresa listada na B3 é obrigada por lei a divulgar suas Demonstrações Financeiras (DFs) a cada trimestre. Esse documento traz um histórico financeiro e detalha a capacidade da empresa de crescer e gerar lucro.
As Demonstrações Financeiras se dividem em três grupos principais: Ativos, Passivos e Patrimônio Líquido.
- Ativos: Também conhecidos como bens e direitos, são os recursos disponíveis, os investimentos em máquinas e bens patrimoniais, dívidas e recursos a receber.
- Passivos: Também chamados de obrigações, incluem salários e impostos a pagar, bem como dívidas e outras contas que a empresa tem a arcar.
- Patrimônio líquido: é a riqueza de uma companhia. Do ponto de vista contábil, compreende a diferença entre ativos e passivos. Esse número, em geral, representa o capital da empresa disponível para remunerar os acionistas e realizar investimentos. Lucros aumentam os pagamentos ao longo do tempo, enquanto prejuízos causam redução. A partir do patrimônio líquido,outro dado importante é calculado: ROE (sigla em inglês para retorno sobre o patrimônio líquido), que dá ideia da rentabilidade de uma companhia. Quanto maior o ROE, mais lucro a empresa está gerando a partir dos ativos investidos nela.
DRE: a importância das Demonstrações de Resultados
A DRE, como é chamada a Demonstração de Resultados, é considerada a parte mais importante dos demonstrativos para o investidor. Nela estão as receitas, os custos e as despesas, e, por fim, o lucro líquido do período demonstrado.
Outros três indicadores da DRE devem ser observados atentamente pelo investidor: receita, Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e lucro.
A receita líquida é todo ganho de uma empresa com suas atividades-fim, como a venda de um serviço ou de um bem, descontados impostos, abatimentos e devoluções. Uma empresa bem administrada tende a expandir sua receita utilizando uma mesma base de ativos.
O próximo dado do demonstrativo é o Ebitda, valor que desconta da receita líquida os custos e despesas da produção e operação, como aluguéis, mão de obra, insumos e transportes. De maneira simples, esse valor, considerado o lucro operacional, mostra a capacidade de geração de caixa da empresa.
Por fim, o investidor saberá se a empresa deu lucro ou prejuízo no período reportado. Ao retirar do Ebitda os impostos e a remuneração dos acionistas minoritários, chega-se ao lucro líquido da companhia. Esse ponto traz um dos dados mais utilizados na hora de decidir comprar, manter ou vender uma ação: o P/L, preço sobre o lucro. Trata-se de um indicador que faz a relação entre o valor de mercado de uma ação com o lucro apresentado ou projetado pela companhia.
Você sabia?
Warren Buffett, um dos maiores investidores do mundo, considera que não basta saber se a empresa deu lucro recentemente. Para ele, é importante saber se há constância no lucro analisando as DREs dos últimos 5 a 10 anos.
Fluxo de Caixa ou Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC): para que serve?
Além do balanço patrimonial e do DRE, a terceira parte importante ao analisar empresas é a Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC).
O fluxo de caixa é a representação das movimentações financeiras de uma companhia no período. Com ele, pode-se entender as movimentações em suas principais atividades: operacionais, de investimento e de financiamento.
O fluxo de caixa fornece informações preciosas sobre as origens e os destinos dos recursos financeiros da companhia. Desta forma, é possível analisar se o planejamento financeiro é adequado à realidade do momento, e se há riscos futuros de uma companhia não cumprir com seus deveres, ou seja, se tornar insolvente. O investidor deve estar atento a dados como geração de caixa negativo, EV/Ebitda muito alto, dívidas altas com pouco caixa, principalmente se são dados que persistem em conjunto.
Tipos de análise das Demonstrações de Fluxo de Caixa
As técnicas de análise das DFs são vindas das áreas de contabilidade, matemática e estatística. Elas foram sendo aprimoradas e sofisticadas ao longo do tempo, mas as principais técnicas apresentadas a seguir seguem sendo as mais usadas para avaliar as empresas, cada uma delas servindo melhor para um resultado específico.
- Análise Horizontal: analisa a evolução dos resultados ao longo do tempo – trimestres e anos.
- Análise Vertical: analisa o peso de cada item do balanço para os resultados de um mesmo período.
- Indicadores Econômico-financeiros: avalia dados como liquidez, margem operacional, rentabilidade, endividamento e geração de valor para entender a saúde financeira da empresa.
- Diagrama de índices: é o método mais adotado para avaliar a rentabilidade da empresa.
Quer continuar aprendendo sobre como investir melhor? Então, permaneça por aqui. Conheça outros artigos que podem te auxiliar em momentos decisivos!