Ibovespa fecha estável com aceno de Lira a pacote de Haddad; dólar sobe 0,36%, cotado a R$ 5,79
Veja como se comportaram o Ibovespa e o dólar nesta quarta-feira (13) e o que movimentou os ativos
Agentes financeiros preparavam-se para mais uma sessão de forte estresse nos ativos domésticos, inclusive no Ibovespa, quando falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, trouxeram certo alívio para os mercados no meio da tarde.
Ibovespa hoje
Depois de flertar com os 126.869 pontos na mínima do dia, o principal índice da bolsa brasileira terminou a sessão perto da estabilidade, com alta de 0,03%, aos 127.734 pontos.
Na máxima intradiária, o índice chegou a tocar os 128.100 pontos.
Haddad disse aos jornalistas que apresentou a ideia mais geral das medidas fiscais para Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara.
Ele disse que Lira sinalizou que fará o esforço necessário para apreciar os temas, ao ser questionado se o pacote poderá ser aprovado ainda este ano.
As ações da Vale seguiram em tendência negativa e recuaram pelo quarto pregão seguido. Hoje, porém, a queda foi menor, de 0,28% a R$ 57,16.
Já os papéis da Petrobras apresentaram movimento misto: as PN caíram 0,14% a R$ 36,88, enquanto as ON subiram 1,04% a R$ 39,63.
O dia também foi positivo para os papéis da Embraer, que tiveram alta de 4,73% a R$ 56,69, no topo das maiores valorizações da sessão.
Por outro lado, o IRB RE foi o destaque negativo, com queda de 6,85%, a R$ 40,50.
O volume financeiro do Ibovespa foi de R$ 19,1 bilhões.
Dólar hoje
O dólar à vista encerrou a sessão desta quarta-feira em alta, em dia marcado por volatilidade maior e uma redução na percepção de risco fiscal já no fim das negociações, após declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A moeda americana permaneceu apreciada na maioria dos mercados mais líquidos hoje, diante de uma percepção de que o Federal Reserve (Fed) poderá ser mais cauteloso em seu afrouxamento monetário, após os dados de preços mostrarem uma desinflação lenta.
Terminadas as negociações, o dólar comercial exibiu valorização de 0,36%, cotado a R$ 5,7904, depois de ter tocado a mínima de R$ 5,7232 e encostado na máxima de R$ 5,8175.
Já o euro comercial exibiu depreciação de 0,08%, cotado a R$ 6,1189.
Perto das 17h15, o índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos, avançava 0,44%, aos 106,487 pontos.
Bolsas de Nova York
As ações em Wall Street encerraram o pregão desta quarta-feira próximas da marca da estabilidade.
Apesar dos sinais de fadiga no rali do mercado acionário que se estabeleceu após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, os números de inflação ao consumidor vieram em linha com as estimativas de consenso hoje.
Eles ampliam as apostas em um corte de juro pelo Federal Reserve em dezembro, o que trouxe algum fôlego adicional para a tomada de risco.
Mesmo assim, o cenário não foi suficiente para levar os índices a ganhos expressivos.
O S&P 500 fechou o dia em alta de 0,02%, aos 5.985,39 pontos; o Dow Jones subiu 0,11%, aos 43.958,19 pontos; e o Nasdaq recuou 0,26%, a 19.230,54 pontos.
Mais cedo, o índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos veio em linha com as estimativas de consenso.
O número cheio avançou 0,2% na base mensal, enquanto o núcleo do indicador subiu 0,3%, ambos os números alinhados com as projeções do mercado.
O cenário trouxe algum ânimo à tomada de risco nos mercados, diante dos receios de uma aceleração mais rápida da inflação que vinham sendo discutidos nos últimos dias.
Assim, a chance de um corte de 0,25 ponto na reunião do Fed de dezembro subiu de 58,7% da sessão da véspera para 82,3% hoje, ao passo que a chance de manutenção recuou de 41,3% para 17,7%, segundo dados do CME Group.
“Os rendimentos dos Treasuries caíram inicialmente, provavelmente porque o mercado respirou aliviado pelo fato de o CPI não ter sido pior do que o esperado”, afirmou Cooper Howard, diretor de estratégia de renda fixa do Schwab Center for Financial Research.
No fim do dia, no entanto, os juros dos Treasuries de longo prazo voltaram a subir e trouxeram alguma pressão às ações de tecnologia.
O rendimento da T-note de 2 anos recuou de 4,363% para 4,288%, enquanto a taxa da T-note de 10 anos subiu de 4,440% para 4,447%.
Os setores de consumo discricionário (+0,85%) e imobiliário (+0,79%) foram os maiores ganhadores da sessão de hoje, enquanto tecnologia (-0,35%) e saúde (-0,26%) registraram os piores desempenhos.
As ações da Warner Bros Discovery subiram 5,42% e registraram os maiores ganhos dentre as empresas do S&P 500 hoje.
Destaque também para o avanço de 2,42% nas ações da Amazon.
Bolsas da Europa
Os principais índices acionários europeus encerraram o dia em queda, em sua maioria, após os dados de inflação nos Estados Unidos em linha com as expectativas e com as ameaças tarifárias de Donald Trump pesando no sentimento do investidor.
O índice Stoxx 600 fechou em queda de 0,17%, a 501,36 pontos.
O DAX de Frankfurt recuou 0,16% a 19.003,11 pontos.
O FTSE, da bolsa de Londres, teve alta de 0,06%, para 8.030,33 pontos.
Já o CAC 40, de Paris, caiu 0,14%, para 7.216,83 pontos.
Os preços ao consumidor dos Estados unidos subiram 0,2% em outubro em relação a setembro e 0,3% excluindo energia e alimentos, dentro das projeções.
“No entanto, está se tornando aparente que a pressão inflacionária está diminuindo muito lentamente” nos Estados Unidos, diz o Commerzbank, em relatório.
Segundo o banco, os dados não argumentam contra mais afrouxamento da política pelo Federal Reserve (Fed), mas podem apoiar aqueles que querem diminuir o ritmo dos cortes nas taxas de juros.
O banco prevê um corte de 0,25 ponto percentual na próxima reunião em dezembro.
Além disso, as ameaças tarifárias de Donald Trump pesam no sentimento do investidor, em especial no setor automotivo da Alemanha, na medida em que as empresas alemãs podem sofrer uma grande redução nas exportações com tarifas sobre carros europeus, diz a Capital Economcis.
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