Mercado hoje: produção indutrial dos EUA e ata do Fed no radar
Dados podem oferecer um contexto mais claro para a avaliação do estado atual da economia e da inflação americana
Uma palestra do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ficará na mira dos investidores nesta manhã.
Fica no radar também uma reunião do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, com o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, em meio às investigações das causas do apagão de ontem em 25 estados e no Distrito Federal.
Lá fora, os destaques são os dados de produção industrial dos EUA e a ata da reunião de política monetária do Federal Reserve de julho, que podem oferecer um contexto mais claro para a avaliação do estado atual da economia e da inflação americana.
No exterior
Nos Estados Unidos, as bolsas perderam mais de 1% ontem, por temores com a desaceleração econômica da China e EUA e após declarações do presidente da distrital de Minneapolis do Fed, Neel Kashkari. Ele disse que não está pronto para falar que o BC americano já terminou de elevar as taxas de juros neste ciclo e defendeu medidas mais rígidas de regulação do sistema bancário americano, pressionando ações do setor. No radar, porém, se mantém um alerta da Fitch de que pode vir a rebaixar a nota de crédito de várias instituições financeiras dos EUA, seguindo os passos da Moody’s.
Na Europa, o PIB da Zona do Euro do 2° trimestre avançou 0,3% ante o anterior e 0,6% na comparação anual, ambos como o previsto. A produção industrial no Velho Continente cresceu 0,5% em junho ante maio, contrariando previsão de queda de 0,7%. Já a inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do Reino Unido desacelerou em julho a 6,8%, abaixo dos 7,9% de junho e muito próximo da previsão de analistas, que esperavam alta de 6,7%. Na comparação mensal, o CPI do Reino Unido contraiu 0,4% em julho, menor que a queda de 0,5% esperada.
Na Ásia, as bolsas fecharam em queda, por cautela com o quadro econômico na China, corte nas projeções para o PIB chinês neste ano pelos bancos JPMorgan e Barclays e receio de que custos mais altos de empréstimos pesem na perspectiva econômica do Japão.
No Brasil
O fôlego curto das bolsas internacionais pode limitar os ajustes na abertura do Ibovespa, bem como a queda do petróleo pode pressionar também as ações da Petrobras. Mas pode amenizar os ânimos a sinalização do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para a votação final do arcabouço fiscal e da desoneração da folha de pagamentos na semana que vem.
Lira afirmou que o arcabouço fiscal pode ser votado no plenário da Casa na próxima terça-feira, 22, se houver consenso sobre a emenda do Senado que autoriza a previsão de despesas condicionadas no Orçamento de 2024. A medida, defendida pelo governo, garante um espaço de cerca de R$ 30 bilhões na peça orçamentária, que deve ser enviada ao Congresso até o dia 31 de agosto.
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No Senado, o plano de trabalho do relator da reforma tributária, senador Eduardo Braga (MDB-AM), prevê que a votação da proposta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ocorra no dia 4 de outubro deste ano.
Os mercados de câmbio e de juros principalmente devem ficar atentos a Campos Neto e avaliar também declarações da diretora de Assuntos Internacionais do Banco Central, Fernanda Guardado, de que a atual trajetória de condução da política monetária, que iniciou na reunião passada um ciclo de afrouxamento, precisa de uma atuação mais contracionista.
Os investidores vão acompanhar ainda as investigações sobre o apagão elétrico no País ontem. Segundo o ministro Alexandre Silveira, em coletiva no final da tarde desta terça-feira, o ONS se comprometeu a entregar um relatório com o diagnóstico das causas nas próximas 48 horas. A Abradee afirmou que o apagão não envolveu as distribuidoras. A Advocacia Garcez vai entrar com três ações na Justiça para tentar abrir “a caixa preta da Eletrobras” e descobrir se a ex-estatal tem algo a ver com o apagão que durou cerca de seis horas.
Com informações da Agência Estado
