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Indústria cresce 0,3% em outubro, mas não compensa dois meses anteriores de perdas

O desempenho veio um pouco acima do esperado pelo mercado, mas ainda está 2,1% abaixo do patamar pré-pandemia

Foto de uma industria
Resultado veio pouco acima das expectativas do mercado. Foto: Adobe Stock

A produção industrial brasileira voltou a crescer em outubro, após dois meses consecutivos de queda. O setor avançou 0,3% na comparação com setembro, segundo os dados divulgados nesta sexta-feira, 02/12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desempenho veio um pouco acima das estimativas do mercado que apontavam para uma alta de 0,2%. Em setembro, o indicador recuou 0,7%; em agosto, menos 0,6%.

Gráfico com Produção industrial

O crescimento em outubro foi registrado em 7 dos 26 ramos industriais pesquisados pelo IBGE e foi insuficiente para recuperar a queda acumulada de 1,3% em agosto e setembro. No ano, a indústria tem perdas de 0,8%. Em 12 meses, a queda acumulada é de 1,4%. Com esses resultados, a indústria brasileira está 2,1% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020.

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“Embora a produção industrial tenha mostrado alguma melhora no início do ano, o setor marca um comportamento de predominância negativa – já que nos últimos cinco meses, em três oportunidades, observa-se queda na produção. Esse recuou tem como características um número maior de atividades industriais no campo negativo, permanecendo dessa forma longe de recuperar as perdas do passado recente”, explica o gerente da pesquisa, André Macedo.

Setores

A maior influência positiva para o resultado de outubro veio do setor de produtos alimentícios que avançou 4,8% em relação a setembro. O resultado atenua um pouco a queda acumulada de 7,1% nos últimos dois meses.

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A atividade de metalurgia foi a segunda com maior destaque positivo com alta de 4,6%, após recuo de 7,6% no mês anterior.

Por outro lado, dentre as 19 atividades com queda na produção, se destaca a queda de 6,7% na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias. Foi a segunda queda consecutiva com perda acumulada de 6,8% nesse período.

O setor de máquinas e equipamentos despencou -9,1% e eliminou parte do avanço de 16,9% acumulado nos dois últimos meses. Ele foi seguido pela redução de 9,3% na produção de bebidas – intensificando o recuo verificado no mês anterior de -5,7%.

Veja a lista de outras atividades que recuaram em outubro na comparação com setembro:

  • Couro, artigos para viagem e calçados: -13,2%;
  • Outros produtos químicos: -3%;
  • Confecção de artigos do vestuário e acessórios: -7,1%;
  • Produtos de madeira: -8,8%;
  • Máquinas, aparelhos e materiais elétricos: -3,5%.

Grandes categorias

Duas das quatro grandes categorias do setor industrial registraram queda na atividade em outubro, frente a setembro. Veja a lista completa:

  • Bens de capital: -4,1%
  • Bens de consumo duráveis: -2,7%
  • Bens intermediários: +0,7%
  • Bens de consumo semi e não duráveis: +0,3%

“Nesse mês [outubro], assim como verificado em setembro, observa se predomínio de taxas negativas, alcançando 17 dos 26 ramos industriais pesquisados. Vale destacar que esse movimento também foi verificado nas quatro grandes categorias econômicas”, afirma André Macedo, gerente da pesquisa.