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Inflação, deflação e desinflação: entenda as diferenças

Apesar de parecidos, os termos inflação, deflação e desinflação significam fenômenos econômicos distintos

Apesar de parecidos, os termos inflação, deflação e desinflação significam fenômenos econômicos distintos, que o IPCA-15 mede. Foto: Adobe Stock

A economia está cheia de termos parecidos que, muitas vezes, querem dizer o contrário um do outro. Inflação, deflação e desinflação tratam do ritmo dos preços ao longo do tempo. Ainda que sejam semelhantes, estas expressões significam fenômenos bem distintos entre si. 

A inflação você já deve conhecer: está sempre na boca do povo e quer dizer que os preços de todos os produtos, ou de muitos deles, estão aumentando simultaneamente. Tudo fica mais caro a cada dia que passa, mas nem todo aumento de preços significa inflação.

Bora entender o que cada uma dessas palavras quer dizer!

O que é a inflação e por que ela acontece?

A inflação é um aumento de preço constante e consecutivo de um grupo de produtos. Isso quer dizer que, se de um mês para o outro tudo ficou pela hora da morte, mas no mês seguinte os valores se mantiveram, não houve inflação. “É um processo que se configura normalmente após um trimestre”, explica Carla Beni, economista e professora de MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Este aumento pode acontecer de maneira previsível, o que configura uma inflação natural e, até mesmo, esperada. Mas, se a alta dos preços é repentina, inesperada e imprevisível, o nome dado é hiperinflação. 

+ Hiperinflação: o que é e por que acontece

O que é a deflação?

Já a deflação é o exato oposto da inflação. Ou seja: os preços, em vez de aumentarem, diminuem. As coisas começam a ficar mais baratas, o que pode ser bom para o seu bolso a curto prazo, mas ruim para a economia a longo prazo.

Beni reforça a importância do tempo para definir se uma deflação, uma desinflação ou uma inflação estão acontecendo. “A deflação acontece quando os preços destes produtos caem de maneira estruturada e generalizada ao longo de um tempo”, explica.

“Normalmente, períodos longos de deflação caracterizam o início de uma recessão”, diz Roberto Brito de Carvalho, diretor da faculdade de Ciências Econômicas da PUC-SP. A recessão é um quadro que envolve a retração econômica de um país, marcada pela desaceleração ou mesmo queda do Produto Interno Bruto (PIB), que mede o volume de riquezas geradas no país ao longo do ano. Ou seja, a região empobrece, e seus habitantes também.

O que é o fenômeno da desinflação?

Mas, se ao longo do tempo, a inflação simplesmente diminuiu seu ritmo de crescimento, o que acontece é uma desinflação. Ou seja: a inflação desacelerou, mas não estacionou ou começou a regredir. “Se, hoje, os preços sobem a uma taxa de 10% e, no mês seguinte, o crescimento é de 8%, denomina-se desinflação”, ilustra Juliana Inhasz, coordenadora do curso de Economia do Insper

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“É como se um carro estivesse em movimento, mas com a velocidade diminuindo com o tempo e caminhando para uma estagnação. Os preços continuam aumentando, mas em um ritmo cada vez mais lento”, explica o diretor da Puc. 

Desinflação é a inflação menor, enquanto a deflação é o contrário da inflação. A desinflação, assim como a inflação, também joga os preços para cima, enquanto a deflação joga os preços para baixo.

Como a economia se comporta com inflação e deflação?

Os três processos acontecem o tempo todo e são, de certa forma, naturais. Afinal, em uma economia livre, os preços se ajustam às condições do mercado e aos vários fatores que influenciam no preço de mercadorias e produtos.

O problema acontece quando tanto a inflação quanto a desinflação estão desenfreados. No caso da deflação, os efeitos mais abrangentes podem incluir aumentos nas taxas de desemprego e fechamento de empresas. Se o problema for a inflação, o poder de compra da população é reduzido, o nível de investimento das empresas diminui e economia cresce menos.

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