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Indicador mostra setor de serviços mais fraco no Brasil, EUA e Europa

Puxado pela demanda mais fraca, PMI brasileiro atingiu patamar mais baixo em cinco meses. Nos EUA, setor está em acomodação, enquanto na Europa registra o menor nível em seis meses

trabalhadores limpeza edifícios. Foto: Pixabay
O setor de serviços é o que possui o maior peso na economia brasileira. Foto: Pixabay

Os serviços prestados no Brasil atingiram no mês passado o patamar mais baixo em cinco meses. A desaceleração reflete uma demanda visivelmente mais fraca para novos negócios e acende o alerta para o setor que mais emprega no país.

O Índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) dos serviços, divulgado nesta quinta-feira, 03/08, registrou um recuo de 53,3 em junho para 50,2 em julho, segundo a S&P Global.

Apesar da perda de ritmo, os serviços seguem acima dos 50 pontos, o que indica expansão da atividade. Também houve uma manutenção na criação de vagas e um menor impacto da inflação no setor.

A diretora associada econômica da S&P, Pollyanna De Lima, explica que a demanda “diminuiu significativamente o crescimento da atividade, uma tendência que, se mantida, poderia pesar sobre o PIB do terceiro trimestre”.

Importante lembrar que o setor de serviços ainda impacta de forma consistente a inflação no país. Portanto, uma redução na atividade pode ajudar na queda dos juros. Ontem, o Comitê de Política Monetária diminuiu a Selic para 13,25% ao ano.

O índice de gerente de compras composto, que reúne dados do setor industrial e de serviços, ficou em 49,6 em julho, ante 51,5 no mês passado. É a primeira vez em cinco meses que o indicador fica abaixo dos 50 pontos.

EUA também tem desaceleração nos serviços

Nos Estados Unidos, as taxas de juros em elevação tem prejudicado os gastos dos consumidores e impulsionado para baixo o desempenho de setor de serviços, principal motor de crescimento da economia americana.

Em julho, o PMI passou para 52,3 pontos, ante 54,4 no mês anterior, queda mais intensa do que a esperada pelos analistas. Apesar da perda de ritmo, o setor segue no terreno de expansão pelo quinto mês consecutivo.

Para o economista-chefe de negócios da S&P, Chris Williamson, o ponto de atenção está nos preços cobrados pelos serviços, que subiram a uma taxa acelerada em julho, ligados a custos mais altos com pessoal. “A rigidez salarial da inflação em um setor vasto naturalmente preocupará os formuladores de políticas”, alertou.

Quando incluímos a indústria nesse índice, o chamado PMI Composto, também houve uma queda de 53,2 pontos em junho para 52 em julho.

“A mensagem do enfraquecimento passada pela expansão do setor de serviços, acompanhada pela de um setor manufatureiro quase estagnado, é de que o crescimento econômico americano enfraqueceu no início do terceiro trimestre”, conclui o especialista da S&P.

Europa: serviços atinge menor nível em 6 meses

Na zona do Euro, o índice de gerente de compras recuou de 52 pontos em junho para 50,9 em julho, menor nível em um semestre. Já o composto, que reúne o setor e a indústria, segue em território contracionista, em 48,6 pontos. 

“A zona do euro começou mal no segundo semestre. A queda na atividade é impulsionada pela manufatura, mas o crescimento da atividade de serviços também esfriou, reduzindo o apoio à economia como um todo”, destaca Cyrus de la Rubia, economista-chefe no Hamburg Commercial Bank.

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