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Inflação na zona do Euro cai em janeiro pelo terceiro mês seguido

Resultado está longe da meta de 2%. Avanço nos preços de alimentos processados e bens industriais preocupam. Juros devem voltar a subir nesta quinta-feira

A inflação ao consumidor na zona do Euro desacelerou mais do que o esperado em janeiro, o que pressiona o Banco Central Europeu (BcE) sobre uma decisão de quanto mais as taxas de juros devem subir. A instituição divulga nesta quinta-feira, 02/02, os próximos passos da sua política monetária. Ontem, foi divulgado o PIB da zona do Euro que surpreendeu e afastou temores de recessão.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) na zona do Euro avançou 8,5% na leitura preliminar de janeiro, no acumulado em 12 meses. O resultado veio abaixo dos 9,2% de dezembro, segundo agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat. É o terceiro mês seguido de queda do indicador – que também ficou abaixo do esperado pelos analistas, de alta de 9,1%.

A desaceleração da inflação foi puxada pelo abrandamento da alta nos preços da energia – que passou 25,5% em dezembro para 17,2% em janeiro. No entanto, o núcleo de inflação (que exclui os preços de alimentos e combustíveis) registrou alta de 5,2%, assim como os preços de alimentos processados (+14,9%) e bens industriais (+6,9%).

Expectativa para os juros

Apesar dos dados mais amenos da inflação, analistas acreditam que o BCE deve aumentar as taxas de juros em 0,5 ponto percentual para 2,5% nesta quinta-feira. Hoje, a taxa de empréstimo, de refinanciamento e a taxa de depósito estão em 2,75%, 2,5% e 2%, respectivamente. Além do valor da alta, o mercado também vai ficar de olho de quanto mais de aperto o Banco Central Europeu irá sinalizar

Há também incertezas quanto a confiabilidade dos números divulgados hoje, por conta dos dados da Alemanha – maior economia do bloco – que estão faltando. A Eurostat foi forçada a usar uma estimativa baseada em modelos para conseguir divulgar as estatísticas hoje. Essa questão também deve pesar na decisão sobre os juros.

“A queda de janeiro na inflação nominal deve ser encarada com cautela, diante do ‘problema de processamento de dados’ da Alemanha e, portanto, poderiam não ser confiáveis. De qualquer forma, o ponto chave é que o núcleo da inflação permaneceu em um nível recorde, então o BcE permanecerá muito hawkish”, afirma o economista-sênior para Europa da Capital Economics, Jack Allen-Reynolds.

Uma postura ‘hawkish’ de um banco central significa manter uma política austera, com taxas de juros mais altas e, assim, menor demanda e inflação mais controlada.

Hoje, o foco do mercado financeiro está nas decisões da política monetária no Brasil e nos Estados Unidos – a chamada ‘Super Quarta’. Os analistas acreditam na manutenção dos juros brasileiros em 13,75% ao ano e no avanço de 0,25 pontos percentuais dos juros norte-americanos para o intervalo de 4,5% a 4,75%.

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