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IBC-Br: como funciona esse indicador da economia brasileira?

Dado permite acompanhar a evolução da atividade econômica

Letreiro na fachada do BC onde se lê Banco Central do Brasil
A taxa básica de juros do país é um dos instrumentos de combate à inflação e de manutenção da trajetória da dívida pública. Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

Entre os indicadores mais conhecidos da economia brasileira, está o Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil (IBC-Br), focado na produção dos três setores – indústria, agropecuária e serviços.

O IBC-Br é muitas vezes confundido com o PIB, pois ambos mostram como anda a atividade econômica; porém, possuem metodologias diferentes de cálculo e cada um tem a sua periodicidade de medição e divulgação.

Por que o IBC-Br é importante?

O IBC-Br é um indicador recente, tendo sido divulgado pela primeira vez em março de 2010. A sua formulação respondeu à necessidade de existir um indicador da atividade econômica de frequência mensal, o que é muito importante para auxiliar decisões de política monetária, como a taxa básica de juros (Selic), por exemplo. O IBC-Br é sempre publicado quarenta e cinco dias após o mês de referência.

Qual é a diferença entre PIB e IBC-Br?

Uma das maiores diferenças entre o IBC-Br e o PIB é a frequência de divulgação, pois o último é publicado a cada trimestre. Embora sejam muito parecidos nos dados que utilizam para a formulação dos índices, sendo que ambos se apoiam em diversos dados do IBGE, o IBC-Br considera apenas dados de produção de cada um dos três setores e o volume de importações de determinado período. Em outras palavras, o IBC-Br leva em conta apenas aspectos de oferta.

O PIB também considera os dados citados acima, mas leva em conta as taxas de consumo da população e do governo, além do volume de exportações; portanto, o PIB indica o equilíbrio entre oferta e demanda.

Como o IBC-Br é calculado?

Nota-se como o PIB é um indicador de apuração mais complexa se comparado ao IBC-Br; esse último, em sua formulação, utiliza dados na forma daquilo que os economistas chamam de proxies, isso é, aproximações.

A metodologia baseada em aproximações pode levar a divergências entre os resultados do IBC-Br e do PIB. Mesmo assim, o indicador do Banco Central segue com grande importância para a análise da economia brasileira.

Isso acontece porque o IBC-Br mostra, além da atividade de cada mês, a tendência observada numa sequência temporal. Por exemplo, se após três meses o IBC-Br apresentou resultados positivos, pode-se concluir que existe um crescimento na economia e que irá se refletir na medição do PIB. 

Outro aspecto a ser considerado é que o IBC-Br tem mecanismos de dessazonalização nas medições de cada mês. Isso quer dizer que o índice desconsidera efeitos sazonais, relacionados à época do ano, como, por exemplo, o impacto do Natal sobre o comércio ou o do feriado de Carnaval na produção da indústria.

Como interpretar o IBC-Br?

É um erro comum pensar que o IBC-Br é uma prévia do PIB; isso não é verdade, tendo em vista as diferenças de metodologia. É mais correto assumir que são indicadores complementares, pois enquanto o IBC-Br permite um acompanhamento imediato da economia, por sua frequência mensal, e se baseia em dados mais restritos, o PIB é mais abrangente, tanto em relação aos dados quanto ao período.

Mesmo que as técnicas de aproximações e dessazonalização possam levar a divergências entre os resultados de curto prazo de cada indicador (mensais do IBC-Br e trimestrais do PIB), as diferenças tendem a se compensar em prazos mais longos, como o anual. Desse modo, os resultados anuais de cada indicador costumam ser parecidos.

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