Inflação do Natal: itens do período sobem 4,48% e alimentos da ceia pressionam o orçamento
Alimentos típicos e básicos para a preparação da ceia de Natal têm altas expressivas
Chega o final do ano e não é só Papai Noel que fica encarregado de fazer compras para o Natal. Todos nós também almejamos preparar uma ceia completa para aproveitar com a família e presentear quem amamos. Para tornar este momento ainda mais especial, planejamos pratos típicos das festividades natalinas, que todos os brasileiros desejam saborear nesta noite única.
No entanto, a cada ano, temos a sensação de que tudo está mais caro, e precisamos gastar cada vez mais para adquirir os alimentos e os presentes para a confraternização em família.
Mas, afinal, quão mais caros se tornaram os produtos que consumimos durante a época do Natal? Será que os itens da cesta de Natal realmente estão mais caros em comparação ao ano passo?
Inflação dos produtos de Natal
De acordo com o levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), a inflação continua sendo um desafio para o orçamento das famílias brasileiras.
Os principais itens da ceia de Natal e da lista de presentes do brasileiro apresentaram variação de 4,48% no acumulado dos últimos 12 meses, uma aceleração em relação a 2023 (quando a Inflação do Natal ficou em -1,71%), mas ainda abaixo do pico de 11,03% registrado em 2022.
Ceia pesa no orçamento
Para 2024, o que deve pesar mesmo no bolso do consumidor é a Ceia de Natal. Alguns alimentos tiveram variações expressivas, que resultaram em uma alta de 10,31% neste grupo.
A batata inglesa disparou 27,74%, seguida pelo arroz, com alta de 14,45%, e pela carne bovina, com elevação de 12,09%. O azeite mantém pressão significativa nos preços, com aumento de 24,82%. Por outro lado, a cebola apresentou queda expressiva de -36,68%, oferecendo alívio aos consumidores. O bacalhau, item tradicional da ceia, registrou queda de 3,30%.
Segundo Matheus Dias, economista responsável pelo levantamento, a ceia este ano deve pesar significativamente no bolso dos consumidores. “Embora o bacalhau esteja mais barato que no ano passado, quando analisamos os outros componentes da cesta, observamos que a maioria apresentou aumentos expressivos. A combinação do dólar mais elevado por vários meses com uma produção reduzida de alguns alimentos ampliou o impacto no orçamento do consumidor. O azeite ilustra bem essa situação, pois ainda reflete os efeitos das quebras de safras anteriores na Europa e, como nossa produção nacional é insuficiente para atender a demanda, dependemos de importações que, com o dólar mais alto, acabam encarecendo o produto”, explicou.
Presentes com variações moderadas
Para os que vão separar um dinheiro para comprar presentes para as pessoas amadas nessa época, a análise detalhada da cesta de presentes revela tendências interessantes.
O segmento de eletrônicos mantém tendência de queda (-3,22%), com destaque para celulares, que apresentaram a maior deflação do grupo (-5,26%). Computadores e periféricos (-0,12%), televisores (-0,32%) e aparelhos de som (-1,39%) também registraram quedas nos preços.
No setor de vestuário, que tradicionalmente está entre as opções de presente mais procuradas, observa-se uma estabilidade geral com leve queda de -0,03%. Os calçados masculinos apresentaram a maior alta do segmento (1,94%), enquanto roupas masculinas registraram queda de -0,59%. Os calçados infantis, que haviam subido 11,62% no período anterior, agora apresentam queda de -1,94%.
Para Matheus Peçanha, é importante notar que alguns itens tradicionalmente presentes na cesta de Natal estão com comportamentos distintos este ano. “Enquanto alguns alimentos básicos pressionam o orçamento, outros oferecem oportunidades de economia. No setor de presentes, por exemplo, a deflação em eletrônicos pode representar boas oportunidades de compra”, destaca Matheus Dias.
Confira a tabela completa da variação de preços dos itens de Natal
Item | Var.% acumulada em 12 meses (dez/21 – nov/22) | Var.% acumulada em 12 meses (dez/22 – nov/23) | Var.% acumulada em 12 meses (dez/23 – nov/24) |
IPC-DI (FGV/IBRE) | 4,53 | 3,60 | 3,97 |
Inflação de Natal | 11,03 | -1,71 | 4,48 |
Ceia | 16,48 | -4,72 | 10,31 |
Arroz | -1,63 | 20,91 | 14,45 |
Batata inglesa | 29,92 | -15,88 | 27,74 |
Cebola | 167,62 | -27,40 | -36,68 |
Frutas | 38,82 | 0,45 | 12,18 |
Farinha de trigo | 30,00 | -9,21 | -5,53 |
Pão de outros tipos | 14,62 | 4,03 | 3,98 |
Leite longa vida | 18,75 | -11,03 | 18,16 |
Frango inteiro | 11,88 | -14,22 | 8,57 |
Ovos | 20,08 | 5,70 | -5,41 |
Carnes bovinas | 2,39 | -8,75 | 12,09 |
Lombo suíno | 0,13 | -0,82 | 7,32 |
Pernil suíno | 0,64 | -1,91 | 13,45 |
Bacalhau | 11,63 | 6,97 | -3,30 |
Azeite | 9,51 | 33,28 | 24,82 |
Maionese | 29,93 | 7,12 | -1,91 |
Azeitona | 9,72 | 0,66 | 10,38 |
Vinho | 5,06 | 2,44 | 2,47 |
Presentes | 6,95 | 0,75 | -0,02 |
Eletrônicos | 0,34 | -3,03 | -3,22 |
Aparelho de Som | 0,29 | -0,22 | -1,39 |
Televisores | 0,50 | -1,99 | -0,32 |
Computadores e periféricos | 1,76 | -3,84 | -0,12 |
Celulares | -0,12 | -3,23 | -5,26 |
Vestuário | 10,62 | 2,18 | -0,03 |
Roupas Masculinas | 12,82 | 3,02 | -0,59 |
Roupas Femininas | 11,01 | -0,11 | -0,09 |
Roupas Infantis | 7,67 | 4,61 | -1,21 |
Calçados Masculinos | 10,42 | 3,17 | 1,94 |
Calçados Femininos | 8,87 | 2,03 | 0,66 |
Calçados Infantis | 1,13 | 11,62 | -1,94 |
Acessórios | 6,38 | 2,36 | 2,24 |
Bijuterias | 3,53 | -2,97 | 2,92 |
Relógio | 5,65 | 3,35 | 4,22 |
Cintos e bolsas | 8,01 | 3,05 | 0,14 |
Saúde e Beleza | 5,68 | 0,26 | 3,86 |
Artigos de maquiagem | 4,12 | 6,13 | 1,11 |
Perfumes | 5,57 | -1,36 | 4,11 |
Produtos para barba | 8,24 | 4,72 | 5,38 |
Recreação e cultura | 5,89 | 2,16 | -0,45 |
Livros não-didáticos | 8,41 | 6,81 | 1,52 |
Bicicleta | -0,33 | 0,03 | 0,26 |
Brinquedos e bonecas | 8,47 | 1,71 | -1,71 |
Artigos Esportivos | 4,10 | 1,51 | 1,30 |
Instrumentos Musicais | 1,44 | -0,92 | 0,78 |
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