Mercado

Febraban aumenta projeção do crédito para as famílias em 2024 para 10,3%

Pesquisa da Febraban também mostra que 50% dos participantes afirmam não terem alterado as expectativas sobre a taxa Selic

Hands holding Brazilian real notes, money from Brazil, notes of Real, Brazil BRL banknote, Brazilian currency, economy and business.
Os ativos chamados de créditos privados nada mais são do que títulos de dívidas emitidos por empresas e instituições não-públicas. Foto: Adobe Stock

A projeção de crescimento da carteira de crédito direcionada destinada às famílias brasileiras em 2024 passou de 9,0% para 10,3%. Já a carteira direcionada teve expectativa de alta de 8,9% para 9,9%. É o que mostra a Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Febraban, divulgada hoje.

Com isso, a carteira total para este ano mantém a tendência de alta e avançou de 8,4% (pesquisa de fevereiro) para 8,8%, mais próxima da última projeção do Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central, que está em 9,4%. Em 2023, a carteira total fechou com aumento de 8,1%.

Por outro lado, o levantamento mostrou que a projeção para a evolução da carteira direcionada destinada às empresas foi revista para baixo, passando de uma alta de 8,8% para 8,3%. 

Já a expectativa de crescimento da carteira livre para este ano subiu de 8,1% para 8,5%, também puxada pela previsão de maior expansão da carteira pessoa física, que passou de 8,9% para 9,5%, enquanto a previsão para a carteira livre pessoa jurídica teve ligeira revisão, subindo de 7,4% para 7,6%.

A Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Febraban é realizada a cada 45 dias, logo após a divulgação da Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e mostra a estimativa dos bancos para o comportamento de diversas variáveis da economia ao longo deste e do próximo ano.

Estimativas para crédito em 2025

A pesquisa também trouxe as estimativas dos bancos em relação ao crédito em 2025, e também captou aumento nas projeções. A expansão da carteira total esperada para o ano que vem saiu de 8,1% para 8,9%. O destaque fica para o crescimento da carteira destinada às famílias, que segue acima de 9,0% tanto no segmento direcionado como no livre.

“Apesar do aumento relativo das incertezas no período recente, a pesquisa ainda captou um sentimento positivo por parte dos participantes, tanto em relação ao comportamento geral da economia, como especificamente do crédito, que deve crescer mais do que o esperado até então. Outro ponto importante é que a revisão positiva é sustentada especialmente pelo crédito destinado às famílias, que já tem mostrado uma dinâmica mais positiva nos últimos meses”, afirma Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban

Inadimplência

Em relação à taxa de inadimplência da carteira livre, a pesquisa capturou estabilidade da projeção para 2024, em 4,5%. A projeção corresponde a uma ligeira queda em relação ao nível atual do indicador (4,6% em fevereiro, segundo o BC), o que reforça a percepção de melhora na expectativa em relação às perdas esperadas com o crédito ao longo do ano. 

Para 2025, a projeção do indicador caiu para 4,2% (ante 4,3% na pesquisa anterior), indicando que o movimento de queda deve continuar no ano que vem.

Selic

Metade dos participantes (50%) afirmou não ter alterado suas expectativas em relação ao ciclo de cortes da taxa Selic, mesmo após a mudança da orientação futura do Copom. Já o restante espera um ciclo mais lento, mais curto ou ambos.

De acordo com a pesquisa, a mediana para a taxa Selic coletada mostra mais dois cortes de 0,50 ponto percentual, seguido de cortes de 0,25 ponto percentual em julho e novembro, quando chegaria a 9,25% ao ano.

Câmbio

Em relação à taxa de câmbio, é aguardada uma relativa estabilidade abaixo do nível de R$/US$ 5,00 até próximo do final do ano (novembro), embora em patamar superior ao captado na pesquisa de fevereiro.

Atividade econômica

Sobre a atividade econômica, 55% dos participantes acreditam que a economia deve seguir surpreendendo positivamente, levando a um crescimento do PIB superior ao estimado pelo consenso atualmente (+1,85%).

Inflação

Em relação à inflação, apesar da pressão recente observada na inflação de serviços, a maioria dos participantes (60%) ainda espera que o IPCA encerre o ano em torno de 3,75% (consenso do Focus) ou abaixo deste patamar.

Fiscal

No âmbito fiscal, as projeções para o resultado primário de 2024 também têm viés de melhora, com 90,0% dos participantes enxergando um déficit de 0,75% do PIB ou menor.

Juros nos EUA

Já no cenário internacional, 75% dos entrevistados esperam três cortes de 0,25 ponto percentual nos juros norte-americanos até o fim do ano, em linha com o indicado pelo próprio Fed.

Quer entender o que é macroeconomia e como ela afeta seu bolso? Acesse o curso gratuito Introdução à Macroeconomia, no Hub de Educação da B3.