Mercado

Mercados financeiros hoje: investidor aguarda sinais sobre juros dos EUA, Brasil e UE

Investidores adotam postura de cautela na manhã desta terça-feira

Roberto Campos Neto
Roberto Campos Neto (foto), Jerome Powell e Christine Lagarde participam nesta terça-feira de fórum organizado pelo BCE sobre bancos centrais em Sintra, Portugal. Foto Paulo Pinto/Agencia Brasil

Os presidentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, e do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, participam nesta terça-feira de fórum organizado pelo BCE sobre bancos centrais em Sintra, Portugal. No Brasil, destaque ao leilão de pós-fixados do Tesouro (11h00). Nos Estados Unidos, é esperado o relatório Jolts de abertura de vagas (11h00). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre agenda em Salvador e Recife.

Exterior

Os investidores adotam uma postura mais defensiva nesta manhã, com bolsas no vermelho e dólar mais forte ante a maioria das moedas. As bolsas europeias seguiram em baixa após o índice de preços ao consumidor (CPI) da zona do euro desacelerar para 2,5% em junho, como previsto, mas o núcleo do índice ficou estável em 2,9%, frustrando expectativas de um leve arrefecimento em meio à especulação de quando o BCE poderá voltar a cortar juros.

Após cortar juros no começo do mês passado, o BCE tem adotado uma postura cautelosa sobre uma nova redução, uma vez que o núcleo do CPI e os preços de serviços da zona do euro seguem elevados. Em junho, a inflação anual de serviços ficou em 4,1%, mesmo nível do mês anterior. O BCE busca atingir inflação de 2% de forma sustentável.

O petróleo opera em alta e o minério de ferro fechou com valorização de 1,44% na Bolsa de Dalian, na China. Os retornos dos Treasuries recuam, o que pode tirar pressão na curva de juros do Brasil.

Brasil

Apesar do avanço das commodities, o sinal negativo no mercado futuro em Wall Street pode atrapalhar o apetite por ações no Ibovespa. O EWZ, principal fundo de índice (ETF) do Brasil negociado em Wall Street, caía 0,18% no pré-mercado por volta das 7 horas. Além do exterior, as preocupações com a deterioração das contas públicas é outro fator limitante. Ontem o dólar à vista disparou 1,16% e fechou a R$ 5,6533, refletindo a piora da percepção sobre o cenário doméstico.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reiterou que mantém contato próximo com o presidente Lula para discutir o cenário econômico e que a próxima reunião está marcada para a quarta-feira, 3. Assuntos como o dólar e o corte de gastos estão na pauta de discussão. Ele reiterou que a equipe econômica segue elaborando um diagnóstico do quadro fiscal para o presidente, mas que ainda não há data para um anúncio de quais medidas serão tomadas porque essa decisão cabe à Presidência da República.

No Congresso, a proposta do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para a renegociação da dívida dos Estados prevê a criação de um fundo para financiar investimentos que podem beneficiar governadores que não participam da atual tratativa. Na Bolsa, as ações da Vale podem ser afetadas pela renúncia de um membro do Conselho.

*Agência Estado