Ibovespa B3 inicia semana em baixa de 1,36%; dólar sobe e fecha a R$ 5,75
Veja como se comportaram o Ibovespa e o dólar nesta segunda-feira (24) e o que movimentou os ativos
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A semana começou com o Ibovespa B3 em baixa acima de 1% e atenção voltada à fala sobre macroeconomia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em novo evento de “retomada” da indústria naval brasileira. À noite, expectativa para o pronunciamento presidencial, às 20h30, sobre os programas Pé-de-Meia e Farmácia Popular, no momento em que se ensaia uma contraofensiva para resgatar os níveis de aprovação do governo – o que, a depender do tom, pode reverberar sobre a percepção do mercado quanto à trajetória das contas públicas.
Assim, com a situação fiscal doméstica aos poucos retornando ao radar dos investidores, o Ibovespa encerrou o dia no menor nível desde 13 de fevereiro, em baixa de 1,36%, aos 125.401,38 pontos, com giro a R$ 19,3 bilhões. No mês, o índice oscilou hoje para o campo negativo, acumulando perda de 0,58%, o que reduz o ganho do ano a 4,25%.
Destaques do Ibovespa
Entre as ações de maior peso no índice, na contramão dos preços da commodity na sessão, Petrobras chegou a acentuar perdas acima de 1% à tarde, mas encerrou o dia com as ações mais acomodadas, em baixa de 0,66% na ON e de 0,70% na PN, em semana na qual serão conhecidos os resultados trimestrais da empresa, na quinta-feira. Vale ON, por sua vez, cedeu hoje 0,91%. E, entre os grandes bancos, o ajuste negativo ficou entre 0,55% (Itaú PN) e 1,77% (Bradesco PN), à exceção de Santander, que fechou em alta de 0,57%. Na ponta do Ibovespa nesta segunda-feira, destaque para Azul (+4,13%), Embraer (+1,54%) e BB Seguridade (+1,24%). No lado oposto, Azzas (-7,45%), Vamos (-6,93%) e MRV (-6,79%).
“As ações de commodities não foram bem hoje, em especial Petrobras e Vale, em dia de desvalorização do preço do minério de ferro na China e em meio à expectativa para os números trimestrais da estatal, que serão conhecidos na quinta-feira”, diz Gustavo Mendonça, especialista da Valor Investimentos.
“No cenário macro, as falas do presidente Lula – em que destacou que a economia brasileira deve crescer mais do que o previsto, e que a microeconomia seria a chave disso – trouxeram uma certa cautela para o mercado”, acrescenta o especialista. Ele destaca também o sinal antecipado pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, sobre forte geração de vagas no Caged de janeiro, o que resultou em pressão na curva do DI na sessão, em vencimentos curtos como o de 2026, com a percepção de “juros elevados por mais tempo”.
No front corporativo, destaque para a reação do mercado para os números trimestrais da Azul, empresa que puxou a ponta ganhadora do Ibovespa na sessão. A companhia aérea anunciou prejuízo de R$ 3,9 bilhões no último trimestre de 2024, mas as ações avançaram mais de 4%, impulsionadas pelo crescimento de 33% no Ebitda, indicando uma melhora operacional que animou os investidores, diz Henrique Lenzi, operador de renda variável da Manchester Investimentos.
Dólar
Em um dia sem gatilhos para o mercado de câmbio, o dólar oscilou em margens estreitas nesta segunda-feira, 24, e fechou pela segunda sessão consecutiva em alta ante o real, com o mercado de olho no exterior e à espera de dados econômicos previstos para o restante da semana.
O dólar à vista fechou em alta de 0,42%, aos R$ 5,7546. Em 2025 a moeda norte-americana acumula queda de 6,87%. Veja cotações.
Às 17h08 na B3 o dólar para março — atualmente o mais líquido — subia 0,40%, aos R$5,7630.
Na sexta-feira, o dólar à vista fechou em alta de 0,45%, a R$ 5,7304. Na semana, a moeda acumulou ganho de 0,58%, interrompendo sete semanas consecutivas de perdas semanais.
Destaques
Pela manhã a moeda norte-americana chegou a oscilar no território negativo, com agentes aproveitando cotações mais elevadas — acima de R$ 5,70 — para vender divisas. Às 9h09, logo após a abertura, o dólar à vista marcou a cotação mínima de R$ 5,7078 (-0,39%).
“No início do dia houve um fluxo (de venda de dólares) de exportador. Agora ele tenta acompanhar a valorização de algumas moedas commodities no exterior, que estavam ganhando mais cedo do dólar”, comentou no início da tarde o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik, quando as cotações estavam próximas da estabilidade no Brasil.
No restante da tarde, porém, o dólar à vista subiu gradativamente até ficar próximo do pico no fechamento. O movimento esteve em sintonia com a queda das ações na B3 e o avanço das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros), em um dia de modo geral negativo para os ativos brasileiros.
Operador ouvido pela Reuters pontuou que a expectativa para o restante da semana, quando serão divulgados dados importantes da economia do Brasil e dos Estados Unidos, manteve certa cautela entre os agentes, que se traduziu na busca por dólares durante a tarde.
Na terça-feira saem dados de confiança do consumidor dos EUA e o IPCA-15 de fevereiro no Brasil — dado considerado uma espécie de prévia para o índice oficial da inflação.
Às 17h20, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,07%, a 106,610.
Pela manhã o Banco Central vendeu 20.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de abril de 2025.
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