ESG

O que é ESG e como isso pode mudar o mundo dos negócios

Boas práticas de governança, impacto social e ambiental ganham importância para a avaliação das empresas

Planta com moedas dentro de frasco de vidro, um conceito de negócio financeiro sustentável. Foto: Adobe Stock
Com a manutenção da taxa de juros e os sinais do Banco Central, a renda fixa ainda é uma alternativa viável. Foto: Adobe Stock

ESG é, sem dúvida, o termo que mais ganhou força no mundo dos negócios nos últimos anos. Abreviação de Environmental, Social and Governance (ambiental, social e governança), a sigla surgiu como forma de avaliar a atuação das empresas para além do lucro. Cada uma das palavras representa uma série de preocupações e deveres com a sustentabilidade em que a empresa deve agir:

Environmental (Ambiental)

Representa como a companhia lida com questões do meio ambiente, como mudanças climáticas, uso de energia limpa, redução de níveis de poluição e manejo de resíduos e outros assuntos voltados à preservação da natureza;

Social

Observa a atuação da empresa em assuntos ligados à sociedade, funcionários e fornecedores. Além do respeito à legislação trabalhista e aos direitos humanos, esse pilar inclui práticas de inclusão de minorias, respeito à diversidade, satisfação do cliente e proteção de seus dados e informações;

Governance (governança)

Está relacionado às políticas de governança corporativa de uma empresa, como diversidade nos conselhos, código de ética, ouvidoria interna, compliance e ações anticorrupção.

Como surgiu a sigla ESG?

Embora o termo tenha se popularizado nos últimos anos, a discussão sobre os temas que o compõem não é tão recente. A sigla ESG surgiu oficialmente em 2005, em uma conferência internacional liderada por Kofi Annan, então secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que resultou em um relatório intitulado Who Cares Win, em tradução livre, “Quem se importa, ganha”.

O encontro teve a participação de 20 instituições financeiras de 9 países – juntas, geriam um patrimônio de US$ 6 trilhões. Elas endossaram a proposta do relatório, que argumentou sobre como a incorporação de fatores ambientais, sociais e de governança nos mercados de capitais faz sentido para os negócios. Segundo o documento, empresas mais sustentáveis e com impactos mais positivos para a sociedade são mais lucrativas no longo prazo.

Ao mesmo tempo, a UNEP/Fi (iniciativa financeira do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) produziu o Relatório Freshfield, mostrando que as questões ESG são relevantes para a avaliação financeira.

Esses dois relatórios formaram a espinha dorsal para o lançamento dos Princípios para o Investimento Responsável (PRI) na Bolsa de Valores de Nova York em 2006, e o ​​lançamento da iniciativa Sustainable Stock Exchanges (SSE) no ano seguinte, ambas adotadas pela B3 no Brasil.

Linha do tempo ESG:

2005 – surgimento da sigla em conferência da ONU;
2005 – Relatório Freshfield da UNEP/Fi mostrando que as questões ESG são relevantes para a avaliação financeira;
2005 – Lançamento do ISE B3 (Índice de Sustentabilidade Empresarial);
2006 – lançamento dos Princípios para o Investimento Responsável (PRI) na Bolsa de Valores de Nova York;
2007 – ​​lançamento da iniciativa Sustainable Stock Exchanges (SSE).

Por que as empresas adotam o ESG?

São três os principais pilares que motivam as companhias a seguirem os critérios de ESG em suas práticas corporativas. Confira:

1. Lucro

Melhorar a margem da empresa requer um controle financeiro eficiente, com redução de custos operacionais e ganhos de produtividade, o que deve também se traduzir em uso racional dos recursos e inovação;

2. Imagem da empresa

Empresas que adotam boas práticas são reconhecidas não só pelo consumidor, mas pelos investidores, que preferem alocar seu capital em companhias com uma marca sólida e perspectivas de resultado a longo prazo;

3. Redução de riscos

Empresas que adotam o ESG reduzem os riscos legais e regulatórios, como multas por danos causados ao meio ambiente. Tem se consolidado a percepção de que as mudanças climáticas, com eventos extremos como enchentes, secas e furacões, também aumentam riscos de prejuízo aos negócios.

O papel da B3 no universo ESG

Pioneira no fomento da agenda ESG no Brasil, a bolsa tem como papel induzir as boas práticas corporativas no mercado e faz isso, entre outros pontos, a partir do desenvolvimento de índices de sustentabilidade, da atuação junto às companhias, disponibilizando informações e ferramentas para evoluírem em suas jornadas, e da adoção de medidas sustentáveis.

Em 2005, lançou o segundo índice de sustentabilidade do mundo, o ISE B3 (Índice de Sustentabilidade Empresarial), um indicador reunindo as companhias com bons resultados ESG.

Além do ISE B3, a bolsa também disponibiliza outros índices de sustentabilidade, como o ICO2 B3 (empresas com baixo impacto de carbono) e também conta com índices voltados para governança corporativa como o GPTW B3 (companhias que estão no ranking de melhores empresas para trabalhar).

Para figurarem nos índices, as empresas precisam adotar as boas práticas, construindo uma jornada de evolução no tema ESG. A partir dos índices, são criados produtos financeiros, como os ETFs (fundos de ações), que congregam as ações de companhias diferentes em um único lugar, mas também há opções de investimentos ESG em renda fixa.

Leia mais para conhecer as opções e como investir considerando os valores ESG.

Para saber ainda mais sobre investimentos e educação financeira, não deixe de visitar o Hub de Educação da B3.

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