Entenda a queda das ações da Petrobras em meio às incertezas sobre futuro
Senador, que integra o grupo de Minas e Energia da transição, pediu ao atual Ministro para paralisar os processos de venda de ativos da estatal que estão em curso
![_mg_1605 As ações da Petrobras operam em forte queda nesta terça-feira, 22/11, após o UBS rebaixar a recomendação e o preço alvo da estatal. O pedido do senador Jean Paul Prates (PT-RN) para que a Petrobras suspenda qualquer venda de ativo em curso até a mudança de governo, também puxa os papeis da companhia para o negativo. Prates foi indicado pelo governo de transição para conduzir os trabalhos do subgrupo de petróleo, gás natural e biocombustíveis. Ele é cotado para assumir o comando da empresa. Por volta das 14h30, as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) estavam em baixa de 3,40%, a R$ 22,77. As ordinárias (PETR3) caiam 3,05%, a R$ 26,24. A queda das ações da estatal ocorre mesmo em meio à alta do petróleo. Os preços dos contratos do Brent, a referência global, para janeiro avançava, 2,22%, a US$ 89,36 o barril, na ICE, em Londres. Enquanto os preços dos contratos para o mesmo mês do WTI, a referência americana, subiam 2,39%, a US$ 81,83 o barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex). O Ibovespa operava em queda de 0,81%, aos 108.857 pontos. Pedido para suspender as vendas O senador Jean Paul Prates, que integra o grupo de Minas e Energia da transição governamental, disse que será enviado à Petrobras um pedido para que a estatal suspenda a venda de ativos, como refinarias, até a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Prates conversou com jornalistas logo após o encontro com o Ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida. "O ministro se comprometeu suspender qualquer decisão de caráter estrutural e estratégico até a mudança de governo. Ele [ministro Adolfo Sachsida] vai nos colocar em contato com a Petrobras e vamos conversar o quanto antes”, afirmou o senador após a reunião da equipe de transição com o ministro de Minas e Energia. O grupo quer paralisar principalmente, segundo analistas do setor de petróleo, a venda do gasoduto Bolívia-Brasil, da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG). Segundo Prates, a negociação envolve política externa e o governo atual não pode fazer a venda a toque de caixa. Em relação as refinarias, o senador ponderou que não é possível paralisar aquelas que estão com processos mais avançados de venda, mas outras que não iniciaram ou que começaram recentemente podem ser suspensas. "Nós nos manifestamos várias vezes, o presidente Lula também, contra a venda de ativos dessa forma que está sendo feita. Não quer dizer necessariamente que não haja venda de ativos no futuro, mas isso é uma avaliação que vai caber com muita parcimônia e cuidado à nova gestão", explicou. Política de preços e isenções Questionado pelos jornalistas sobre mudanças na política de preços, Prates afirmou que a discussão se dará dentro do novo governo. "Não é a Petrobras que define política de preço [de combustíveis]", disse. A Petrobras adota desde 2016 a política de Preço de Paridade Internacional (PPI). Nela o preço dos combustíveis nas refinarias é reajustado conforme a cotação do dólar e do preço do barril de petróleo no mercado internacional. Jean Paul Prates comentou ainda sobre o impacto do fim da isenção de impostos federais sobre os combustíveis – o PIS e a Cofins – que termina no fim de dezembro. Segundo o senador, a questão será avaliada “a luz da macroeconomia”. Rebaixamento das ações Na segunda-feira, 21/11, o UBS rebaixou de compra para venda a recomendação para as ações da Petrobras. O banco cortou ainda o preço-alvo em mais de 50%: de R$ 47 para R$ 22. Segundo o UBS, há uma falta de clareza sobre o futuro da companhia no próximo governo, e que medidas adotadas desde 2016 podem ser revertidas.](https://cdn.borainvestir.b3.com.br/borainvestir/2022/08/16105454/mg_1605.jpg.webp)
As ações da Petrobras operam em forte queda nesta terça-feira, 22, após o UBS rebaixar a recomendação e o preço alvo da estatal. O pedido do senador Jean Paul Prates (PT-RN) para que a Petrobras suspenda qualquer venda de ativo em curso até a mudança de governo, também puxa os papeis da companhia para o negativo. Prates foi indicado pelo governo de transição para conduzir os trabalhos do subgrupo de petróleo, gás natural e biocombustíveis. Ele é cotado para assumir o comando da empresa.
Por volta das 14h30, as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) estavam em baixa de 3,40%, a R$ 22,77. As ordinárias (PETR3) caiam 3,05%, a R$ 26,24. A queda das ações da estatal ocorre mesmo em meio à alta do petróleo. Os preços dos contratos do Brent, a referência global, para janeiro avançava, 2,22%, a US$ 89,36 o barril, na ICE, em Londres. Enquanto os preços dos contratos para o mesmo mês do WTI, a referência americana, subiam 2,39%, a US$ 81,83 o barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex). O Ibovespa operava em queda de 0,81%, aos 108.857 pontos.
Pedido para suspender as vendas
O senador Jean Paul Prates, que integra o grupo de Minas e Energia da transição governamental, disse que será enviado à Petrobras um pedido para que a estatal suspenda a venda de ativos, como refinarias, até a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Prates conversou com jornalistas logo após o encontro com o Ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida.
“O ministro se comprometeu suspender qualquer decisão de caráter estrutural e estratégico até a mudança de governo. Ele [ministro Adolfo Sachsida] vai nos colocar em contato com a Petrobras e vamos conversar o quanto antes”, afirmou o senador após a reunião da equipe de transição com o ministro de Minas e Energia.
O grupo quer paralisar principalmente, segundo analistas do setor de petróleo, a venda do gasoduto Bolívia-Brasil, da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG). Segundo Prates, a negociação envolve política externa e o governo atual não pode fazer a venda a toque de caixa.
Em relação as refinarias, o senador ponderou que não é possível paralisar aquelas que estão com processos mais avançados de venda, mas outras que não iniciaram ou que começaram recentemente podem ser suspensas.
“Nós nos manifestamos várias vezes, o presidente Lula também, contra a venda de ativos dessa forma que está sendo feita. Não quer dizer necessariamente que não haja venda de ativos no futuro, mas isso é uma avaliação que vai caber com muita parcimônia e cuidado à nova gestão”, explicou.
Política de preços e isenções
Questionado pelos jornalistas sobre mudanças na política de preços, Prates afirmou que a discussão se dará dentro do novo governo. “Não é a Petrobras que define política de preço [de combustíveis]”, disse.
A Petrobras adota desde 2016 a política de Preço de Paridade Internacional (PPI). Nela o preço dos combustíveis nas refinarias é reajustado conforme a cotação do dólar e do preço do barril de petróleo no mercado internacional.
Jean Paul Prates comentou ainda sobre o impacto do fim da isenção de impostos federais sobre os combustíveis – o PIS e a Cofins – que termina no fim de dezembro. Segundo o senador, a questão será avaliada “a luz da macroeconomia”.
Rebaixamento das ações
Na segunda-feira, 21/11, o UBS rebaixou de compra para venda a recomendação para as ações da Petrobras. O banco cortou ainda o preço-alvo em mais de 50%: de R$ 47 para R$ 22. Segundo o UBS, há uma falta de clareza sobre o futuro da companhia no próximo governo, e que medidas adotadas desde 2016 podem ser revertidas.