Ibovespa fecha em queda com desaceleração da China no radar; dólar avança
Queda do PMI Industrial da China para 48,8 pontos indica pessimismo do mercado interno com a economia do país
O Ibovespa fechou o dia no negativo após operar instável ao longo do dia, alternando momentos positivos e negativos, diante da forte pressão vinda da China e dos Estados Unidos. No mês,
No gigante asiático, o PMI indicou desaceleração na economia que está pesou nas commodities, enquanto nos EUA segue a crise política.
O principal índice da bolsa brasileira fechou em queda de 0,58%, aos 108.335 pontos, enquanto o dólar comercial subiu 0,61% em relação a ontem, a R$ 5,0731. Lembrando que hoje foi dia de formação da PTax, fato que influenciou a taxa de câmbio.
Veja como se comportaram os principais índices no último mês.
Índice | Em 31 de maio | variação dia | variação mês | variação no ano |
Ibovespa | 108.335 | -0,58% | +4,17% | -0,87% |
Dow Jones | 32.910,90 | -0,41% | -3,49% | -0,72% |
S&P 500 | 4.180,13 | -0,61% | +0,25% | +8,86% |
Nasdaq | 12.935,28 | -0,63% | +5,80% | +23,59% |
IFIX | 3.012 | +0,33% | +5,38% | +5,1% |
Moeda | valor em 31/5 | variação no dia | no mês | no ano |
Dólar | R$ 5,0731 | +0,61% | +1,62% | 3,89% |
Euro | R$ 5,42 | +0,21% | -1,82% | -3,2% |
Commodities
Entre as commodities, o petróleo Brent – referência de preços para a Petrobras – caiu 2,58%, negociado a US$ 71,80 o barril, diante das preocupações com o crescimento da China e as incertezas com a próxima reunião da Opep+, neste domingo.
O minério de ferro caiu mais 2,3% nesta madrugada na bolsa de Dalian, negociado a 697 yuans (US$ 98,39) por tonelada.
Agenda
Na agenda, o dia será marcado pela divulgação de dados das contas públicas e de indicadores de emprego no Brasil. Lá fora, o teto da dívida dos EUA e o Livro Bege estão no radar.
Por aqui, os investidores acompanham indicadores de emprego e mercado de trabalho, vindos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad ) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Dados fiscais também entram na agenda do dia.
Lá fora, os investidores acompanham a votação do aumento do teto da dívida nos Estados Unidos, enquanto aguardam os dados do famoso “Livro Bege” e do relatório Jolts de emprego.
Mercado Europa
- Stoxx 600: -1,07%, a 451,76 pontos.
- DAX (Frankfurt): -1,54%, a 15.664,02 pontos.
- CAC 40 (Paris): -1,54%, a 7.098,70 pontos.
- FTSE 100 (Londres): -1,01%, a 7.446,14 pontos.
As bolsas europeias encerraram o pregão de hoje em queda significativa, puxada pela decepção de investidores com dados da economia da China que saíram no fim do dia de ontem. O mercado também operou à espera da votação do projeto que suspende o teto da dívida dos EUA até 2025.
O principal driver do mercado europeu hoje foram índices de gerentes de compras (PMIs, na sigla em inglês) da China, cujas leituras de maio registraram baixa e colocaram mais dúvidas sobre a recuperação da economia do país após um longo período de restrições contra a covid-19 nos últimos anos.
Desemprego
A taxa de população desocupada (8,5%) nos meses de fevereiro, março e abril deste ano manteve-se estável em relação a novembro, dezembro e janeiro últimos, quando marcou 8,4%, mas recuou em relação ao mesmo período do ano passado, quando marcava 10,5%.
Por causa disso, a taxa total de desocupados é de 9,1 milhões de pessoas. As informações foram divulgadas hoje pelo IBGE com base em dados da PNAD Contínua.
Desemprego fica em 8,5% e atinge 9,1 milhões de brasileiros no trimestre encerrado em abril
China
O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da China recuou de 49,2 em abril para 48,8 em maio, informou o Escritório Nacional de Estatísticas do país.
A contração sinaliza um novo arrefecimento do ímpeto na recuperação pós-pandemia.
O resultado ficou abaixo da previsão de analistas consultados pela FactSet, que previam PMI industrial de 49,5. Já o PMI de serviços desceu de 56,4 em abril para 54,5 em maio.
Já o PMI de serviços desceu de 56,4 em abril para 54,5 em maio.
Notas acima de 50 indicam otimismo dos pesquisados, enquanto abaixo reportam preocupação e pessimismo do setor com seu futuro próximo.
Desaceleração econômica
Três indicadores convergiram para alertar sobre uma desaceleração no crescimento econômico global: preços mais baixos do cobre, curva de rendimento invertida dos Estados Unidos e taxas de embarque deprimidas.
Economia dos EUA esfria em meio a moderação do mercado de trabalho e da inflação
Cobre
O preço do cobre caiu recentemente cerca de 20% em relação ao pico deste ano, de acordo com um índice baseado em contratos futuros de três meses negociados na Bolsa de Metais de Londres (LME). O zinco também caiu 30% ou mais, e o alumínio cerca de 20%.
O cobre é usado em uma ampla gama de setores, como infraestrutura, automóveis e eletrônicos de consumo. Assim, os movimentos em seu preço costumam prever a saúde geral da economia, dando ao metal o apelido de “Doutor Cobre”.
A queda nos preços do cobre indica preocupação com a estagnação econômica na China, que responde por cerca de 60% da demanda global do metal.
Esperava-se uma recuperação econômica após o fim da política “covid zero”, há seis meses, mas o financiamento permanece instável para os incorporadores imobiliários e os novos investimentos diminuíram.
Títulos americanos
Sinais preocupantes também surgiram no mercado de títulos do governo dos Estados Unidos.
Os rendimentos dos títulos do Tesouro de dois anos excederam os rendimentos dos títulos do Tesouro de 10 anos por 226 dias consecutivos até sexta-feira.
Esta curva de rendimento invertida é a mais duradoura desde 1981.
Uma inversão de rendimento aponta para uma recessão que se aproxima.
O rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos estava 1,9 ponto percentual abaixo do dos títulos do Tesouro de três meses em um ponto no início de maio, o maior spread negativo em 42 anos.
O Fed de Nova York usou a inversão do rendimento para calcular uma probabilidade de 68% de que a economia dos Estados Unidos entre em recessão, uma leitura mais alta do que às vésperas da crise financeira global (2008) ou do estouro da bolha pontocom (2000).
Contêineres
Entram no radar também as taxas de transporte de contêineres asiáticos, que refletem a força do consumo nas economias ocidentais, e que caíram drasticamente desde o ano passado.
As tarifas spot para rotas marítimas entre Xangai e a costa oeste dos Estados Unidos tiveram uma queda de 82% em relação ao ano anterior. A taxa dos contêineres que viajam de Xangai para a Europa caiu 85%, para US$ 859 por unidade equivalente a 20 pés. Algumas empresas de navios porta-contêineres dizem que essas taxas não são lucrativas.
Impulsionando as taxas de remessa para baixo estão os altos estoques de varejo nas economias ocidentais. A Ásia geralmente envia produtos acabados, como móveis, roupas e brinquedos, para destinos ocidentais. As interrupções na cadeia de suprimentos durante a pandemia levaram os varejistas a garantir estoques extras de mercadorias, mas a inflação resultante reduziu os gastos do consumidor.
Os estoques excessivos levaram os volumes de embarque a cair drasticamente desde a segunda metade de 2022.As vendas no varejo dos Estados Unidos subiram no mês de abril, sugerindo um consumo resiliente. Mas a demanda por novas importações não é forte.
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