EUA: inflação desacelera em dezembro e atinge menor patamar em mais de um ano
O resultado veio dentro da expectativa dos analistas e sinaliza o caminho para uma desaceleração dos juros da economia americana
A inflação dos Estados Unidos continuou a perder ritmo em dezembro e voltou a apontar que a pressão dos preços atingiu o pico. Esse resultado reforça a expectativa do mercado de que o Federal Reserve – o banco central americano – está no caminho para desacelerar a alta das taxas de juros no país.
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) caiu 0,1% em dezembro, depois de ter registrado crescimento de 0,1% em novembro e avanço de 0,4% em outubro e setembro. No acumulado de 12 meses, o avanço foi de 6,5% em dezembro, uma evidente desaceleração na comparação com os últimos seis meses. É o menor valor desde outubro de 2021.
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 12/01, pelo Departamento de Trabalho americano. Eles vieram dentro da expectativa do mercado em todos os seus recortes, exceto o núcleo do CPI mensal.
O economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, afirma que a inflação americana dando sinais de queda é uma boa notícia, pois abre uma porta para que o Fed decida por uma nova redução no ritmo de sua alta de juros.
“A gente começa bem o ano de 2023 com essa visão de inflação cedendo nos Estados Unidos, o que aumenta a chance de o Fed subir os juros só 0,25 pontos percentuais na próxima reunião de fevereiro [para o intervalo de 4,50% e 4,75%]”.
O chamado núcleo do CPI – que exclui alimentos e energia – subiu 0,3% no mês passado ante a alta de 0,2% de novembro – leve avanço esperado pelo mercado. Na base anual, a alta foi de 5,7% em relação ao ano anterior, o ritmo mais lento desde dezembro de 2021. Segundo o Departamento de Trabalho americano, a queda no indicador de gasolina no mês de dezembro compensou a alta de todos os demais indicadores, incluindo moradia e alimentação.
Paulo Gala explica ainda que todos os preços da economia americana têm apontado no sentido da consolidação na queda da inflação – o que é um cenário bastante auspicioso para os ativos financeiros nos próximos meses.
“Os gráficos mostram claramente esse pico inflacionário que parece ter ficado para trás. Todos os preços têm apontado nesse sentido: de carros usados, novos, aluguéis despencando, preço dos imóveis caindo entre 5% e 10%. O Petróleo, apesar de ter subido hoje, voltou para US$ 83, ou seja, uma queda brutal em relação ao que a gente viu no meio do ano passado”.
O economista-chefe do Banco Master destaca ainda a queda nos preços dos combustíveis e insumos para a construção civil.
“A gasolina nos Estados Unidos foi para mais próximo de US$ 3, chegou a atingir US$ 5. Os preços de gás natural também nas mínimas em vários meses, após o inverno um pouco mais brando. E tem os preços de madeira de construção civil que também despencaram”.
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