iPhone 14: como os lançamentos de aparelho mexem com as ações da Apple?
Principal produto da empresa mais valiosa do mercado, o smartphone tem grande peso para Apple e seus lançamentos atraem atenção do mercado
Um dos eventos mais esperados do ano pelos aficionados por tecnologia, e principalmente por smartphones, é o lançamento de uma nova edição do iPhone. Neste ano, a Apple lançou os quatro novas versões do aparelho nesta quarta-feira (7), além da nova geração da linha de relógios inteligentes, o Apple Watch.
Porém, o lançamento dos novos aparelhos não atrai a atenção apenas de fãs e possíveis usuários. Os investidores também estão de olho no principal produto da Apple, empresa mais valiosa do mundo, que este ano se tornou a primeira a atingir US$ 3 trilhões em valor de mercado. Tanto que, após o lançamento, as ações da empresa fecharam em alta de 0,93%, a US$ 155,96.
Segundo William Castro Alves, estrategista-chefe da corretora Avenue, o lançamento anual dos novos iPhones vêm atraindo cada vez mais atenção do mercado, já que a venda do aparelho se tornou responsável por quase 50% da receita da empresa. Além da venda direta, o especialista também ressalta o poder de venda indireta do aparelho.
“O iPhone também é importante porque, por meio dele, a Apple consegue também vender os seus serviços, que é uma das apostas desde que o Tim Cook (CEO) assumiu. Ele vem implementando e incrementando cada vez mais serviços para a Apple crescer dentro desse mercado”, ressalta.
Com o lançamento, outros fatores entram em cena para influenciar o mercado em relação à empresa. Segundo William, a expectativa, a crítica e a aceitação do público são pontos importantes que podem levar a variações nas cotações dos papéis da companhia. Entretanto, ele alerta que o verdadeiro efeito dos novos aparelhos se dá no longo prazo.
“O curto prazo é sempre muito errático, sempre existe essa leitura inicial, logo depois de um evento, de qual foi a interpretação, qual foi a avaliação em geral de mercado, e acaba influenciando a ação ali nos próximos dias. Mas vale lembrar que o principal desenvolvimento não vai se dar em torno de um ou dois dias, mas ao longo de meses, enquanto a Apple vai vendendo seus novos iPhones”, afirma.
Essa expectativa e a volatilidade da recepção no curto prazo se mostra quando pegamos as variações das ações da empresa no dia dos últimos lançamentos. É possível obversar que altas e quedas se intercalam.
Confira o histórico das ações da Apple no dia dos últimos lançamentos de Iphone:
Modelo | Data de lançamento | Variação no dia | Valor da ação |
iPhone 14 | 7 de setembro de 2022 | Alta de 0,93% | US$ 155,96 |
iPhone 13 | 14 de setembro de 2021 | Queda de 0,96% | US$ 146,91 |
iPhone 12 | 13 de outubro de 2020 | Queda de 2,65% | US$ 121,10 |
iPhone 11 | 10 de setembro de 2019 | Alta de 1,18% | US$ 54,17 |
iPhone XR e XS | 12 de setembro de 2018 | Queda de 1,23% | US$ 55,27 |
iPhone 8 e X | 12 de setembro de 2017 | Queda de 0,40% | US$ 40,22 |
Para o estrategista da Avenue, essas quedas no dia do lançamento podem acontecer por uma eventual frustração de expectativa em relação ao produto. Ele cita que a Apple ficou marcada por grandes inovações e surpresas na época do Steve Jobs, o que ainda gera certa expectativa em suas divulgações.
“Quando, por exemplo, Steve Jobs entra com um envelope e de dentro ele tira um computador, é algo impensado na época. O mesmo aconteceu quando se falava em celulares com cada vez mais teclas e ele apareceu com um celular totalmente sem elas. Então, esse tipo de coisa que surpreendia a todos e que gerava aquela grande expectativa, não vemos mais tanto nos lançamentos da Apple. Em compensação, obviamente, sempre tentamos entender como o novo iPhone é melhor que o antigo e ele tem sido”.