Ibovespa fecha em queda, aos 115 mil pontos, com queda da Vale; dólar sobe
Ibovespa volta a cair após desempenho ruim na semana passada, quando desceu mais de 2% e reduziu os ganhos anuais
O Ibovespa, o principal índice de ações da B3, a bolsa de valores do Brasil, voltou a cair nesta segunda-feira (25) depois de uma semana de perdas, passando dos quase 119 mil pontos para a casa dos 115 mil nos últimos pregões. As perdas do dia estão relacionadas, principalmente, a movimentos no exterior e ao desempenho das commodities.
Assim, o Ibovespa fechou em queda de 0,07%, a 115.924,61 pontos. Na semana passada, o índice caiu 2,31% no acumulado, reduzindo seus ganhos anuais para aquém dos 6%.
Dólar hoje
Com relação ao câmbio, o dólar fechou em alta em relação ao real. A moeda norte-americana avançou 0,52%, a R$ 4,9610.
No cenário internacional, o dólar também subiu. O DXY, que compara a divisa dos EUA com outras moedas importantes, avançou 0,39%, a 105,99 pontos.
Ações em alta
Duas empresas de alto volume estiveram entre as maiores altas desta segunda-feira. A CVC avançou quase 6%, acompanhada de perto pela Qualicorp. As empresas movimentaram cerca de R$ 43 milhões e R$ 36 milhões ao longo da sessão, respectivamente. Veja as cinco maiores altas.
- Dotz (DOTZ3) +24,72%
- Azevedo e Travassos (AZEV4) +17,28%
- Azevedo e Travassos (AZEV3) +15,47%
- CVC (CVCB3) +5,75%
- Qualicorp (QUAL3) +5,71%
Ações em baixa
Por outro lado, na ponta inferior da bolsa, destaque para as empresas do setor de construção e mercado imobiliário Plano & Plano e BR Properties, que caíram perto de 6% cada uma, liderando as perdas do dia. Veja a lista de maiores quedas da sessão.
- Plano & Plano (PLPL3) -6,44%
- BR Properties (BRPR3) -5,95%
- Metisa (MTSA4) -5,19%
- Get Ninjas (NINJ3) -4,79%
- Lojas Marisa (AMAR3) -4,76%
Os rankings contemplam ações que movimentaram mais de R$ 1 milhão no dia. As cotações foram apuradas entre as 17h30 e 17h45, depois do fechamento, mas podem ter alterações.
Exterior e VALE3 derrubam bolsa de valores hoje
A Ágora destaca a perspectiva de que os juros futuros sigam por um patamar alto por mais tempo nas economias desenvolvidas, o que impacta negativamente os mercados nesta segunda.
No setor de commodities, segundo a Ágora, destaque para a China, que volta ao radar. O setor imobiliário do país sofre com a queda de quase 22% nas ações da Evergrande, uma das gigantes chinesas do setor de construção e incorporação, depois de a empresa ficar impossibilitada de emitir novos títulos por conta de uma investigação contra uma de suas afiliadas. O segmento representado pela Evergrande é um grande consumidor das commodities metálicas brasileiras.
Assim, os preços futuros do minério de ferro tiveram forte queda, de 2,03%, afetando o setor de mineração na bolsa local. Com isso, a Vale (VALE3) caiu 2,06%.
PETR3 e PETR4 em alta
Além disso, o petróleo fechou em queda com o banimento de exportação de diesel e gasolina da Rússia para frear a escassez desses produtos em seu território, por ocasião da guerra com a Ucrânia.
“O Brasil tinha sido um dos países que vinha se aproveitando bem dos preços baixos dos combustíveis russos”, diz Mateus Haag, analista de renda variável da Guide Investimentos, em relatório.
“Isso coloca mais pressão sobre a Petrobras para reajustar o preço dos combustíveis”, acrescenta Haag.
As ações ordinárias (PETR3) e preferenciais (PETR4) da Petrobras subiram 0,65%.
Projeções para PIB voltam a subir
No cenário interno, destaque para a nova previsão para o PIB do Brasil em 2023, divulgada nesta manhã no boletim Focus. A expectativa de crescimento do PIB do Brasil em 2023 melhorou pela quinta vez consecutiva, passando de 2,89% para 2,92%.
Para 2024, a previsão de alta da atividade permaneceu em 1,50%. Houve um recuo, de 1,95% para 1,90%, na estimativa para 2025.
Já com relação à inflação, as estimativas permaneceram inalteradas. Os agentes financeiros esperam a taxa de inflação em 4,86% no fim de 2023, em 3,86% no término de 2024, e em 3,50% no encerramento de 2025.
Bolsas mundiais
As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta segunda-feira, com o S&P 500 conseguindo interromper quatro sessões consecutivas de queda.
Os índices se recuperaram no fim do pregão, após a última semana de setembro e do trimestre ter começado circundada pela cautela diante dos juros dos Treasuries, com as expectativas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) mantenha juros altos por mais tempo nos Estados Unidos.
O índice Dow Jones fechou em alta de 0,13%, aos 34.006,88 pontos; o S&P 500 terminou o pregão com ganho de 0,40%, aos 4.337,44 pontos e o Nasdaq ganhou 0,45%, aos 13.271,32 pontos. O S&P 500 acumula uma queda de quase 4% em setembro, caminhando para o segundo mês consecutivo em baixa.
As preocupações sobre a fragilidade da economia da China e juros globais elevados por mais tempo ditaram o clima negativo nas bolsas da Europa.
O DAX fechou em queda de 0,98%, a 15.405,49 pontos, em Frankfurt; o FTSE MIB caía 0,68%, a 28.382,19 pontos, em Milão; o IBEX 35 baixava 1,22%, a 9.386,00 pontos, em Madri; e o PSI 20 recuava 0,79%, a 6.119,62 pontos, em Lisboa. O FTSE 100 caiu 0,78%, a 7.623,99 pontos, em Londres.
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