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Ibovespa B3 sobe 0,49% e fecha no maior nível desde outubro de 2024; dólar tem 6ª queda seguida e vai a R$ 5,67

Veja como se comportaram o Ibovespa e o dólar nesta terça-feira (18) e o que movimentou os ativos

Na contramão da queda vista em Wall Street, o Ibovespa B3 anotou mais um dia de alta firme nesta terça-feira e avançou 0,49%, aos 131.475 pontos, na véspera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sobre a Selic.

Esse foi o maior nível de fechamento desde 16 de outubro de 2024, quando o índice encerrou aos 131.750 pontos.

Ibovespa hoje

A sessão foi volátil, especialmente no começo da manhã. O índice oscilou entre os 130.722 pontos e os 131.834 pontos.

O recuo mais intenso dos juros futuros mais longos alimentou um movimento mais positivo do índice na sessão, assim como a alta dos papéis da Vale, Petrobras e de alguns bancos. O alívio se deu com a apresentação do projeto de lei de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, considerado sem surpresas negativas para o mercado.

Depois de iniciar o dia em queda, as ações da Vale passaram a subir e avançaram 0,74%. O dia foi de recuo nos preços do minério de ferro. Já as ações da Petrobras fecharam em alta: tanto as PN quanto as ON ganharam 0,08%.

Durante o pregão, porém, as ações da petroleira adotaram um movimento misto, com as ordinárias em alta e as preferenciais em queda, o que pode indicar que houve compra de investidores estrangeiros, já que os recibos de ações (ADRs) da ação ordinária da estatal costumam ser mais líquidos.

As ações da JBS responderam pelas maiores altas na sessão, com um avanço de 17,89%. A companhia anunciou um acordo que pode ajudar na dupla listagem da empresa.

Já as maiores quedas ficaram para os papéis da CVC, que caíram 3,47%.

O volume financeiro negociado no índice foi de R$ 16,2 bilhões e de R$ 21,2 bilhões na B3.

Dólar hoje

O dólar à vista voltou a recuar frente ao real na sessão desta terça-feira, atingindo o menor nível em quase cinco meses. Hoje a dinâmica não foi global e generalizada como nas duas últimas sessões.

Operadores também não viram motivos específicos para o enfraquecimento do dólar contra a moeda brasileira, ponderando tanto um possível fluxo de estrangeiros para o país como algum alívio proveniente da ausência de surpresas negativas no anúncio do projeto de isenção fiscal a salários de até R$ 5 mil.

Encerradas as negociações, o dólar a vista fechou em queda de 0,25%, cotado a R$ 5,6719, o menor patamar desde 24 de outubro de 2024, quando a moeda americana terminou negociada a R$ 5,6629.

Na mínima do dia, o dólar à vista bateu R$ 5,6559 e na máxima encostou em R$ 5,7145.

Já o euro comercial registrou depreciação de 0,02%, a R$ 6,2083.

Perto das 17h10, o índice DXY caía 0,13%, aos 103,231 pontos.

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York fecharam esta terça-feira (18) em queda, com os mercados avessos ao risco. O pregão foi marcado por agentes financeiros buscando ativos mais seguros, em um movimento que contrasta com as bolsas europeias, favorecidas pela aprovação do pacote de estímulos fiscais da Alemanha.

Em Wall Street, o índice Dow Jones caiu 0,62%, aos 41.581.31 pontos, o S&P 500 teve queda de 1,07%, aos 5.614.66 pontos, e o Nasdaq cedeu 1,71%, aos 17.504.12 pontos.

Praticamente todos os setores do S&P 500 terminaram o dia no negativo, com destaque para comunicação (-2,14%), consumo discricionário (-1,9%) e tecnologia (-1,65%), que lideraram as perdas no dia.

Grandes empresas do setor de tecnologia sofreram no pregão de hoje, com destaque para queda das ações de Tesla (-5,34%), Meta (-3,73%) e Nvidia (-3,34%). Neste contexto, ativos considerados seguros registraram bons desempenhos no dia.

Os yields da T-note de 2 anos e de 10 anos registraram recuo de 0,5% e 1,7% respectivamente na sessão de hoje.

A busca por segurança também fez com que o ouro fechasse em alta, consolidando um novo recorde de fechamento, enquanto o franco suíço e o iene japonês registraram alta frente ao dólar.

No entanto, na avaliação de Steven Ricchiuto, economista-chefe para EUA do Mizuho Securities, este é um momento de correção no mercado americano após um longo período de alta. “Os investidores devem usar essa liquidação para aumentar as posições, não se desfazer de ações, como alguns estrategistas estão sugerindo”, disse.

Bolsas da Europa

Os principais índices de ações da Europa tiveram mais um dia de valorização, especialmente o DAX, de Frankfurt, após o Parlamento alemão aprovar um pacote de bilhões de euros em estímulos fiscais.

A perspectiva do mercado é de que esse incentivo beneficie toda a União Europeia, o que se refletiu na forte alta do euro nesta terça-feira e na alta do índice Zew de sentimento econômico. Agora, o projeto de lei precisa ser aprovado no Senado, nesta sexta-feira.

“É uma mudança histórica no regime fiscal, possivelmente a maior desde a reunificação alemã”, comenta Robin Winkler, economista-chefe da Alemanha do Deutsche Bank. “No entanto, uma expansão fiscal não garante sucesso: o próximo governo precisará implementar reformas estruturais para transformar esse pacote fiscal em um crescimento sustentável.”

No fechamento, o índice Stoxx 600 subiu 0,59%, aos 554,18 pontos.

O FTSE 100, da Bolsa de Londres, teve alta de 0,29%, a 8.705,23 pontos, e o DAX, de Frankfurt, avançou 0,98%, aos 23.380,70 pontos.

Já o CAC 40, de Paris, teve ganho de 0,50%, aos 8.114,57 pontos.

No cenário macroeconômico, o índice de sentimento econômico da Alemanha medido pelo instituto Zew, que acompanha as expectativas para os próximos seis meses, subiu de 26 pontos em fevereiro para 56,1 em março, bem acima do esperado pelo mercado.

Em nota, a Pantheon Macroeconomics diz que as condições atuais da economia na zona do euro “permanecem críticas”, em linha com o crescimento fraco no início do ano.

Na visão da casa, a melhora nas expectativas sugere que os investidores e os analistas estão ignorando a incerteza comercial de curto prazo e focando no impulso gerado pelo estímulo fiscal.

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