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PIB dos Estados Unidos cresce no 4º trimestre, mas perde ritmo

Apesar do avanço, economia dos EUA desacelerou em relação ao terceiro trimestre. Resultado anima analistas que esperam diminuição no ritmo de alta dos juros no país

Foto apresenta bandeira dos EUA hasteada no Capitólio, em Washington.
Atenção agora se volta para política monetária do país. Foto: Adobe Stock

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu a uma taxa anualizada de 2,9% no quarto trimestre de 2022. A primeira estimativa da economia americana foi divulgada nesta quinta-feira, 26/01, pelo Departamento de Comércio. No terceiro trimestre, a atividade avançou 3,2%.

O desempenho da economia norte-americana nos três últimos meses do ano passado ficou acima da expectativa dos analistas que previam alta de 2,8%. Esse é o segundo avanço consecutivo, após duas quedas trimestrais – o que levantou preocupações dos economistas de que a economia americana entraria em uma recessão.

PIB DOS ESTADOS UNIDOS (taxa anualizada)

Gráfico com PIB do Estados Unidos
Fonte: U.S. Bureau of Labor Statistics

O crescimento da atividade econômica dos EUA no último trimestre de 2022 foi puxado pelo avanço em três pontos principais:

  • Investimentos: liderados pela manufatura de derivados de petróleo, carvão e produtos químicos, além da mineração;
  • Gastos do consumidor: com cuidados de saúde, habitação, serviços públicos e bens como veículos automotores e peças;
  • Gastos do governo: com o avanço das despesas com remuneração dos funcionários públicos estaduais e locais.

No ano acumulado de 2022, o PIB dos Estados Unidos avançou 2,1%, ante crescimento de 5,9% em 2021. Essa desaceleração reflete o aumento nos gastos do consumidor, nas exportações e nos investimentos.

Cenário de juros americanos e impactos no Brasil

O índice de preços de gastos de consumo pessoal – importante métrica de inflação para o Federal Reserve (Fed), o banco central americano – subiu a uma taxa anualizada de 3,2% no quarto trimestre, abaixo do ritmo de 4,3% nos três meses anteriores. Já o núcleo do PCE (que exclui preços de alimentos e energia) ficou em 3,9%, contra alta de 4,7% no trimestre anterior.

Em meio a melhora desses dados, investidores continuam atentos aos próximos movimentos do Fed em relação à taxa de juros. Para o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, é importante destacar que o cenário econômico mundial para 2023 começa a se desenhar.

“Nesse começo de ano temos uma reabertura da China. Isso melhora muito o cenário para commodities. Uma desaceleração de alta nos juros dos Estados Unidos com aumento de 0,25 pontos percentuais agora na próxima reunião de fevereiro e na mesma magnitude em março. Esse é o cenário que está hoje nos preços”.

Para Gala, essa melhora no cenário econômico americano vai beneficiar os países emergentes – como o Brasil – diante dos investidores assumindo uma posição na compra de papéis das nações em desenvolvimento.

“A desvalorização do Dólar e a valorização do Euro e das moedas emergentes está completamente relacionada a esse cenário. Portanto, se esse cenário se efetivar de fato, o Real deve cair para baixo dos R$ 5. Eventualmente venha até para R$ 4,90. A gente sabe que quanto mais o câmbio doméstico está apreciado, menor a inflação de produtos importados. Esse seria um cenário, ainda a depender da regra fiscal que vai ser anunciada”, conclui o economista-chefe do Banco Master.

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