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Inflação do Natal: conheça os itens que mais impactam na ceia e nos presentes

Na ceia, os ingredientes para fazer a tradicional rabanada estão entre os mais caros

Enfeites de natal em carrinho de compras. Foto: Pixabay
A inflação acumulada desde dezembro do ano passado, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está em 5,47%. Foto: Pixabay

O Natal é daqui a cinco dias e os brasileiros vão precisar se preparar para pagar mais caro nos principais produtos e ingredientes da ceia natalina. Do lado dos presentes, a situação dos preços é a mesma, ainda assim é possível encontrar itens mais em conta.

A inflação acumulada desde dezembro do ano passado, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está em 5,47%. No entanto, os preços da alimentação no domicílio – onde estão os principais itens do jantar de Natal – subiram 12,7% no período.

O preço do bacalhau subiu 7,9% e foi seguido pelo frango que avançou 5,1%. Os ingredientes para fazer a rabanada, um dos doces mais tradicionais do Natal, estão muito mais caros. O preço do leite e derivados cresceu 26% – o leite in natura quase 40%, o pão francês avançou 18% e os ovos subiram 20%. O único item que registrou deflação, ou seja, queda nos preços, foi o açúcar que caiu 1,1%.

A economista da XP, Tatiana Nogueira, afirma que a escalada global nos preços de matérias-primas – como proteína animal, milho e trigo – foram consequência do La Niña, fenômeno climático que impacta o regime de chuvas. Os efeitos da pandemia e a guerra na Ucrânia – um dos maiores exportadores de grãos – também mexeram nos preços.

“As commodities agrícolas ficaram pressionadas nos últimos dois anos por conta da pandemia, questões climáticas (com quebra de safras) e a guerra. Isso tudo eleva os custos, mesmo com uma desaceleração pontual na margem recentemente”, explica.

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Presentes de Natal

Os presentes de Natal também não escaparam da inflação em patamares elevados. O grupo de vestuário e calçados teve o maior impacto no índice de preços. As roupas tiveram aumento de 17,4% e os calçados 16,6%. As roupas masculinas subiram 20,9%; seguida das femininas (19,5%) e infantil (13,6%).

Para a economista da XP, além do aumento na demanda por esses itens no fim de ano – o que encarece os preços – o custo da produção também subiu. A combinação foi explosiva para alavancar os preços.

“O algodão subiu 150% desde o começo da pandemia e até tecidos sintéticos sofreram com o aumento. No início da Covid-19 o consumo caiu, mas depois voltou a subir. O custo ficou elevado, as pessoas tinham disponibilidade de renda e, então, o repasse foi feito para esse setor. Para o ano que vem, enxergamos uma desaceleração mas, por ora, esses produtos devem continuar pressionados”, afirma Tatiana.

Eletrônicos mais baratos

Os preços dos produtos eletrônicos e que estão na lista de presentes da garotada ficaram mais barato. A notícia é um alívio para os pais que devem pagar 8,5% menos pelos videogames e 2,6% menos em computadores.

Para os adultos, os principais produtos tecnológicos também ficaram mais em conta. Em um ano, os televisores e aparelhos de som sofreram deflação de -7,1% e -6,1%, respectivamente.

Se o seu filho não é muito ligado em tecnologia e prefere os presentes mais tradicionais prepare o bolso. O preço das bicicletas avançou 7,5%, enquanto os brinquedos em geral saltaram 15,5%.

Veja abaixo a lista completa da inflação nos itens da cesta de Natal e dos presentes no acumulado desde dezembro de 2021:

Índice geral: 5,47%

  • Leite e derivados: +26,6%
  • Ovo de galinha: +19,7%
  • Pão francês: +18,1%
  • Bacalhau: +7,9%
  • Azeite de oliva: +6,7%
  • Frango inteiro: +5,1%
  • Óleo de soja: +4,8%
  • Açúcar refinado: -1,1%
  • Roupa masculina: +20,9%
  • Roupa feminina: +19,5%
  • Calçados e acessórios: +16,6%
  • Roupa infantil: +13,6%
  • Joias e Bijuterias: +4,6%
  • Brinquedos: +15,5%
  • Bicicleta: +7,5%
  • Celular: +1,8%
  • Computador pessoal: -2,6%
  • Aparelho de som: -6,1%
  • Televisão: -7,1%
  • Videogame (console): -8,5%

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