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IPCA sobe 0,52% em dezembro e fecha o ano em 4,83%, acima da meta de inflação

Todos os grupos de produtos e serviços tiveram alta em dezembro, exceto habitação

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro registrou alta de 0,52%, 0,13 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de novembro (0,39%). No acumulado do ano, o índice oficial de inflação do Brasil ficou em 4,83%, ou seja, acima do teto da meta, de 4,50%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (10/01) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O IPCA está em tudo: saiba como funciona o principal índice de inflação do Brasil

Todos os grupos de produtos e serviços tiveram alta em dezembro, exceto habitação (-0,56%). A maior variação (1,18%) e o maior impacto (0,25 p.p.) vieram do grupo Alimentação e bebidas. Foi o quarto aumento consecutivo nesse grupo. Alimentação no domicílio subiu 1,17%, influenciada pelas altas das carnes (5,26%). Já a alimentação fora do domicílio (1,19%) acelerou ante o mês anterior (0,88%).

No grupo dos Transportes (0,67%), o resultado foi influenciado pelo aumento nos preços do transporte por aplicativo (20,70%) e das passagens aéreas (4,54%). Os combustíveis aumentaram 0,70%. Já a queda de 0,65% em ônibus urbano foi influenciada pela gratuidade nas tarifas no dia 25 de dezembro em São Paulo (-3,45%). O trem (3,77%) e o metrô (3,90%) tiveram altas por conta da incorporação de gratuidades concedidas nos dias do ENEM em novembro, em São Paulo.

Acumulado de 2024 supera meta

IPCA encerrou o ano com variação de 4,83%, 0,21 p.p. acima dos 4,62% registrados em 2023. Na tabela abaixo, pode-se observar as variações mensais do índice em 2024:

MêsVariação (%)
MêsTrimestreAno
Janeiro0,42 0,42
Fevereiro0,83 1,25
Março0,161,421,42
Abril0,38 1,80
Maio0,46 2,27
Junho0,211,052,48
Julho0,38 2,87
Agosto-0,02 2,85
Setembro0,440,803,31
Outubro0,56 3,88
Novembro0,39 4,29
Dezembro0,521,484,83
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços   

Expectativa é de inflação pressionada também em 2025

O estouro da meta em 2024 não foi uma surpresa para o mercado. No entanto, a abertura dos dados não indica um alívio em 2025.  “Qualitativamente, os núcleos vieram pressionados, evidenciando uma clara deterioração nas leituras mais recentes. Na margem, a maioria dos itens subjacentes apresentou reaceleração. Além disso, as expectativas para a inflação futura continuam sendo um dos principais desafios”, afirmou Igor Cadilhac, economista do PicPay.

“Diante disso, do ponto de vista da política monetária, o Copom deve manter o ritmo e optar por uma alta de 1 ponto percentual na Selic nas próximas reuniões. Olhando à frente, nossa projeção para inflação em 2025 é de 5,2%, estourando o teto da meta”, avalia Cadilhac.

Marcelo Bolzan, estrategista de investimentos, planejador financeiro e sócio da The Hill Capital, também acredita que o Copom vai manter a alta de 1 ponto porcentual nas duas próximas reuniões. “O que vai acontecer agora é que o novo presidente do Banco Central, o Gabriel Galípolo, vai ter que explicar, em carta oficial para o Congresso, por que os preços ficaram fora da meta. Pensando nas próximas decisões de juros, o Copom aqui já tinha sinalizado mais dois aumentos de 1%, então isso deve acontecer isso sim. Na minha opinião, o cenário não mudou, e é de continuidade de subida de juros, nessa magnitude de 1%”.

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