Bolsa fecha no azul pelo segundo dia com PEC da Transição desidratada
O novo governo admite que a proposta será esvaziada para aprovação sair ainda nesta terça-feira. Ibovespa encerrou com valorização de 2,03%
A Bolsa do Brasil (B3) teve mais um dia de forte alta com o cenário político e fiscal no radar. Os líderes dos partidos na Câmara dos Deputados fecharam um acordo nesta terça-feira, 20/12, para reduzir o tempo de vigência da PEC da Transição de dois para um ano. O compromisso mantém os R$ 145 bilhões para o pagamento do Bolsa Família e o espaço fiscal em cima do excesso de arrecadação.
Com a redução no risco fiscal, os investidores se animaram e o Ibovespa encerrou com forte avanço de 2,03%, aos 106.864 pontos. Com a queda dos juros no longo prazo, as ações ligadas à economia local puxaram o índice. Os papéis preferenciais da companhia aérea Gol (GOLL4) se valorizaram 11,50%; as ações da Via (VIIA3) avançaram mais uma vez com alta de 9,91%; assim como Magazine Luiza (MGLU3) que subiu 8,43%.
No câmbio, acompanhando o cenário no exterior, o dólar comercial caiu 1,93% e fechou cotado a R$ 5,20. Importante notar que a queda da moeda americana ante o real, ocorreu em magnitude bem superior na comparação com outras divisas emergentes.
Pec da Transição desidratada
O período de validade da Pec da Transição vai cair para um ano. O prazo foi acertado na reunião do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PL), e líderes partidários. A proposta deve ser votada ainda hoje.
Apesar de esvaziada, a PEC mantém a previsão de aumentar o teto de gastos em R$ 145 bilhões para garantir o pagamento do Bolsa Família de R$ 600 a partir de janeiro e um adicional de R$ 150 por criança de até 6 anos. A proposta também abre espaço de R$ 23 bilhões fora do teto para investimentos.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD) sinalizou que se as mudanças forem aprovadas hoje pela Câmara, a votação no Senado também deve acontecer nesta terça-feira.