Mercado financeiro hoje: balanços e Fed nos EUA norteiam investidores
No Brasil pode repercutir a melhora da perspectiva do rating Ba2 do país, de "estável" para "positiva"
Indicadores dos Estados Unidos de encomendas à indústria, custo unitário da mão de obra no 1º trimestre e balanços, como de Apple, estão entre os destaques internacionais desta quinta-feira, 2/5.
No Brasil, a atenção do mercado estará na divulgação do desempenho do setor externo, com dados sobre transações correntes e investimento estrangeiro direto de março, e na votação em segundo turno do projeto de lei que autoriza a adesão da capital paulista à privatização da Sabesp.
EUA, Europa e Petróleo
Os juros dos Treasuries estendem perdas da véspera e os futuros de Nova York sobem, ecoando os sinais do Federal Reserve (Fed) e à espera de dados e balanços americanos. Ações da AIG e Qualcomm destacam-se em ganhos nas bolsas nesta manhã, após publicarem balanços.
Ontem, o Fed manteve juros à faixa de 5,25% a 5,50% ao ano, como o esperado, indicou que um aumento das taxas é improvável, mas poderá demorar mais tempo para decidir cortar, e alterou o ritmo de redução de seu balanço a partir de junho, diante da inflação ainda elevada no país. Assim, o mercado volta a precificar setembro como o primeiro mês com chance majoritária para início dos cortes, segundo ferramenta de monitoramento do CME Group.
Na Europa, investidores também repercutem dados industriais e balanços de Shell, ArcelorMittal e ING. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da Alemanha subiu de 41,9 em março para 42,5 em abril, acima da estimativa preliminar e da previsão de analistas, de 42,2 em ambos os casos. E o PMI industrial da zona do euro caiu de 46,1 em março para 45,7 em abril, atingindo o menor nível em quatro meses, mas também melhor que a projeção preliminar e dos analistas (45,6 em ambos os casos).
O petróleo se recupera, após queda de mais de 3% ontem por crescentes preocupações com uma demanda enfraquecida, rumores sobre avanço nas tratativas de paz entre Israel e Hamas e alta nos estoques da commodity nos EUA. Na Ásia, o iene volta a se enfraquecer em relação ao dólar, após dar um salto no fim da tarde de ontem em meio a especulações sobre nova intervenção do Japão a favor da divisa local.
Brasil: melhora do rating
Na volta do feriado, os mercados vão se ajustar aos sinais do Fed e repercutir a melhora da perspectiva do rating Ba2 do Brasil, de “estável” para “positiva”, ontem pela agência Moody´s.
Como reflexo, o principal ETF (fundo negociado em bolsa) brasileiro em Nova York, o EWZ, subia 0,90% no pré-mercado em Nova York, e os American Depositary Receipts (ADRs) de Vale e Petrobras avançavam quase 1% há pouco. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a decisão reflete um trabalho conjunto dos Três Poderes, que colocam interesses do País acima de divergências.
Dados de inflação e do setor externo do país também serão monitorados nos mercados de juros e câmbio, bem como a pauta econômica do governo no Congresso.
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*Informações da Agência Estado