Mercado

Dólar sobe 1% e vai a R$ 5,48 com pressão externa e ruídos locais; bancos impulsionam Ibovespa

Índice fechou em alta de 0,26%, aos 129.450,32 pontos nesta quarta-feira (17)

O Ibovespa fechou em alta de 0,26%, aos 129.450,32 pontos nesta quarta-feira (17/07). Já o dólar apresentou aumento de 1%, cotado a R$ 5,48. Em dia de maior liquidez por conta do vencimento de opções sobre ações, desempenho dos papéis bancos deu suporte ao índice, como Itaú PN e BTG units, que subiram 1,09% e 1,34%, respectivamente.

De olho no exterior, o otimismo com a proximidade do ciclo de flexibilização monetária nos Estados Unidos também ajudou a impulsionar a bolsa brasileira.

Ibovespa

Nas mínimas intradiárias, tocou os 128.741 pontos e, nas máximas, os 129.658 pontos.

O volume financeiro negociado na sessão (até as 17h15) foi de R$ 12,18 bilhões no Ibovespa e R$ 35,35 bilhões na B3.

Dólar

O dólar comercial fechou em forte alta nesta quarta-feira, em sessão de pressão sobre moedas de economias latino-americanas em meio a um noticiário global que afastou o apetite por risco no mercado de câmbio.

Surpresas negativas com a inflação na Europa e o mau desempenho de ações do setor de tecnologia afetaram o sentimento dos investidores estrangeiros.

Ao mesmo tempo, ruídos acerca da pauta fiscal no Brasil ainda pesam sobre o real às vésperas da divulgação do terceiro relatório bimestral do orçamento de 2024 na segunda-feira, quando também é esperado o anúncio de medidas para conter as despesas públicas no curto prazo.

O euro comercial avançou 1,33%, a R$ 5,9966. A força da moeda europeia ainda contribuiu para a queda do índice DXY do dólar de 0,49%, a 103,76 pontos, por volta de 17h05.

No mesmo horário, o dólar exibia forte apreciação no confronto com pares latino-americanos do real. A divisa americana saltava 1,63% ante o peso chileno; avançava 0,50% ante o peso colombiano; e tinha alta de 0,37% ante o peso mexicano.

Bolsas de Nova York

O índice acionário Nasdaq – que concentra as empresas de tecnologia e big techs – terminou a quarta-feira com forte queda de 2,77%, pressionado por informações de que a administração Biden está pensando em restringir ainda mais as exportações e o compartilhamento de alta tecnologia de semicondutores para a China.

Diante da possibilidade de que o comércio entre os dois países possa ser limitado, com perda para as produtoras de semicondutores, as big techs e principalmente as ‘sete magníficas’ registraram forte queda.

Desde outubro de 2022, os EUA vêm impondo uma série de medidas de controle de exportações para limitar o acesso da China a uma série de semicondutores – principalmente aqueles ligados à inteligência artificial – feitos nos EUA. O motivo seria proteger interesses de segurança nacional americana.

Um cenário de possível deterioração do comércio de chips entre EUA e China foi piorado pela entrevista dada pelo candidato republicano Donald Trump à Bloomberg no início da semana, fazendo críticas à proteção que os EUA dão a Taiwan, que é sede de várias produtoras de semicondutores e componente de tecnologia de ponta. Na entrevista, Trump disse que Taiwan – que sempre é ameaçada de invasão pela China – deveria pagar pela proteção dos EUA.

Com isso, todas as ‘sete magníficas’ caíram de forma expressiva, levando o Nasdaq a registrar sua maior queda percentual desde dezembro de 2022 quando perdeu 3,23% em um único dia, e recuando de volta para baixo dos 18 mil pontos.

No fechamento, Nasdaq recuava 2,77% a 17.996,92 pontosS&P 500 caía 1,39% a 5.588,27 pontos e índice Dow avançava 0,49% a 41.198,80 pontos, sustentado pela procura de investidores por small caps.

No fim do dia, Nvidia afundou 6,62%, Meta caiu 5,68% e Tesla recuou 3,14%. Com exceção da Microsoft, que caiu 1,3%, todas as demais big techs perderam entre 2% a 3%. A empresa ASML fechou em queda de 12,74%, Qualcom caiu 9% e a Broadcom perdeu 7,91%. Os setores de tecnologia de informação e serviços de comunicação foram os mais afetados pelo forte rali de venda com perdas respectivas de 3,72% e 2,09%.

Bolsas da Europa

A maioria dos principais índices acionários europeus fecharam a quarta-feira (17) em queda, enquanto os investidores avaliavam os dados do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro e do Reino Unido, que vieram acima do esperado em alguns de seus componentes.

O índice Stoxx 600 caiu 0,48%, a 514,83 pontos, o CAC 40, de Paris, cedeu 0,12%, para 7.570,81 pontos e o DAX, de Frankfurt, recuou 0,44%, a 18.437,30 pontos. Na contramão de seus pares, o FTSE 100, da bolsa de Londres, anotou alta de 0,28%, para 8.187,46 pontos.

O CPI da zona do euro subiu 0,2% em junho na comparação com maio, ficando em linha com as expectativas de analistas ouvidos pelo “Wall Street Journal”. Já o núcleo da inflação na região ficou acima do esperado, ao subir 0,4% ante uma expectativa de alta de 0,3%.

No Reino Unido, o CPI subiu 0,1% em junho, em linha com as expectativas. Na base anual, porém, a inflação ficou em 2,0%, um pouco acima da projeção mediana do mercado, de alta de 1,9%.

Ainda assim, os números mantêm vivas as perspectivas de um corte na taxa de juros pelo Banco da Inglaterra (BoE), possivelmente já no próximo mês.

Entre as ações, o destaque negativo da sessão ficou com a ASML, que teve queda de 10%. Os papéis foram prejudicados pelas notícias de que o governo americano considera usar restrições comerciais mais severas caso empresas como a ASML continuem a dar à China acesso à tecnologia avançada de semicondutores.

Além disso, em entrevista à Bloomberg, o republicano Donald Trump questionou se os EUA têm o dever de defender Taiwan, que é um centro importante de produção de semicondutores.

O foco dos agentes, agora, está na decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE), que sai amanhã, às 9h15.

*Com informações do Valor Econômico

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