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Mercados financeiros hoje: curvas de juros fecham antes de decisão do Fed. Copom é destaque local

Segundo expectativas do mercado, Copom deve reduzir a Selic em mais 0,5 ponto porcentual e Fed deve manter juros

O Ibovespa é o principal índice de ações da B3, a bolsa de valores do Brasil Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

As decisões de juros do Copom e do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), bem como a entrevista coletiva com o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, são os principais eventos desta Super Quarta, previstos para a tarde. Dados do mercado de trabalho, como Pnad Contínua de dezembro no Brasil e o relatório de empregos ADP do setor privado em janeiro nos EUA, além de balanços de Santander, Mastercard e Boeing, devem orientar também as expectativas e os ajustes dos ativos financeiros ao longo do dia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encontra-se com o ministro da Justiça, Flávio Dino, e será realizada uma coletiva temática das ações realizadas pela pasta durante a sua gestão.

“Selic cai 0,5 ponto e Fed pode começar a discutir cortes de juros”, diz Felipe Salles

Mercados aguardam comunicado do Fed e entrevista de Powell

Sinais difusos e majoritariamente negativos predominam nas bolsas em Nova York, sobretudo na Nasdaq, e também entre as europeias, após balanço do Santander e de algumas titãs de tecnologia americana, enquanto a curva de Treasuries recua e o dólar tem alta leve frente seus pares rivais antes dos anúncios do Fed e Powell.

Os rendimentos de bônus de governos europeus também operam em baixa antes dos anúncios de juros do Fed hoje e do Banco da Inglaterra (BoE) amanhã. De acordo com analistas, o Fed deve dar novos indicativos de cortes e manter a possibilidade de reduzir os juros em março ainda sobre a mesa.

Cenário global beneficia economia brasileira, mas há riscos

Os investidores estão no aguardo também da publicação do relatório de refinanciamento do Tesouro americano, que deve movimentar as operações no mercado de títulos, além de novos dados americanos de emprego, atividade e balanços. No pré-mercado em Nova York, às 6h51, as ações da Alphabet caíam 5,65% e as da Microsoft perdiam 1,65% após balanços publicados ontem, enquanto o papel da Tesla cedia 3,08%, reagindo à decisão judicial nos EUA de anular o pacote salarial multibilionário do CEO, Elon Musk.

Na Europa, o banco espanhol Santander anunciou lucro trimestral maior do que o esperado e, na Alemanha, as vendas no varejo sofreram queda inesperada em dezembro e há expectativa ainda pelos dados sobre inflação ao consumidor (CPI) no país nas próximas horas.

Na Ásia, os mercados de ações perderam na maioria, após o PMI industrial chinês subir apenas levemente em janeiro, a 49,2, indicando contração na manufatura pelo quarto mês consecutivo. Já a bolsa australiana, a principal da Oceania, fechou em nível recorde desde agosto de 2021, após dados fracos da inflação doméstica melhorarem as chances de uma redução de juros pelo banco central da Austrália (RBA). A próxima reunião monetária do RBA será na terça-feira que vem, dia 6 de fevereiro.

Investidores no Brasil monitoram balanços e Pnad

O Ibovespa pode adotar uma posição mais defensiva, como a vista em Nova York, que pode afetar a liquidez em meio à espera dos resultados do Santander Brasil e as quedas de mais de 1% do petróleo e acima de 3% no preço do minério de ferro para maio na China, que sugere pressão aos papéis de Petrobras e Vale. O EWZ, principal fundo de índice (ETF, na sigla em inglês) brasileiro negociado em NY, caía 0,21% às 7h16 no pré-mercado em NY. Os Adrs da Petrobras perdiam 0,18%, os da Vale cediam 0,86%. A curva de juros futuros ficará sensível à oscilação dos rendimentos dos Treasuries e os economistas vão analisar a Pnad e monitorar as notícias relacionadas às contas públicas, antes dos anúncios do Fed e do Copom.

Os agentes esperam que o Banco Central reduza hoje em 0,50 ponto porcentual a taxa Selic, para 11,25% ao ano, e realize ao menos dois novos cortes na mesma magnitude nas reuniões de março e maio, apurou o Projeções Broadcast. No caso da Pnad, a mediana do mercado indica taxa de desemprego em 7,5% no quarto trimestre de 2023, enquanto a desocupação deve encerrar 2023 no menor nível para o fim de um ano desde 2014, quando atingiu 6,6%.

O mercado de câmbio pode ser afetado, durante a manhã, pela rolagem de contratos futuros em meio à definição da última taxa Ptax de janeiro, que servirá de referência para os ajustes de contratos cambiais futuros, portfólios de investimentos em moeda estrangeira e resultados corporativos. Passada essa disputa técnica, o dólar deve refletir mais a temperatura dos ativos em Nova York.

*Agência Estado

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