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Tem ações da Petz? Entenda os riscos e oportunidades da possível fusão com a Cobasi

Alinhamento de cultura, redução de concorrência e possível nova companhia de capital aberto são alguns pontos de atenção

A possível fusão entre as duas maiores empresas do mercado de pet shop no Brasil, Petz e Cobasi, agita o mercado financeiro e traz dúvidas aos investidores, iniciantes ou não. A empresa Petz (PETZ3) tem suas ações listadas na bolsa de valores, mas a Cobasi é uma companhia fechada. Com isso, como ficam as ações? O que acontece a partir de agora?

O Bora Investir foi atrás da resposta e ouviu diferentes analistas, que destacam alguns pontos de atenção, como o longo processo de alinhamento de cultura das duas empresas, a concentração de participação societária, a redução de “canibalização” e a possibilidade da fusão resultar em uma nova companhia de capital aberto.

Vale destacar, no entanto, que a fusão não foi consolidada ainda. Uma série de diligências entre as companhias ainda precisa ser finalizada e a combinação dos negócios ainda depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

No anúncio, a combinação das duas deve gerar uma empresa com R$ 6,9 bilhões de receita bruta, 483 lojas e pelo menos 20 marcas, como ZeeDog, Petix, Flicks e Spike!

Como as ações são impactadas?

As ações da Petz saltaram mais de 40% no pregão desta sexta-feira (19). “Esse momento de preço é uma readequação de expectativas depois que a gente teve uma âncora de preços colocada nas ações da Petz, que saíram da negociação com R$ 7,10”, observa Gabriel Costa, analista da Toro.

Não há detalhes sobre o que ocorrerá com as ações da Petz, caso a fusão seja aprovada e as duas empresas resolvam abrir uma nova companhia listada na bolsa. “Provavelmente teremos uma nova empresa sob um novo ticker. Deste modo, os acionistas da Cobasi se tornariam acionistas de uma empresa pública”, diz.

“A Petz perdeu muito valor de mercado nos últimos 12 meses com o papel caindo quase 50% nesse período, logo o anúncio deve ter vindo como um alívio para os acionistas com o papel se valorizando 40% logo na abertura do pregão”, afirma Alexandre Carvalho, head de produtos da InvestSmart XP.

O que acontece com os acionistas?

A própria fase de análise até a aprovação do Cade representa um risco aos acionistas. Outro ponto de atenção é o pagamento de R$ 450 milhões dos acionistas da Cobasi. Mas por quê?

“Esse pagamento faz com que os acionistas da Petz fiquem com 50% da nova empresa combinada e os acionistas da Cobasi com os outros 50%. Após a transação, Zimerman (fundador e CEO da Petz) ficaria com 24,5% da empresa combinada, a família Nassar com 45% e Kinea com 5%. Os outros 25,5% estariam em Free Float [ações disponíveis na bolsa]”, explica Carvalho.

Já o Fato Relevante divulgado pela Petz diz que o valor total a ser distribuído aos acionistas da companhia ainda está sujeitos a ajustes no decorrer do processo por causa das diligências que devem ser feitas nos próximos meses. 

Quais resultados a fusão pode trazer?

Segundo o co-fundador da Yourside, Lucas Murata, a sinergia da fusão pode trazer algumas vantagens para manter a nova companhia na liderança do setor de pet shop. “Isso gera muitas sinergias para a operação, como a integração do plano de expansão que reduz a ‘canibalização’ entre as lojas e melhora ainda mais a capilaridade, expansão das marcas próprias que poderão atuar em ambas as operações, além dos ganhos relevantes em Supply Chain, melhorando ainda mais a margem das empresas”, diz.

Contudo, Costa, da Toro, observa esse processo com cautela. “A gente vê que esse processo de destravamento de sinergias é delicado e complexo, e ocorre por muitos meses porque eles têm culturas diferentes, novas estruturas de acionistas e novos planos.”  

A percepção comum entre os analistas é de que a redução de concorrência e possível otimização dos pontos de venda podem ajudar nos negócios. “Algumas das sinergias que a fusão pode trazer podem vir de otimizações de localização das lojas, eficiências em rotas de distribuição e redução de pressões competitivas”, explica Carvalho.

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