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Focus: mercado vê juros mais altos em 2024; e revisa inflação para 2023

Boletim divulgado nesta segunda pelo Banco Central, aponta Selic de 8,50% para 9% em 2024; IPCA fica em 5,76% em 2022 e 5,17% no próximo ano

Mercado; Moedas e calculadora no celular. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
O relatório Focus é publicado todas as segundas-feiras e lista as projeções do mercado financeiro para a economia brasileira. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Os economistas do mercado financeiro aumentaram mais uma vez a estimativa para a taxa básica de juros para 2024, em meio a expansão fiscal planejada pelo governo eleito a partir do ano que vem. A Selic subiu para 9% ao ano; depois de 8,5% na semana passada e 8% na anterior. As informações são do boletim Focus, do Banco Central (BC), divulgado nesta segunda-feira, 19/12.

Os números do Focus refletem a curva de juros futuros registrada na semana passada pelos Depósitos Interfinanceiros. O DI para janeiro de 2024 foi para 13,98%; para janeiro de 2027 fechou em 13,66%; e para o mesmo mês em 2029 foi para 13,55%.

“Por mais uma semana, a curva de juros futuros registrou elevação, principalmente nos vértices mais longos, refletindo um maior prêmio de risco exigido pelos investidores. Diante de uma desaceleração no ritmo contracionista das políticas monetárias ao redor do mundo, o cenário político doméstico seguiu como o principal direcionador do mercado”, disse a XP no Morning Call de hoje.  

É importante notar que, apesar dessa aceleração em 2024 – na comparação com as semanas anteriores do Focus – a Selic nesta data é menor que neste ano e em 2023. Para o fim do ano que vem, a mediana das estimativas manteve a taxa em 11,75%. A taxa básica de juros fecha 2022 em 13,75% – maior patamar em seis anos.

O relatório Focus é publicado todas as segundas-feiras com as projeções do mercado financeiro para a economia brasileira. Foram ouvidas pelo Banco Central mais de 100 instituições financeiras até o fim da semana passada. O relatório é essencial para o investidor pautar as suas conversas no início da semana e corrigir ou confirmar estratégias no mercado de ativos.

Inflação

A estimativa de inflação para este ano foi reduzida de 5,79% para 5,76% – segunda queda consecutiva do indicador. Para 2023, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu, de 5,08% para 5,17%. Para 2024, permaneceu em 3,50%. Nos três casos, o valor está bem acima da meta do Banco Central que é de 3,50% em 2022; 3,25% em 2023 e 3% para 2024. A meta de inflação tem sempre uma margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Produto Interno Bruto

Para o PIB, o mercado financeiro manteve estável em 3,05% a previsão de alta em 2022. Para 2023, a estimativa de crescimento avançou de 0,75% para 0,79%.

O Produto Interno Bruto é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, num determinado período, e serve para medir a evolução da economia.

No terceiro trimestre deste ano, a economia brasileira cresceu 0,4%, na comparação com os três meses imediatamente anteriores, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este foi o quinto trimestre de alta consecutiva da atividade econômica do país. No entanto, em relação ao 2º trimestre, houve uma desaceleração no crescimento.

O resultado completo do PIB em 2022 será divulgado pelo IBGE no dia 02 de março de 2023.

Dólar

As estimativas para a moeda americana foram mantidas em R$ 5,25. Para 2023, a mediana das estimativas teve um leve ajuste de R$ 5,25 para R$ 5,26. Para 2024, também leve alta de R$ 5,24 para R$ 5,25.