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Inflação no longo prazo acelera pela segunda semana seguida, aponta Focus

Boletim do BC mostra ainda uma nova queda na inflação para 2023, em meio a expectativa para o anúncio das novas regras fiscais nesta semana

Os economistas do mercado financeiro elevaram, pela segunda semana consecutiva, as estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a inflação oficial do país, no longo prazo. Os dados foram publicados nesta segunda-feira, 27/03, no boletim Focus, do Banco Central (BC).

Para 2024, a projeção avançou de 4,11% para 4,13% na semana passada; e para 2025 subiu de 3,90% para 4%. O resultado segue bem superior à meta de 3% para os dois anos que foram definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Já para 2023, houve um leve reajuste para baixo de 5,95% para 5,93% – resultado ainda assim acima do teto de meta que é de 4,75%.

Os impactos nas previsões do Focus vieram após o BC ter mantido a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano na semana passada. O mercado também segue à espera da apresentação do novo arcabouço fiscal pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Há uma expectativa que a regra seja divulgada nesta semana, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter cancelado sua viagem a China por problemas de saúde.

“Sobre o risco fiscal, ainda não temos o novo marco e expectativas longas seguem desancoradas, tanto nas implícitas como no Focus, há uma desconfiança geral. As novas regras podem ser positivas, mas ainda que sejam frouxas, a política monetária restritiva não vai corrigir isso. Se Selic subisse para 14% ou 15%, expectativas de inflação longas não vão convergir para 3% sem sinalização de controle fiscal”, explica a economista-chefe do banco Inter, Rafaela Vitoria.

Nesta terça-feira, 28/03, o Comitê de Política Monetária (Copom) divulga a ata da reunião na semana passada. O conteúdo é muito aguardado pelo mercado financeiro, pois dará mais detalhes sobre como o colegiado vê as expectativa para a economia brasileira.

O Focus é publicado todas as segundas-feiras com as projeções do mercado financeiro para a economia brasileira. Foram ouvidas pelo Banco Central mais de 100 instituições financeiras até o fim da semana passada. O relatório é essencial para o investidor pautar as suas conversas no início da semana e corrigir ou confirmar estratégias no mercado de ativos.

Selic

Para o fim de 2023, o mercado financeiro manteve estável a expectativa para a Selic em 12,75% ao ano. A projeção foi mantida apesar da sinalização do Copom de que os juros vão se manter altos por um período mais prolongado.

Para o fim de 2024, a estimativa para o juro básico da economia ficou estável em 10% ao ano; e 9% em 2025.

Produto Interno Bruto

A expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, num determinado período, e serve para medir a evolução da economia, avançou de 0,88% para 0,90% na última semana.

Já para 2024, a previsão de crescimento caiu de 1,47% para 1,40%.

Dólar

A estimativa para a moeda americana no fim de 2023 permaneceu em R$ 5,25. Para o fim de 2024, ficou estável em R$ 5,30.

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