Ibovespa cai 0,75% e fecha próximo à mínima; dólar chega a R$ 4,98
O índice chegou aos 128.158,57 pontos, puxado pela desvalorização da Petrobras
A bolsa de valores fechou em queda de 0,75%, aos 128.158,57 pontos nesta quinta-feira (21/03). As ações de bancos como Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) puxam a queda da bolsa, que tem como destaque negativo a desvalorização da Petrobras (PETR3;PETR4). Na mínima, o índice chegou a 128.092 pontos.
Por outro lado, o dólar voltou a subir e ganhou espaço contra o real brasileiro. A moeda norte-americana encerrou o pregão cotada a R$ 4,9798.
Ibovespa
A cautela prevaleceu entre investidores na bolsa de valores brasileira, cultivada por um comunicado do Copom (Comitê de Política Monetária) lido como “duro”. Ou hawkish, no linguajar da Faria Lima.
O tom do comunicado levou a um aumento de chances para que a Selic terminal de 2024 fique acima da estimativa do Boletim Focus, de 9%. As curvas de juros futuros subiram como resultado, com fortes altas a partir dos contratos de médio a longo prazo.
O tom mais “conservador” do Copom de ontem “trouxe um viés negativo para a bolsa hoje”, afirma Rodrigo Salvador, sócio da HCI Invest. “Vemos nosso BC adotando uma política mais dependente em indicadores, retirando o plural do foward guidance”, completa.
Não colaborou o fato de que a Vale (VALE3), cuja ação abriu em alta de cerca de 1%, devolveu ganhos no pregão e fechou em queda de 0,24%.
“O setor financeiro também caiu em torno de 1% na bolsa de valores hoje, contribuindo para as perdas no Ibovespa”, diz Rose Duarte, analista da Toro Investimentos. As ações da B3 (B3SA3) tiveram maior impacto, com queda de 2,75%, seguida pela desvalorização do papel do Banco do Brasil (BBAS3), de 1,40%.
Rose explica que a diminuição de magnitude de cortes pelo Copom contribuiu para a abertura de curva futura de juros.
As ações da Petrobras foram o destaque negativo do pregão. O ativo ordinário (PETR3) cedeu 2,04%, enquanto o preferencial (PETR4) caiu 2,72%. A pior ação do índice foi a Cogna (COGN3), que derreteu 11,90% após a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2023 não agradar o mercado.
Dólar
Após o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) determinar a manutenção dos juros americanos e sinalizar três cortes para 2024, o dólar avançou contra o real. Além disso, o tom duro do BC ao retirar a magnitude de cortes mexeu com o câmbio.
Assim, o dólar hoje subiu 0,11% contra o real, cotado a R$ 4,9798 Na máxima, o dólar ultrapassou a barreira dos R$ 4,98.
No exterior, o dólar também se fortaleceu contra moedas importantes, como a libra e o iene. O índice DXY, que compara a divisa dos EUA com pares mundiais, registrou alta de 0,19%, a 104,03 pontos.
Maiores ações
A ação que mais se valorizou, considerando todos os papéis de índices do Ibovespa, foi a da empresa de shows Time For Fun (SHOW3). A ação subiu 16,59%, movimentando um volume de R$ 3,76 milhões no pregão.
Confira a seguir as cinco maiores ações da bolsa de valores. Os papéis listados abaixo tiveram liquidez acima de R$ 1 milhão ou mais durante o pregão desta quarta. As cotações foram atualizadas 17h50
- Time For Fun ON (SHOW3): +16,59%
- Brisanet ON (BRIT3): +12,23%
- Technos ON (TECH3): +9,52%
- Alliar ON (AALR3): +7,75%
- Santos Brasil ON (STBP3): +7,72%
Ações em queda
Por outro lado, o pior desempenho da bolsa de valores ficou com a ação da Cogna (COGN3) que, portanto, teve a pior queda do Ibovespa. O papel derreteu após a companhia divulgar o balanço do quarto trimestre.
O banco BTG Pactual afirmou em relatório que o resultado da Cogna (COGN3) veio “poluído por vários efeitos não recorrentes. A holding de empresas de educação registrou prejuízo líquido contábil de R$ 397 milhões no quarto trimestre.
Veja as cinco ações em queda do Ibovespa. A lista segue os mesmos critérios do ranking de melhores papéis.
- Cogna ON (COGN3): -11,90%
- Paranapanema ON (PMAM3): -8,91%
- Vivara ON (VIVA3): -8,07%
- CVC Brasil ON (CVCB3): -5,32%
- Ser Educacional (SEER3): -4,93%
Bolsas de Nova York
As bolsas de Nova York fecharam em alta com novas máximas históricas de fechamento nos três principais índices de Wall Street, diante da continuidade do otimismo com a perspectiva de que as taxas de juros serão cortadas pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na reunião de junho. Mesmo com os recordes, os índices perderam fôlego com o desenrolar da sessão.
No fechamento, o índice Dow Jones subiu 0,68%, aos 39.781,37 pontos, enquanto o S&P 500 teve alta de 0,32%, aos 5.241,53 pontos. Por fim, o Nasdaq computou ganho de 0,20%, aos 16.401,84 pontos.
Bolsas da Europa
As bolsas europeias fecharam em alta com um salto em Londres, após o presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Andrew Bailey, afirmar que a economia britânica caminha na direção certa para o início de cortes de juros. Diante da crescente convicção de que os bancos centrais vão embarcar em um ciclo de flexibilização monetária, o índice FTSE tocou o maior nível em 11 meses e a bolsa de Frankfurt renovou recorde de fechamento.
Em Londres, o FTSE 100 encerrou com alta de 1,88%, aos 7.882,55 pontos, enquanto em Frankfurt, o DAX subiu 0,88%, com o índice referencial alemão cravando novo recorde de 18.178,47 pontos. Já o CAC 40, de Paris, voltou à rota de ganhos, após queda na véspera, e fechou em alta de 0,22%, em 8.179,72 pontos.
Outros mercados da região também se beneficiaram do clima positivo para a renda variável. Em Madri, o Ibex 35 ganhou 1,22%, aos 10.884,10 pontos. O FTSE MIB, de Milão, subiu 0,10%, aos 34.327,95 pontos. Por outro lado, a ação da Telecom Italia caiu 4,66% no país, após a notícia de que um investidor pressiona a empresa pela venda da unidade brasileira. Por fim, em Lisboa, o PSI 20 teve alta de 0,43%, a 6.178,82 pontos.
*Com informações do Estadão Conteúdo e da Dow Jones Newswires
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