Entenda o que o regime Fácil, da CVM, muda na vida do investidor
Com a nova norma, empresas com faturamento bruto anual inferior a R$ 500 milhões poderão ser listadas na B3
Por Victor Rabelo
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) lançou, em 3 de julho, o regime FÁCIL (Facilitação do Acesso a Capital e de Incentivos a Listagens), com o objetivo de ampliar o acesso de companhias de menor porte ao mercado de capitais por meio de regras simplificadas.
Com isso, empresas com faturamento bruto anual inferior a R$ 500 milhões poderão ser listadas na B3, a bolsa do Brasil, de maneira mais simples. Porém, o que muda para o investidor? Essa foi a pergunta que o painel da Expert XP 2025, no estande da B3, buscou responder.
“A gente tem falado de cripto e outros ativos alternativos, que têm sido mais presentes dentro da carteira de investimento. Fazendo analogia com o Fácil, vamos continuar com empresas grandes na carteira e, agora, passamos a poder investir em um perfil diferente de empresa. Posso investir em empresas mais consolidadas, mas com crescimento menor, ou em empresas menores, mas com maior potencial de crescimento”, diz Bernardo Freitas, sócio do Freitas Ferraz Advogados.
Leonardo Betanho, superintendente de produtos de Balcão da B3, explica que a maior mudança será para as empresas e que, na prática, pouco muda para os investidores. “Vamos listar em ambiente de bolsa, como é feito com as empresas maiores. Um ponto importante é que é natural que a gente tenha ativos com menor liquidez no início. Porém, a infraestrutura é a mesma”.
“Do ponto de vista prático, você quase não vai ver diferença. As ações vão aparecer da mesma forma, com a cotação, o que vai ter de diferença é a parte regulatória, porque essas empresas vão ter menos obrigações. As divulgações vão ser semestrais, ao invés de trimestrais, por exemplo”, completa Freitas.
A nova norma entra em vigor em 2 de janeiro de 2026. Betanho, da B3, conta que a bolsa está preparando toda a parte normativa e que a expectativa é de que essa mudança represente um novo ânimo para trazer companhias para a bolsa. “Temos empresas incríveis que precisam de recursos e a bolsa de valores é um caminho natural”, conclui.
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