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COP 27: Lula fala em desigualdades, cobra países ricos e promete desmatamento zero até 2030

“A luta contra o aquecimento global é indissociável da luta contra a pobreza”, afirma o presidente eleito em seu primeiro evento público na Conferência do Clima

Lula em discurso na COP 27. Foto: Reprodução Youtube
Presidente eleito discursou nesta quarta-feira, 16, no Egito. Foto: Reprodução Youtube

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), discursou nesta quarta-feira, 16/11 na Conferência do Clima (COP 27), em Sharm El-Sheihk, no Egito. Lula trouxe a mensagem de que o Brasil está de volta a linha de frente ao combate as mudanças climáticas e que voltou para combater o “poço sem fundo de desigualdades entre ricos e pobres”. Disse ainda que não medirá esforços “para zerar o desmatamento e a degradação de nossos biomas até 2030”.

“O Brasil está de volta para reatar laços com o mundo e combater a fome. Voltamos para ajudar a construir uma ordem mundial pacífica, propor uma nova governança global. Precisamos de mais empatia uns com os outros para que sejamos capazes de tecer coletivamente uma nova ordem internacional, que reflita as necessidades do presente e nossas aspirações de futuro”, disse.

Para combater o desmatamento, o presidente eleito afirmou que os crimes ambientais, que segundo ele cresceram de forma assustadora no atual governo, serão combatidos com o fortalecimento dos órgãos de fiscalização e os sistemas de monitoramento. Na mesma fala, Lula fez um aceno ao agronegócio.

“Estou certo de que o agronegócio brasileiro será um aliado estratégico do nosso governo na busca por uma agricultura regenerativa e sustentável, com investimento em ciência, tecnologia e educação no campo, valorizando os conhecimentos dos povos originários e comunidades locais. Vamos provar que é possível promover crescimento econômico e inclusão social tendo a natureza como aliada estratégica, e não mais como inimiga a ser abatida a golpes de tratores e motosserras”.

+COP 27: momento decisivo no combate ao aquecimento global

O presidente eleito cobrou os compromissos dos países ricos firmados nas conferências climáticas anteriores. Disse que é preciso dar recursos aos países em desenvolvimento, em especial os mais pobres, para que possam enfrentar as mudanças climáticas. E que as consequências do aquecimento global atingem “de maneira desproporcional os mais vulneráveis”, o que impõem um desafio a mais aos países produtores de alimentos. Lula propôs uma Aliança Mundial pela Segurança Alimentar.

“Não existem dois planetas Terra. Somos uma única espécie, chamada Humanidade, e não haverá futuro enquanto continuarmos cavando um poço sem fundo de desigualdades entre ricos e pobres. O planeta que a todo momento nos alerta de que precisamos uns dos outros para sobreviver. Que sozinhos estamos vulneráveis à tragédia climática”.

Lula voltou a propor que uma conferência do clima da ONU – a COP 30, em 2025 – seja realizada no Brasil e em uma cidade da Amazônia. Ele sugeriu também uma reunião dos países que partilham a Amazônia, uma cúpula do Tratado de Cooperação Amazônica.

“O planeta que a todo momento nos alerta de que precisamos uns dos outros para sobreviver. Que sozinhos estamos vulneráveis à tragédia climática”, alertou o presidente eleito.

Reforma no Conselho de Segurança

Em discurso, Lula voltou a cobrar uma reforma no Conselho de Segurança da ONU. “O mundo de hoje não é o mesmo de 1945. É preciso incluir mais países no Conselho de Segurança da ONU e acabar com o privilégio do veto, hoje restrito a alguns poucos, para a efetiva promoção do equilíbrio e da paz”.

A íntegra do discurso de Lula pode ser conferida a seguir:

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