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EUA: inflação se mantém elevada em janeiro e sobe pressão sobre juros

Índice avançou 0,5% em janeiro - maior alta em três meses - apesar de vir em linha com o esperado pelo mercado. No acumulado de 12 meses, avanço é de 6,4%

Brasão do sistema de reserva federal dos Estados Unidos
O índice (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,5% em janeiro, maior alta em três meses. Foto: Adobe Stock

Os preços ao consumidor dos Estados Unidos avançaram rápido no início do ano, em um sinal que as pressões inflacionárias seguem persistentes e podem levar o Federal Reserve (Fed) – banco central americano – a elevar as taxas de juros mais que o esperado pelos analistas.

O índice (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,5% em janeiro, maior alta em três meses, impulsionada pelos custos de energia e moradia. Os dados foram publicados nesta terça-feira, 14/02, pelo Departamento do Trabalho americano. O resultado veio em linha com o esperado pelos economistas.

No acumulado de 12 meses até janeiro, a inflação americana avançou 6,4%, uma leve perda de ritmo na comparação com o aumento anual de 6,5% de dezembro de 2022. (acompanhe no gráfico)

TAXA ANUAL DE INFLAÇÃO – ESTADOS UNIDOS
Fonte: Departamento do Trabalho

O núcleo de inflação, que exclui preços mais voláteis como energia e alimentos, avançou 0,4%, mesmo resultado de dezembro. Em um ano, a alta foi de 5,6%, antes 5,75% no mês anterior.

O principal impacto nos preços em janeiro veio do grupo habitação, que subiu 0,7%, por conta da alta no valor dos aluguéis. Também influenciaram no resultado, o avanço nos preços de alimentação (0,5%), gasolina (2,4%) e gás natural (6,7%).

“O fato de a inflação dos EUA já no primeiro mês do ano acumular 0,5% quase que impossibilita o cumprimento da meta de 2% para 2023 com a taxa de juros atual. Não me surpreenderia se o FED contrariasse as expectativas do mercado e estendesse sua postura hawkish até o meio do ano”, afirmam os economistas da consultoria Henle.

Juros

Em fevereiro, o Federal Reserve voltou a subir os juros americanos em 0,25 ponto percentual para conter a maior alta de preços no país em 40 anos. Apesar da desaceleração vista nos últimos meses, a inflação continua distante da meta de 2%, o que sugere que os juros devem continuar elevados por um certo tempo.

O mercado de trabalho ainda resiliente também preocupa o Fed, uma vez que ao se manter mais aquecido provoca um aumento da demanda na economia, o que eleva os preços. Em janeiro, os EUA geraram mais de 517 mil novas vagas, acima do esperado pelos analistas, que previam avanço de 190 mil.

Impacto no mercado brasileiro

O avanço dos juros na maior economia do planeta impacta nos investimentos e no câmbio brasileiro. Ao subir os juros nos Estados Unidos, os ativos do Brasil ficam menos atraentes para os investidores estrangeiros – já que fica mais seguro e rentável aplicar em papéis do Tesouro americano. Com menos entrada de dinheiro no país, a moeda americana se aprecia frente ao real.

O dólar mais forte encarece o preço de produtos importados, commodities e itens de alta tecnologia. A apreciação do câmbio, impacta a inflação brasileira já que os insumos importados pela indústria ficam mais caros.

O efeito mais sentido no dia a dia do brasileiro com a alta da moeda americana é o preço dos combustíveis – já que petróleo é atrelado ao valor no mercado internacional. Assim, gasolina e diesel mais caros também puxam a inflação para cima, o custo do frete no transporte que chega na ponta aos alimentos, por exemplo.

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