Notícias

IPCA-15 de janeiro sobe 0,78%, abaixo do que previa o mercado

Em 12 meses, a alta foi de 4,49%. Mensalidade escolar surpreendeu para cima

Moeda de 1 real em cima de uma caculadora
Combustíveis puxaram boa parte da deflação. Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) registrou aceleração de 0,78% em fevereiro, após ter subido 0,31% em janeiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta registrada em fevereiro foi a mais acentuada desde abril de 2022, quando subiu 1,73%.

O resultado da inflação ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam uma alta de 0,55% a 0,91%, mas ficou abaixo da mediana das estimativas, que era de 0,82%.

Com o resultado anunciado hoje, o IPCA-15 registrou um aumento de 1,09% no acumulado do ano. Em 12 meses, a alta foi de 4,49%, ante taxa de 4,47% até janeiro.

Inflação 2024: sob efeito do El Niño “alimentação volta a pressionar os preços”, diz André Braz

Para Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, os serviços subjacentes continuam acelerando acima do esperado, especialmente aluguel e condomínio e serviços pessoais. “A surpresa baixista ficou concentrada em passagem aérea, repetiu o sinal de deflação visto em janeiro. E por alimentos, in natura, mais fracos (1,16% vs. alta de 1,40% projetado). Além disso, gasolina subiu menos que esperado por nós e apresentou alta de 0,84%”, afirmou ela, em nota. 

“Por outro lado, mensalidade escolar apresentou alta maior que indicada pelas coletas e por nossa projeção. Outro grupo que mostrou alta mais forte foi comunicação. Telefone celular, combo de internet apresentaram alta acima que o esperado e estes são itens que mostrarão pressão no IPCA fechado de fevereiro”, completou.

Igor Cadilhac, economista do PicPay, também destaca a piora dos serviços subjacentes como ponto negativo. “Do ponto de vista qualitativo a leitura não foi favorável. A piora dos núcleos, principalmente dos serviços subjacentes, foi uma decepção. Esse cenário acende um sinal amarelo para a política monetária, mas não altera o ritmo de cortes de 50 pontos-base do Copom”, disse, em nota.

Serviços voltam a subir

Houve, em fevereiro, aceleração dos preços livres a 0,87%, após alta de 0,44% em janeiro. O resultado ficou abaixo da mediana, que indicava aceleração da abertura a 0,93%. Também houve aceleração nos preços administrados (-0,07% para 0,51%), residualmente abaixo da mediana, que era de alta de 0,50%.

Os serviços (-0,11% para 1,13%) também voltaram a subir no IPCA-15 de fevereiro, mas a intensidade também ficou abaixo da expectativa intermediária do mercado, de alta de 1,17%. Os bens industriais (0,26% para 0,32%) também aceleraram nesta leitura, mas com intensidade abaixo da mediana das projeções, que era de 0,34%.

Houve, por outro lado, residual arrefecimento nos serviços subjacentes (0,68% para 0,65%). O resultado ficou acima da mediana do mercado, de 0,59%.

Alimentação e bebidas sobe 0,97%, ante alta de 1,53% em janeiro

Os preços de Alimentação e bebidas aumentaram 0,97% em fevereiro, após alta de 1,53% em janeiro. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,21 ponto porcentual para o resultado do IPCA-15.

Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve alta de 1,16% em fevereiro, após ter avançado 2,04% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,48%, ante alta de 0,24% em janeiro.

Já os preços de Transportes subiram 0,15% em fevereiro, após queda de 1,13% em janeiro. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,03 ponto porcentual para o IPCA-15, que subiu 0,78% no mês.

Os preços de combustíveis tiveram alta de 0,77% em fevereiro, após recuo de 0,63% no mês anterior. A gasolina subiu 0,84%, após ter registrado queda de 0,43% em janeiro, enquanto o etanol avançou 0,32% nesta leitura, após queda de 2,23% na última.

*Com Agência Estado

Quer saber como organizar suas finanças? Acesse o curso gratuito e online do Hub Educação da B3.