Mercado

Mercados financeiros hoje: Campos Neto e crise entre STF e Congresso ficam no foco

No exterior, dia é de cautela e expectativa por novos dados sobre a economia dos EUA

As atenções nos mercados nesta sexta-feira ficam em palestra online do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento do Barclays. A crise entre STF e Congresso tende a se acirrar após o presidente da Corte, Roberto Barroso, negar pedido dos parlamentares para derrubar a decisão do ministro Flávio Dino que suspendeu as emendas impositivas apresentadas por congressistas. São esperados também o IBC-BR e o IGP-10. Nos Estados Unidos saem dados de construções de moradias iniciadas, sentimento do consumidor e expectativas de inflação, além de evento com o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee.

Exterior

Os índices futuros de ações em Nova York passaram a cair majoritariamente, após o rali anterior, enquanto o dólar e os juros dos Treasuries recuam. Os investidores estão na expectativa por novos dados da economia americana e sinais de dirigente do Federal Reserve (Fed), antes do tradicional Simpósio de Jackson Hole na semana que vem. O presidente do Fed, Jerome Powell, discursará no Simpósio na próxima sexta-feira, às 11h. As bolsas americanas tiveram altas de 1,4% a 2,3% ontem, em seu terceiro pregão positivo, após dados sólidos de vendas no varejo e pedidos semanais de auxílio-desemprego diminuírem os temores de recessão nos EUA, elevando a aposta em corte de 25 pontos base nos juros em setembro e uma visão de flexibilização menos agressiva em 2024.

Na Europa, ganhos predominam também, após uma melhora no superávit comercial da zona do euro, de 17,5 bilhões de euros em junho, acima do saldo de 12,4 bilhões de euros em maio, de acordo com número revisado. Mas a Bolsa de Londres destoa e cai, reagindo à expansão de 0,5% das vendas no varejo do Reino Unido em julho ante junho, menor que a previsão de 0,9% apurada pela FactSet.

O petróleo acentuava perdas, de mais de 1,5%, mas se encaminha para acumular ganhos pela segunda semana consecutiva após sólidos os dados econômicos dos EUA.

Brasil

Os sinais divergentes das ações lá fora em dia de vencimento de opção sobre ações na B3 indicam um pregão de volatilidade para o Ibovespa. O recuo de cerca de 2% do petróleo e a queda de 0,99% do minério de ferro na China são indícios de possível realização de lucros no mercado, com pressão sobre Petrobras e Vale. Os papéis da estatal podem reagir mal também à decisão do relator do projeto de lei do “combustível do futuro” no Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), que manteve a adição de até 10% do biometano ao gás natural e deixou de fora o combustível sintético fabricado pela Petrobras (chamado de R5) da fatia dedicada ao diesel verde.

Ontem, o Ibovespa arrefeceu após tocar o pico histórico intradia, mas manteve os 134 mil pontos no fechamento, enquanto o dólar à vista subiu a R$ 5,4838 (+0,27%), ainda abaixo do nível psicológico dos R$ 5,50, e as taxas dos DIs avançaram. Os investidores se animaram com a perspectiva de redução em breve dos juros nos Estados Unidos e após a safra positiva de balanços. No câmbio, o fôlego do dólar nos últimos dois dias reflete também ruídos políticos locais, embora a moeda ainda tenha perda de 0,57% na semana e de 3,03% em agosto. No radar fica ainda a notícia de que o governo do presidente Lula vê uma “brecha” no Congresso Nacional para indicar o novo presidente do Banco Central em duas semanas, ainda em agosto, apurou o Broadcast Político.

*Agência Estado

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