Ibovespa fecha 2023 com alta de 22% e alcança maior patamar da história, aos 134 mil pontos; dólar cai 8% no ano
Ibovespa mantém patamar histórico, enquanto dólar tem maior queda em 7 anos; veja também as ações que mais subiram e caíram no ano
Na última sessão do ano nesta quinta-feira (28), o Ibovespa fechou em ligeira queda. Apesar do desempenho da bolsa de valores hoje, o saldo anual foi bastante positivo e o principal índice da bolsa manteve o patamar recorde de 134 mil pontos.
Por outro lado, o dólar teve desempenho contrário, com ganhos no dia, mas perdas anuais. Inclusive, 2023 registrou a maior desvalorização anual do dólar em relação ao real desde 2016.
Assim, o Ibovespa fecha 2023 em alta de mais de 22%, a 134.185,24 pontos, revertendo com sobras os temores do início do ano, quando o índice chegou a descer a 97 mil pontos em março, no pior momento.
No último pregão de 2022, o Ibovespa havia fechado em 109.734 pontos.
Ibovespa hoje
Ainda sobre a bolsa de valores hoje, o Ibovespa recuou 0,01% no pregão desta quinta-feira, ainda que tenha passado alguns momentos no campo positivo. Contudo, na máxima do dia, o índice bateu 134.391,67 pontos, maior patamar intradiário da história da bolsa. O número supera o recorde registrado na sessão anterior, quando, no melhor momento, o Ibovespa bateu 134.195,47 pontos.
O maior patamar registrado em um fim de sessão em toda a história da bolsa permanece sendo o registrado na quarta-feira, 27 de dezembro, quando o índice fechou em 134.193,72 pontos
Dólar hoje
A moeda norte-americana subiu em relação com o real no último pregão do ano. O dólar fechou em alta de 0,11%, cotado a R$ 4,8322.
Por outro lado, no âmbito global, o DXY, que mede o desempenho do dólar ante outras moedas importantes, recuou 0,14%, a 100,85 pontos.
Dólar tem expressiva queda anual
Dessa maneira, o dólar recuou 8,08% em 2023, a maior queda anual desde 2016, segundo levantamento do Broadcast. No fechamento de 2022, a divisa dos EUA era negociada a R$ 5,2780.
Nesse sentido, o real intensifica a valorização já registrada em 2022. Naquela ocasião, o dólar fechou o ano com queda de 5,32% em relação ao real.
Ações em alta em 2023
Para além da bolsa de valores hoje, entre todos os papéis da bolsa de valores, os que mais subiram em 2023 foram papéis dos setores de construção e incorporação e varejo, favorecidos pela queda dos juros no segundo semestre e, no caso do setor de construção, pela perspectiva de reaquecimento do mercado via programa Minha Casa Minha Vida.
No caso da C&A, do varejo, a alta está relacionada também aos balanços trimestrais positivos divulgados pela empresa ao longo do ano.
Veja as ações que mais avançaram no ano e o tamanho da alta.
- Tenda (TEND3) +250,71%
- C&A (CEAB3)+240,17%
- Plano e Plano (PLPL3) +197,42%
- Banco Pine (PINE4) +165,24%
- Marcopolo (POMO4) +163,91%
Ações em baixa: Americanas fica em segundo lugar
As Americanas foram impactadas pela avalanche de notícias ruins que aparecem logo no primeiro mês de 2023, com a divulgação de inconsistências no balanço da empresa que chegavam à casa dos R$ 20 bilhões.
Porém, os papéis da varejista não foram os que mais perderam valor na bolsa em 2023. A posição ingrata fica com a PDG. A empresa do ramo de construção civil e incorporação já vinha em queda desde o início do ano, mas desidratou de vez após o anúncio, em outubro, de aumento de capital.
Veja as ações que mais caíram no ano.
- PDG (PDGR3)-96,25%
- Americanas (AMER3)-90,57%
- Sequoia (SEQL3)-87,03%
- Agrogalaxy (AGXY) -62,96%
- Oi (OIBR3) -62,35%
Os rankings contemplam ações com volume diário acima de R$ 1 milhão, que integram o Ibovespa e outros índices ou não. As cotações foram apuradas depois do fechamento, às 18h07, mas podem ter atualizações.
Ibovespa buscará os 150 mil pontos em 2024, diz Itaú BBA
Apesar da nova máxima histórica, existe a possibilidade de realizações de lucro à frente. Fabio Perina, estrategista de Ações do Itaú BBA, e sua equipe de análise técnica destacam que não houve nenhuma realização desde o início de novembro, quando o Ibovespa começou a disparar, o que pode acontecer nas próximas semanas.
“Em um cenário de realização de lucros no curto prazo, o índice possui suporte inicial em 133.300 pontos. Se perder, o mercado poderá acentuar o processo de realização de lucros, com espaço para buscar os suportes em 130.700, 126.400 e 124.800 pontos – patamar que mantém o índice em tendência de alta”, avalia Perina.
Em resumo, o movimento de alta registrado nesses últimos meses “traz uma mensagem promissora para o início do próximo ano”, segundo o estrategista. “Os próximos objetivos do índice estão em 137.000 e 150.000 pontos – patamar a ser perseguido ao longo de 2024”, destaca.
Bolsas mundiais: Nova York
Os mercados em Nova York encerram esta sessão, a penúltima do ano, sem direção única, mas pertos da estabilidade por conta do pouco movimento causado pela proximidade do final do ano.
Os principais índices foram impactados pela alta dos juros e do rendimento das Treasuries. Além disso, os investidores repercutiram o mercado de trabalho americano após divulgação dos números relacionados aos pedidos de auxílio-desemprego.
Nesse sentido, Nasdaq caiu 0,03%, a 15.095,14 pontos. Por outro lado, Dow Jones avançou 0,14%, a 37.710,10 pontos, e S&P subiu 0,04%, a 4.783,35.
Europa
Os mercados acionários da Europa tiveram tom em geral negativo nesta quinta-feira, penúltimo dia de negociações nesses mercados. Em dia de agenda modesta, um dirigente do Banco Central Europeu (BCE) advertiu que não há garantia de que haverá cortes de juros em 2024, e a postura mais dura na política monetária tende a pesar nas bolsas.
Hoje, o índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,11%, a 478,08 pontos. Em Frankfurt, o DAX fechou em baixa de 0,24%, a 16.701,55 pontos. O CAC 40 recuou 0,48% em Paris, a 7.535,16 pontos. Na mínima do dia, o FTSE MIB teve queda de 0,30%, a 30.331,17, em Milão. Em Madri, o Ibex 35 caiu 0,35%, a 10.086,20 pontos. O PSI 20 recuou 0,37%, a 6.400,57 pontos em Lisboa.
Auxílio-desemprego nos EUA
O número de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA teve alta de 12 mil na semana encerrada em 23 de dezembro, a 218 mil. O resultado superou a previsão de analistas consultados pela FactSet, de avanço a 209 mil.
O total de pedidos da semana anterior sofreu leve revisão para cima, de 205 mil para 206 mil. Já o número de pedidos continuados mostrou acréscimo de 14 mil na semana encerrada em 16 de dezembro, a 1,875 milhão, vindo também acima do consenso da FactSet, de 1,864 milhão. Esse indicador é divulgado com uma semana de atraso.
Com isso, os juros avançaram acima do esperado, valorizando os retornos dos títulos públicos americanos, o que diminui o apetite por ativos de risco nos EUA e no mundo.
Haddad anuncia medidas fiscais
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quinta-feira (28) uma pacote de medidas fiscais para elevar a arrecadação federal.
O objetivo, segundo o ministro é compensar ao menos parcialmente os efeitos de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que permite que empresas tenham cerca de R$ 500 bilhões em compensações fiscais.
IPCA-15 impacta bolsa de valores hoje
Divulgado na manhã desta quinta pelo IBGE, os dados do IPCA-15 de dezembro vieram bem acima das expectativas do mercado, que eram de 0,25%. A prévia da inflação oficial foi de 0,4% no mês e acumulou 4,72% em 12 meses.
“Apesar da surpresa negativa não vejo uma piora significativa, afinal está evidente que a medida em que melhorarem os dados econômicos – em especial a queda do desemprego – é razoável supor alguma elevação de preços, especialmente em serviços”, avalia o economista André Perfeito, que prevê Selic em 9,75% ao final do ciclo em 2024.
Para a BGC Strategy, a principal surpresa altista individual foi passagem aérea. Nos preços monitorados, as surpresas altistas foram basicamente inflação mais alta do que projetada para gasolina e ônibus urbano.
“A forte inflação registrada para passagem aérea ofuscou alguns detalhes favoráveis, como na inflação de alimentação”, diz o relatório.
IGP-M e Caged
O Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M) também acelerou, a 0,74% em dezembro na relação com novembro, quando subiu 0,59%. Com isso, o índice encerrou o ano com queda de 3,18%, a menor taxa registrada desde o início de sua série histórica.
Já o Caged, também divulgado nesta quinta, mostrou a abertura líquida de 130.097 vagas de trabalho com carteira assinada em novembro. A alta foi novamente puxada pelo desempenho do setor de serviços no mês, com a criação de 92.620 postos formais, seguido pelo comércio, que abriu 88.706 vagas.
Todos os setores restantes, contudo, demitiram em novembro. A indústria geral teve saldo negativo de 12.911 postos, a construção civil fechou 17.300 vagas e a agropecuária encerrou 21.017 vagas no mês.
Com informações do Estadão Conteúdo.
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